o pontapé

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Uma mão trêmula e insegura percorria da base das minhas costas até em cima, aqueles olhos castanhos me fitavam com curiosidade e culpa.
- Desculpa, achei que você tivesse atrás de mim e de repente você não estava - eu olhei pro rosto dele, a expressão de medo, ele estava com medo que eu me perdesse? Ele se preocupa comigo? Os olhos e as sobrancelhas curvadas, a boca ... Eu queria beijar ele. Depois de dois minutos nos encarando e contendo meus desejos mais impuros nós demos mais uns dez passos de mãos dadas na direção do palco.

- Já chega, acho que aqui ja é suficiente. Você ta bem mesmo?

- To bem Shin, obrigada por se preocupar.

Ele sorriu afetuosamente pra mim e minhas pernas quase perderam as forças. Ele tinha mãos grandes e apertava a minha com força, eu não queria que ele soltasse nunca.

- Então você gosta de Kid abelha? - pergunto

- Não muito pra te falar a verdade.

- Então porquê quis vir comigo? - eu sinceramente também não gosto muito mas, era uma oportunidade...
Shin pigarreou, ele estava pensando cuidadosamente em uma resposta que não deixasse em evidência suas intenções. Ele respirou fundo.
- Porquê você queria vir, seria perigoso você entrar no meio de uma multidão dessas sozinha.

- Entendi - sorrio e ele sorri em resposta

- Shin, eu sei que fizemos um grande esforço para estar aqui, mas to me sentindo agoniada no meio de tanta gente. - ele acenou em afirmação com a cabeça e me conduziu, ainda segurando forte minha mão, pra fora dali.

- Aqui ta melhor? - ele pergunta.

Respiro fundo.

- Sim, eu já estava ficando sufocada.

- Eu também.

Nós estavamos em um banco embaixo de um Ypê amarelo, afastado o suficiente pra eu conseguir respirar. Eu olho pra baixo e vejo que Shin ainda segura minha mão.

- Ah, desculpa eu nem tinha percebido. - Shin soltou a minha mão e se sentou no banco, então eu me sentei ao lado dele até que minha barriga começou a roncar alto até demais.

- Você ta com fome? - Shin estava se contendo pra não rir.

- Ah, um pouco - respondi envergonhada

- Então vamos comer senhorita. Acho que seria muito apropriado se eu segurasse sua mão de novo, certo?

- Humm, mas não estamos mais na multidão.

- Hum, é verdade. Mas e se passar alguém correndo e tentar te roubar de mim? - Se alguém tivesse me atingido com uma bola na cabeça eu nem sentiria, eu estava flutuando nas nuvens. Sem um pingo de relutância agarrei a mão dele e concordei com a cabeça.

- Você está coberto de razão senhor.
Shin sorriu pra mim e foi como ver uma estrela de perto, os olhos castanhos me hipnotizavam e me puxavam cada vez mais pra perto me instigando a desvendar aquela imensidão de sentimentos que tomavam conta de mim.

Paramos em um pub e eu resolvi ligar pra J e pra Emily e saber como elas estavam.

- Bom, você conhece a Emily, paramos em um barzinho pra comer e ela ta morta de bêbada. Acho melhor eu levar ela pra minha casa se não a mãe dela vai matar ela. Você quer se encontrar com a gente e ir também Haven?

Olhei pro Shin e eu realmente não queria que nossa noite terminasse ainda.
- Não, eu posso voltar de Uber. Cuida bem dela viu J? E não deixa ela beber mais nada.

- Hummm, então você gostou dele mesmo. - J estava rindo, e eu conseguia ouvir a risada bêbada da Emily no fundo - Okay Haven, toma cuidado também viu, e... - pausa - usem camisinha.

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⏰ Última atualização: Jan 25, 2022 ⏰

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