Capítulo 4

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POV Bruno

"Eu não acredito no que eles estão a tentar fazer. Mas eu e a Patty não vamos ficar como culpados nisto, sendo que somos os únicos que estamos a sofrer com tudo isto que eles fizeram e fazem."

- Eu e o Bruno somos só amigos - respondeu a Patty.
- Só amigos, Pato Provinciano? Queres mesmo que acredite nisso? - perguntou a Antónia.
- Antónia, não precisas de chamar-lhe nomes - disse o Matias tocando-lhe no braço.
- Agora queres saber da Patty, Matias? - perguntei.
- Eu nunca deixei de querer saber dela, Bruno. E tu sabes muito bem disso - respondeu ele.
- Não, eu não sei, porque não foi isso que se viu à pouco quando vocês se beijaram em frente à escola inteira - disse eu.
- Chega! - gritou a Patty correndo para dentro da Pretty Land.
- Olhem o que vocês fazem - disse eu e comecei a correr atrás dela.

POV Matias

"Eu não queria deixar a Patty assim. Mas se é verdade que eles tinham alguma coisa antes de eu e a Antónia os deixarmos, porque é que eles não assumem?"

- É incrível ver como vocês conseguem ser. Da Antónia eu já esperava, mas de ti, Matias? De ti eu não estava nada à espera - disse a Jose olhando-me com tristeza.
- Jose, não é isso... - disse eu
- Não é o quê? Olha o que acabaste de fazer, a Patty saiu a correr e a chorar por vossa causa, porque vocês acham que são as vítimas disto tudo, quando na verdade... - disse a Jose.
- Quando na verdade somos, ou por acaso não viste o Bruno a correr atrás do Pato Provinciano? - perguntou a Antónia.
- Nós vimos, Antónia, mas isso é o que qualquer amigo faria ao ver outro amigo no estado em que a Patty ficou - respondeu a Belém.
- Esquece Belém, a Antónia não tem amigos como nós e sabes que mais, Antónia? Não vou ficar aqui a dar corda à tua conversa, porque tu só pensas em ti e nós temos dois amigos que precisam de nós - disse a Jose e o grupo dos populares entrou na escola deixando-nos ali no pátio.
- Já viste isto, Matthew? Eu aposto que eles sabiam que eles estavam juntos, mas estão a ajudá-los a fingir que são vítimas - disse a Antónia.
- Ou talvez nós tenhamos exagerado, Anto - disse eu.
- Exagerado, Matthew? Eles abraçaram-se bem na nossa frente e tu achas que exageramos? Eu devia ter dito poucas e boas àquele Pato da Província - disse ela.
- Anto, calma. Se eles realmente já tinham algo, nós vamos descobrir - disse eu dando-lhe um beijo na testa, demos as mãos e entramos na escola.

POV Patty

Eu corri o máximo que podia, não sabia para onde estava a ir, mas mesmo assim seguia em frente. Quando parei para ver onde estava, percebi que estava em frente ao antigo quarto da minha mãe na zona dos quartos dos professores e trabalhadores da escola e logo entrei, sabia que ninguém me encontraria ali. Sentei-me na minha antiga cama e deixei que as lágrimas escorressem pela minha face, não podia guardá-las, sentir-me-ia pior depois.
Na minha cabeça passavam as imagens do beijo da Antónia e do Matias e da discussão que estávamos a ter em frente a toda a escola. Os meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi batidas na porta, às quais não respondi e logo de seguida ouvi mais algumas.

- Patty, sou eu, o Bruno. Eu sei que, talvez, agora não queiras falar com ninguém, mas eu quero que saibas que estou aqui - disse ele - Eu sei o que sentes, Patty - concluiu.

Não sei bem o porquê, mas levantei-me e abri a porta e lá estava ele, também com os olhos vermelhos, tudo isto nos magoava tanto. Logo o abracei. Ele está aqui para mim e eu quero que ele saiba que estou aqui para ele também. Ainda abraçados, ele empurrou-nos para dentro do quarto e fechou a porta. Quando ia perguntar-lhe o porquê de ter feito aquilo, escuto as vozes do Alan e da Catarina.

- Foi muito mau o que a Antónia e o Matias fizeram à Patty e ao Bruno - disse o Alan.
- Sim, por mais que eu não seja muito amiga da Patty, ela não mereceria nada disto. Nem ela e nem o Bruno - disse a Catarina - Achas que os vamos encontrar? - perguntou.
- Não sei, mas espero que sim. Vamos ver no próximo corredor - disse ele.

O Plano Quase PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora