LEI DA ATRAÇÃO E SIMPATIAS

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Me chamo Gabriela, moro em São Paulo. Meus amigos me chamam de Ella, e muitas vezes até brincam me chamando de Tinderella por causa de que, de acordo com eles, eu estava louca para conseguir um namorado.

    Eu costumava me encontrar com eles na faculdade, no mesmo ambiente que encontro Tom. Todos o chamavam de Tobias, pois esse era o nome dele, Tobias Figueiro da Penha Rocha. Mas eu gostava de chamá-lo de Tom, como um apelido carinhoso.

    Na verdade,  foram poucas as vezes que conversei com ele,  eu só o chamava de Tom para meus amigos.

    Eu amava ficar admirando-o no intervalo. Nas matérias que tínhamos juntos, eu não tirava os olhos dele um minuto sequer.

    Teve uma noite que eu estava deitada em minha cama, rolando a página do Instagram, até que nas sugestões para seguir apareceu a conta dele.

    Eu não fazia ideia de que ele  tinha Instagram. Quando me dei conta, eu já estava seguindo, e em um piscar de olhos, eu estava olhando foto por foto. Em algumas semanas, estas fotos estavam impressas e coladas dentro de meu armário. E em questão de pouco  tempo, havia milhares delas espalhadas pelo quarto.

    Teve uma noite, que minha amiga, Julia, veio dormir na minha casa. Quando ela entrou em meu quarto, ficou sem reação ao saber que não era apenas o plano de fundo do meu celular que possuía uma foto dele.

Em outra noite, abraçada no meu travesseiro, da qual fantasiava toda noite de que era ele dormindo ao meu lado, percebi que estava perdidamente apaixonada por aquele garoto.

    Foi aí que a sensação de admiração acabou. Eu comecei a amar ele. As fotos não eram mais o suficiente, eu queria mais.  Eu queria ele.

    Meus amigos já estavam preocupados e assustados com esse meu comportamento, mas tentaram normalizar depois de mim repetir diversas vezes que estava tudo bem.

    Em uma tarde nublada, eu estava esparramada no sofá da sala assistindo alguns vídeos no TikTok. Até que encontrei um vídeo falando sobre a Lei da atração.

    A Partir daquele dia comecei a praticar lei da atração, para atrair os sentimentos dele por mim.

    Quando comecei a perceber que isso não estava funcionando da maneira que deveria, parti para as simpatias. Papéis, velas, fitas...

    Continuava não funcionando. Foi quando meu travesseiro da qual eu dormia abraçada começou a cheirar mau.

    No começo pensei que fosse por ele ter ficado um tempo dentro do meu armário, mas com o tempo, o cheiro foi ficando mais forte e amargo.

    Finalmente tirei a preguiça do corpo e resolvi lavar aquele travesseiro. Quando tirei da cama, tive muita dificuldade para levar até a lavanderia da minha casa, estava mais pesado do que um travesseiro normal.

    Quando cheguei na lavanderia, me dei conta de que não era o meu travesseiro que eu estava carregando. Era o corpo de Tom em decomposição.

    Isso não fazia sentido, eu havia visto Tom na Faculdade de manhã, e aquele corpo já aparentava estar assim por uma semana.

    Foi aí que me toquei, a pessoa que vi de manhã não era Tom. A pessoa da qual tinha visto nem sequer existia mais. Era minha cabeça pregando peças em mim para tentar ignorar o fato de que a lei da atração e as simpatias atraíram sim Tom. Mas o tom que tinha falecido a alguns dias em um acidente de Moto.

    Tom havia aparecido na minha casa algumas semanas atrás dentro do meu armário. Quando abri a porta para pegar meu pijama, Tom caiu sobre mim já morto.

    Eu não quis avisar as autoridades e nem me livrar do corpo de Tom, eu finalmente tinha ele só para mim.

    Eu não precisava mais fantasiar que meu travesseiro era o Tom, agora eu realmente poderia dormir abraçada com ele em carne e osso.

    Fiz um esforço para levar Tom de volta para meu quarto, e assim que larguei-o na minha cama, jurei em voz alta que ele seria meu, e apenas meu, até que minha morte nos separe.





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Contos da Madrugada - DoditinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora