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"Não, isto é impossível!" Eu grito sentindo uma vontade enorme de chorar. Isto não pode estar a acontecer, eu percorri rapaz por rapaz!

"Há qualquer coisa errada, tens a certeza que não te escapou nenhum rapaz?!" O meu primo pergunta e eu abano freneticamente a cabeça mesmo sabendo que ele não me via.

"Sim Jake, eu tenha a certeza!" Eu grito fechando a minha mão livre num punho bem fechado ignorando a dor das minhas unhas a me ferirem a pele.

"Pois, mas tem de haver algo de errado!" Ele grita de volta e eu fecho os olhos sentido várias lágrimas a me molharem o rosto. Não respondo, não tinha forma para tal. "Eu ligo-te mais tarde, vou tentar ver o que falhámos, até lá tenta te acalmar princesa." O meu primo diz antes de desligar.

Atiro o telemóvel para o chão, deixando-o soltar um grito de raiva pelos meus lábios.
Ouço passos apressados vindo do quarto de Fleur e tenso completamente.
Porra, eu jurava que estava sozinha em casa!

"Phoebe?" Ouço uma voz e viro-me rapidamente de costas para essa pessoa.
Oh não ele não. O que ele faz aqui mesmo? Aplico ainda mais força no punho e sinto a dor aumentar ainda mais do que antes, sentindo um líquido quente escorrer pela minha mão. Abrindo os olhos, olho escandalizada para a minha mão quando a vejo coberta da sangue. Só agora reparei que apliquei tanta força que as minhas unhas foram capazes de se encravar na minha carne.

Ouço novamente passos apressados na minha direção e alguém a agarrar firmemente no pulso da minha mão magoada, puxando-me para me virar.

"Matthew larga-me." Eu mando com uma voz rouca mas ele ignora-me puxando-me para mais próximo dele, observando a minha mão coberta de sangue atentamente.

"O que é que aconteceu?!" Ele pergunta irritado e eu suspiro, encolhendo os ombros.

Matthew manda-me um olhar irritado antes de me puxar para casa de banho com ele. Sento-me na tampa da sanita, completamente confusa. Vejo-o a encostar a posta da casa de banho e procurar o kit de primeiros socorros. Observo-o a tirar o material necessário e, cuidadosamente, começar a tratar a minha mão.
Completamente perplexa, deixo-o limpar e desinfetar as minhas feridas.

"O que é que estás a fazer??" Eu pergunto ainda espantada.

"A ajudar-te." Ele diz rudemente como sempre, não olhando na minha direção.

"Porquê?!" Eu não entendo a razão de isto tudo.

"Porque te magoaste sei lá como." Ele responde acusando-me da minha estupidez. Nunca imaginei que a força que estava a aplicar iria me magoar assim tanto.

"Pensei que não te importavas." Eu resmungo inconscientemente.

"E não me importo." Matthew responde sem nunca me dirigir o olhar. Decido ficar calada até ele acabar o curativo.

Enquanto Matthew me limpava e desinfetava cuidadosamente a mão, a conversa do meu primo vem-me à cabeça como um tiro mortal. Sinto os meus músculos ficarem tensos em meros segundos e a minha garganta ficar seca repentinamente. Eu não percebo no que falhei, isto não faz sentido nenhum... Só de pensar na possibilidade de que ele pode até não pertencer a esta universidade dá-me uma dor no coração. Como é que eu vou dizer isto ao meus pais??? Sinto um frio na barriga de puro nervosismo, eu não estou preparada para receber os olhares desapontados dos meus pais. Ele esperam tanto de mim e a única coisa que eles me pediram até agora foi esta merda de tarefa e eu estou a falhar miseravelmente. Sinto-me tão impotente, como se na verdade não valesse nada, estou nisto há já algum tempo e nada, simplesmente não faz sentido, nada disto faz sentido, como é que ele pode ter desaparecido assim?? Ele tem de estar de algures, e eu tenho de encontrá-lo o mais rápido possível.

Searching for him.Onde histórias criam vida. Descubra agora