Capítulo 1

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POV Patty

Estava no meu quarto, a chorar, a olhar para o espelho e a lembrar-me de tudo o que o Matias e a Antónia me disseram.

Flashback on

- Patty, eu gosto de ti, mas como amiga. Desculpa, mas eu ainda estou apaixonado pela Antónia - disse ele.
- Matias, porque nunca me disseste nada? - perguntei enquanto limpava as lágrimas.
- Eu pensei que estava apaixonado por ti, Patty, mas... - disse ele.
- Nunca deixaste de gostar da Antónia - interrompi-o e ele acenou positivamente.
- Eu sinto muito, Patty, eu não te queria magoar, eu juro - disse ele.

Saí a correr, não conseguia ouvir mais nada que ele tivesse para me dizer. Estava magoada, estava quebrada, não conseguia pensar em nada mais, só conseguia ouvir as palavras dele.
Quando cheguei perto do jardim à beira de casa, sentei-me num banco, tirei os óculos e fechei os olhos para tentar acalmar tudo o que ia cá dentro e quando os abri vi quem eu menos queria ver à minha frente.

- Pato provinciano, estás a chorar? Ah, não me digas que o Matias acabou contigo - disse Antónia e as lágrimas voltaram a formar-se nos meus olhos - Óbvio que foi isso - concluiu.
- O que queres, Antónia? - perguntei.
- Nada - respondeu - Já devias de saber que o Matias sempre gostou de mim e não de ti, sempre fui eu e não tu, pato feio. Já pensaste que em cada "estou apaixonado por ti" ele pensava em mim e não em ti? Que cada vez que se beijavam ele pensava que me estava a beijar e não a ti... - disse ela.
- Chega, Antónia! - disse elevando a voz e levantando-me - Vocês fazem o par perfeito, só sabem magoar as pessoas - conclui saindo dali e indo para casa.

Quando cheguei a casa corri para o meu quatro.

Flashback off

Ouvi batidas na porta e a mesma foi aberta.

- Meu amor, está tudo... filha, o que se passa? - perguntou a minha mãe fechando a porta do quarto e vindo até mim.
- O Matias, mãe, ele... ele terminou comigo, porque ainda está apaixonado pela Antónia - respondi enquanto chorava.
- Ele está apaixonado pela Antónia? - perguntou incrédula - mas ele parecia gostar tanto de ti - disse ela.
- Sim, ele parecia, ma, mas ele nunca gostou, ele disse-me isso - disse eu.
- Ó, meu amor, vem cá - disse ela abrindo os braços e logo me abraçando carinhosamente até eu parar de chorar - Ele não merece que estejas assim, eu sei que gostavas muito dele... - disse ela.
- Mas tenho de seguir em frente, eu sei, ma. Eu vou seguir, é só que isto dói tanto. Eu nunca pensei que ele me fizesse isto, sempre pensei que ele realmente gostava de mim, tanto quanto me dizia - disse eu desfazendo o abraço e olhando para ela - Fui muito estúpida em acreditar nele - desabafei.
- Nada disso, meu amor, não foste estúpida, simplesmente estás apaixonada por ele, mas não te sintas mal por ter acreditado nele, tu sempre foste honesta com ele. Ele não foi tão honesto quanto deveria ter sido, meu amor e eu vou ter uma conversinha com ele - disse ela.
- Não ma, por favor, não digas nada, eu só quero esquecer isto - pedi.
- Ok, está bem, mas só porque me pediste - disse ela piscando o olho fazendo-me dar um sorriso mesmo que ainda triste.

Os dias foram passando e no colégio eu sempre via Antónia e Matias algumas vezes aos beijos, outras de mãos dadas, sem quererem saber se me sentia bem ou não com isso e sempre terminava a chorar na casa de banho.

- Patty - chamou Josefina - Patty, eu sei que estás aí, abre a porta, por favor - pediu, mas eu não o fiz - Eu não consigo ver-te assim, Patty. O que o meu irmão fez não foi o certo, eu já lhe dei uma bronca por causa disso - disse ela - Abre a porta, por favor, amiga - pediu e, desta vez, eu abri - Patty - disse ajoelhando-se à minha frente e abraçando-me.
- Porquê, Jose? Porque me fazem isto? Eu não entendo - disse chorando.
- Não mereces nada disto, Patty. Eu não entendo como é que o meu irmão te trocou pela Antónia. Ela é horrível, não tem coração, ela até pode ser bonita, mas não passa de uma oca - disse ela.
- Mesmo assim, ele prefere a Antónia - disse eu.
- Eu não entendo é como é que a Antónia está com ele quando ela estava com o Bruno - disse ela.
- O Bruno - disse, lembrando-me que a Antónia estava a namorar com o Bruno antes do Matias me trocar por ela - Eu sou tão egoísta que não me lembrei dele, Jose. Ele deve estar tão arrasado quanto eu - disse limpando as lágrimas que teimavam em cair.
- Ele está, ele também viu a Antónia e o meu irmão a beijarem-se e saiu dali - disse ela.
- Vou ter com ele. Não quero que ele esteja lá sozinho a sofrer, ele também precisa de alguém com ele - disse levantando-me.
- Com toda a certeza que o Gonçalo está lá - disse ela.
- Sim, mas eu entendo o que ele está a passar e aposto que a Antónia fez muito pior do que o Matias me fez a mim - disse começando a caminhar em direção ao pátio.
- Sim, conhecendo a Antónia como a conhecemos, ela deve ter terminado de uma péssima forma a relação que tinha com o Bruno - disse ela acompanhando-me.
- Viste para que lado ele foi, Jose? - perguntei.
- Sim, ele foi para ali - respondeu apontando para o lado direito
- Vamos - disse começando a caminhar.

O Plano Quase PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora