Searching for him.

1

"Filha, se tiveres algum problema liga-nos logo sim? Apenas respira fundo, vai correr tudo bem." A minha mãe assegura e eu dou-lhe um abraço apertado.

"Está bem. Eu ligo quando chegar." Eu informo despedindo-me dos meus pais.

Respiro fundo antes de entrar no avião. Adoro andar de avião e já conseguia sentir um pouco de adrenalina a me correr pelas veias.
Ao entrar, procuro o meu lugar e um pequeno sorriso aparece no meu rosto quando reparo que a minha cadeira é ao pé da janela.
Eu adoro ir à janela.

O meu nome é Phoebe Freya Miller. Tenho 18 anos e nasci na Grécia. Agora mudei-me para Inglaterra porque consegui entrar na universidade de Oxford, um grande sonho meu.
Infelizmente sou filha única pois a minha mãe não conseguiu engravidar depois de mim o que foi uma grande tristeza para os meus pais.
Para mim também porque eu sempre quis ter um irmão mais novo, fosse menino ou menina.
Este é o meu primeiro ano na universidade e eu sinto-me ligeiramente nervosa. Não conheço ninguém por isso é sempre um pouco assustador. Todos temos medo do desconhecido.

Arregalo os olhos quanto entendo que já aterrámos. Recebo alguns olhares esquisitos de várias pessoas do avião, devem pensar que eu sou maluca, está toda a gente a se despachar para sair e eu aqui feita maluca a olhar para o assento da minha frente como se fosse a coisa mais interessante do mundo. Mas na verdade eu só estava perdida nos meus pensamentos.
Abano a cabeça rindo baixinho dos meus pensamentos. Sou mesmo tonta, natural que pensem que sou maluca.

Levanto-me agarrando nas minhas coisas caminhando até à estação de táxis. Bato impacientemente com o pé no chão inúmeras vezes enquanto esperava que um maldito taxista chegasse.

"Finalmente." Resmungo comigo própria quando avisto ao longe um.

Entro no carro depois do homenzinho me ajudar a meter a várias malas dentro do carro.

"Para onde menina?" O velho taxista pergunta passando um lenço na sua testa para limpar o seu suor.
Não consigo em evitar sentir-me um pouco culpada. Eu podia ter ajudado mais o homem com as malas mas eu estava a divertir-me à brava a ver a cara de sofrimento do pobre homem do tamanho de um hobbit.

"Uhm, para aqui." Eu informo dando-lhe um papel onde estava a morada da minha nova casa.

Iria viver num apartamento perto da universidade. Optei por um apartamento porque não me agradava a ideia de ter de partilhar um quarto na universidade mas de nada adiantou porque irei também partilhar este apartamento com uma rapariga que eu não conheço de lado nenhum.

"É bom filha. Assim arranjas amigos mais depressa."

A voz do meu pai ecoa na minha cabeça fazendo-me revirar os olhos. Eu sentiria-me muito mais confortável se tivesse o apartamento só para mim mas os meus pais não me deram outra opção. Espero que pelo menos a rapariga seja amigável.

Suspirando, dou o dinheiro ao velho taxista recebendo um sorriso cansado.
Com as malas à minha volta, observo o edifício à minha frente.
Wow. Fecho a boca e passo a mão limpando a pouca baba que soltei.
O apartamento é lindo! E tenho a certeza absoluta que era tudo menos barato. Eu disse aos meus pais que não era preciso grande coisa mas pessoas exageradas como eles são só podia esperar uma coisa destas.

Destrancando a porta entro um pouco com dificuldade devido às inúmeras malas que trouxe comigo entrando depois no elevador. Carrego no botão que indica quarto andar e respiro fundo várias vezes, rezando para que a rapariga com que terei de dividir o meu apartamento não fosse assim tão má.

Fecho os olhos e faço figas antes abrir a porta e olho espantada à minha volta.
Wow, a casa está tão bem decorada! Adoro! Terei de agradecer aos meus pais apesar de tudo.

"Quem és tu?" Ouço uma voz e viro-me encarando a rapariga à minha frente.
Oh deve ser ela.

"Ahm... Eu sou a outra rapariga que ahm t-" eu começo e ela interrompe-me.

"Oh sim claro!" Ela exclama batendo com mão na sua testa, fazendo-me rir ligeiramente. Não parece má. "Eu chamo-me Fleur Leonie Blythe e tu és?" Ela pergunta com um sorriso encantador. Acho que nos vamos dar bem.

"Phoebe Freya Miller." Eu digo educadamente e o seu sorriso ainda aumenta mais.

"Oh meu Deus! Adoro o teu nome!" Ela exclama aos saltinhos e eu controlo-me para não rir as gargalhadas.

"Aw, obrigada!" Eu agradeço sentindo as minhas bochechas ganharem cor.

"O teu quarto é aquele ali." Ela aponta educadamente para uma porta em tons de branco e eu assinto. "Podes instalar-te à vontade enquanto que eu te faço um lanchinho." Ela digo saltando até à cozinha.
Rio baixinho caminhando até ao meu quarto. A rapariga é adorável.

Mal entro no meu quarto encosto a porta atrás de mim e fico surpreendida com o tamanho deste. Tens cores leves e clarinhas como azul bebê, Rosa e um creme que me deixou de boca aberta.
Novamente, e como disse ainda há bocado, terei de agradecer aos meus pais.
Depois de arrumar todas as minhas tralhas, sento-me na cama e olho em volta.
De todas as coisas do meu quarto o que eu mais gostei fora a minha cama. Parecia aquelas camas enormes de princesas que aparecem nos filmes.

Levanto-me e vou em direção à cozinha. Conseguia sentir o delicioso cheiro a panquecas enchendo a minha boca de água. Não tinha reparado a fome que tinha até agora.

"Fleur posso ajudar?" Eu pergunto sentido-me culpada por não estar a ajudar em nada.

"Nah,nah,nah! Deves estar exausta por isso senta-te aí!" Ela diz e eu assino faço.

"Então Oxford ahm?" Ela pergunta e eu sorrio. "Entusiasmada parceira?"

"Sem dúvida!" Eu digo entusiasmada fazendo-a rir levemente.

"Eu sinto-me um pouco nervosa." Ela confessa e eu percebo-a perfeitamente. Também estou tal e qual como ela. "Mas sei que vai correr tudo bem." Ela finalizada e eu assinto.

Depois do lanche e de tudo arrumado eu e Fleur passamos o resto do dia juntas. Fiquei feliz ao perceber que partilhávamos os mesmos gostos e os mesmos costumes de vida mas também fiquei a saber que Fleur é uma rapariga muito popular. Ela dirige o jornal da universidade o que é super porreiro.
Fiquei ainda mais feliz quando a minha nova amiga me perguntou se eu queria trabalhar com ela no jornal e eu nem pensei duas vezes em aceitar!
Sem sombra de dúvidas que nos vamos dar muito bem.

Fleur já se tinha ido se deitar e eu suspiro entrando no meu quarto, trancando a porta atrás de mim.
Suspiro novamente agarrando em todas as pistas e fotografias que tinha afixando na parede.
Amanhã as aulas começam e eu terei de estar atenta para ver se o encontro.
Olho para a parede e um grunhido de frustração escapa dos meus lábios.
Já estou nisto há quase três anos e nada.

Agarro no telemóvel e ligo ao meu pai.

"Filha." Ele sauda.

"Pai."

"Então?"

"Primeiro, obrigada. Adorei o apartamento e a rapariga é adorável." Eu digo e eu sinto o meu pai a sorrir da outra linha.

"De nada filha, sabes que faremos de tudo para o teu bem estar, mas, para além disso, tens algo mais para me dizer?" Ele pergunta e sei perfeitamente que se está a referir a ele.

"Não pai," eu digo suspirando. "Ainda não, tens que me dar tempo. Este é o meu primeiro dia, estou longe de encontrá-lo. Além disso, ainda não conheci ninguém para além de Fleur."

"Sim, tens razão. Mas qualquer coisa diz." Ele ordena e eu assinto mesmo sabendo que ele não me podia ver.

"Não te preocupes. Manda um beijo à mãe." Eu digo antes de desligar.

Deito-me na minha cadeira completamente exausta.
Eu não sei como é que vou fazer isto, mas não posso falhar, tenho de fazer isto pelos meus pais.