a intesidade pode ser vilã

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" me perdi onde não podia"

Iara Fonseca

Já são exatas uma e meia da madrugada, Alex eu nem sei onde se enfiou. Eu estou meio tonta, bebi um pouco mais que deveria e vomitei tudo, agora tô aqui sentada em um quiosque enquanto David foi pegar água

- Aqui- diz ele me entregando a água- acho melhor irmos pra casa!

- Eu não quero- digo risonha- se eu entrar desse jeito em casa meu pai vai falar horrores no meu ouvido - digo brincando com um canudo

- Então vou te levar pra minha casa! Mas aqui você não pode ficar, você já passou da cota de bebida

- Ah não- digo resmungando

- Não adianta reclamar! Vou procurar o Alex pra gente ir. Não sai daqui- disse ele levantando da mesa

- Vou pedir um açaí- digo abrindo a bolsa e pegando a carteira- Vish, gastei todo meu dinheiro. Girl, give me an açaí please, that friend of mine who was here will pay (Moça, me dá um açaí por favor que aquele meu amigo que estava aqui vai pagar)
- digo rindo, sabia que era errado, mas tô nem aí. Já não tava raciocinando direito mesmo

- can you complete? ( pode completar?) - perguntou a moça enquanto preparava o açaí

- Yes, but remove the jelly beans and oats ( sim, mas tira a jujuba e a aveia)- digo meio sonolenta

- Alex disse que vai ficar mais, não quer ir embora agora, fez novos amigos aí. Disse que vai pedir um motorista depois - disse David chegando ao meu encontro

- Ah, pera aí! Pedi um açaí, e você que vai pagar porque tô sem dinheiro- disse rindo e a cara dele foi impagável, ainda bem que ele riu

- Misericórdia, ainda bem que foi só um açaí e não uma roupa da gucci - disse ele rindo

- here is princess ( aqui está princesa) - disse a moça do quiosque me entregando o açaí

Peguei meu açaí e fomos em direção ao seu carro

- Não queria ir pra casa, chato- digo resmungando enquanto aprecio lentamente meu açaí

- Mas você tem que ir, já são duas da manhã e definitivamente você está com sono e se bobear iria voltar a beber

- Já que você não quer ir pra sua casa, vou te levar pra minha. Meus pais estão viajando e tem dois quartos de hóspedes lá em casa, espaço não falta. Amanhã de manhã te levo em casa

- Você tá parecendo minha babá, que falta faz meu carro! - digo e logo em seguida derrubo uma colher de açaí em mim- Cacetada, que merda! Vai manchar minha blusa branca- digo tirando depois do acidente acontecer

- Tá doida? Veste isso, menina! - disse ele ao me ver tirar a blusa e ficar de sutiã

- Cara, tu já me viu de biquíni, heuen. Parece maluco, até parece que nunca viu- digo aborrecida

- Tá né... - disse ele rindo

- Chegar lá vou direto lavar a blusa. Que merda

Não demorou muito pra gente chegar, assim que cheguei já fui indo lavar minha blusa

- Onde fica o banheiro? Quero lavar a blusa- pergunto assim que ele abre a porta de casa

- Fica ali na frente naquela porta branca. Única porta daqui debaixo. Vai lá lavar enquanto isso vou procurar alguma roupa pra você dormir

- Não precisa! Pega só um blusão que eu durmo com esse short mesmo - digo

- Beleza- disse ele subindo as escadas, enquanto isso fiquei percebendo o quanto a casa era bonita, eles tem grana mesmo

Lavei a blusa, não ficou mancha nenhuma, ainda bem. Era uma das minhas blusas favoritas

- Aqui, vê se fica boa- disse ele me entregando uma blusa que provavelmente era sua com estampa do Bob esponja

- Vai ficar boa, qualquer blusa que seja maior que eu fica ótimo pra dormir - disse sorrindo

- Deixa eu pendurar essa blusa e já te levo pro quarto- disse ele pegando a blusa molhada em minhas mãos

- Nem parece aquele garoto chato quando era criança- digo baixo em meus pensamentos

- Vamos, vem sobe comigo. - disse ele me dando a mão - Vou te deixar nesse quarto aqui, tem banheiro e uma cama boa. Espero que durma bem- disse ele abrindo a porta de um dos quartos imensos

- Obrigada viu? Desculpa o incômodo

- Para, incômodo nenhum. Aqui o controle do ar condicionado, tá calor hoje- disse ele pegando o controle e ficando de frente pra mim e ficou um silêncio estranho

- Posso deixar a luz do banheiro acesa? Tenho um pouco de medo de escuro quanto tô sozinha e esse quarto é bem escuro- pergunto

- Pode sim! Qualquer coisa só me chamar. Acho que você não precisa de um banho, a menos que queira. Já parece mais sóbria

- Você que pensa. Ainda tô meio sem noção, só tô tentando ser educada- digo rindo e ele retribui

- Você tá com sono? - pergunta ele

- Por incrível que parece agora não, acho que todo aquele açúcar do açaí me despertou um pouco, mas jaja durmo- digo me sentando na cama

- Quer que eu fique aqui até você dormir? - perguntou, foi meio estranho porque sei lá, ele ficar ali até eu pegar no sono... penso, mas digo que sim

- Pode sim- digo e então ele se senta ao meu lado da cama

- Enfim... mas como anda a vida amorosa? - perguntou ele quebrando o silêncio

- Ah, acho que nem pra frente, nem pra trás. Tá parada mesmo- digo rindo

- A minha começou a desandar desde de quando eu comecei a gostar de você com seis anos, depois da sua rejeição foi só derrota- diz ele me surpreendendo

- Você gostava sério? Achei que era só coisa de criança- digo rindo meio sem graça

- Gostava mesmo, até o dia que você me disse um " não " bem grande na minha cara! Mas você sempre foi a garota dos sonhos ou então era porque você era uma das poucas meninas no meu ciclo social - disse ele rindo

- Nossa, sei nem o que dizer

- Não era pra ser naquela época, aliás éramos duas crianças né, e depois também nunca mais se vimos, mas sinto algo bem legal com você- disse ele olhando pra mim

- Também sinto. Você não é mais um bobão chato - digo rindo

- Que bom né- disse e permaneceu um silêncio, até eu tomar uma decisão na qual não esperava

Beijei ele!

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Minha VênusOnde histórias criam vida. Descubra agora