a arte da conquista

1.3K 160 89
                                    

YEJI

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

YEJI

Eu não sabia que encarar meus desafios matinais seria tão difícil até o dia amanhecer.

Não estou falando de conseguir um emprego, lutar pela igualdade feminina ou vencer algum medo comum. Falo de criar coragem para sair da cama e ir comprar o café da manhã.

Depois do que aconteceu ontem, achei que conseguiria convencer Sunoo – meu irmão mais velho – de que eu nunca mais deveria sair de casa. Afinal, tenho grandes chances de ser atropelada ou tropeçar e cair de cara no chão. Mas ele não comprou a ideia e, pelo contrário, ainda insiste que eu vá.

Na verdade, é bem compreensível ele não ter caído no meu papo, já que qualquer um pode ser atropelado e morrer, qualquer pessoa no mundo.

É um risco que todos nós temos que correr.

Para Sunoo, sou útil apenas quando faço algo que lhe beneficia. E confesso que, mesmo ele sendo insuportável, tento manter uma boa relação com ele e com nossa outra irmã. Mas é difícil aguentar isso quando sou o capacho dos dois.

───※ ·🌷· ※───

Caminhando pelas ruas tranquilas, lembro que hoje é sábado e, consequentemente, à tarde terá treino das meninas do basquete.

Deveria mesmo ir, depois da vergonha que passei na frente da minha paquera? Talvez ela até esqueça meu rosto, afinal, convive com muita gente todos os dias. Não vai lembrar de uma qualquer que cruzou seu caminho.

Com esses pensamentos em mente, percebo que já cheguei ao meu destino. Mas a loja está cheia, e eu provavelmente vou demorar para ser atendida.

Sr. Min estava conversando com um senhor sobre a nova temporada de amoras. Nessa época do ano, elas estão por todos os lados. O que é ótimo, já que amoras são minhas frutas preferidas.

━━ O que deseja? ── Uma mulher que trabalha me pergunta, com aquela mesma cara entediada de sempre.

É como se fosse a única expressão que ela tem: sobrancelhas arqueadas, rugas aparentes, lábios sempre curvados para baixo e cabelos presos num coque frouxo, como se estivesse a ponto de se desfazer.

Aquela típica mulher que está entre os sessenta e a morte.

━━ O de sempre ── digo, tentando manter um sorriso leve para parecer minimamente agradável.

Enquanto ela pega os pães, batuco os dedos na vitrine e encaro os bolos e tortas que haviam ali. Suspiro enquanto penso no quão chato seria aquele dia e encaro o relógio.

Os sábados sempre foram os piores dias para mim. Eu não me dou bem com meus irmãos, então os ver durante um dia inteiro é muito preocupante para mim. Nossos pais sempre nos criaram como rivais que deveriam competir, e não como família. Desde pequenos, competimos com relação às nossas notas, aos nossos brinquedos e até mesmo a quantidade de afeto diária que cada um recebia.

Operação: 𝖢𝗈𝗇𝗊𝗎𝗂𝗌𝗍𝖾 𝖲𝗁𝗂𝗇 𝖱𝗒𝗎𝗃𝗂𝗇 Onde histórias criam vida. Descubra agora