Capítulo 1

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POV
Amber

"ATERRISSAR É SIMPLESMENTE SE JOGAR NO CHÃO E TORCER PARA NÃO ERRARO ALVO"

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"ATERRISSAR É SIMPLESMENTE SE JOGAR NO CHÃO E TORCER PARA NÃO ERRAR
O ALVO"

— Chegamos — disse Philip quando passamos pelos picos de várias montanhas, tirando uma das mãos do manche e apontando para um pequeno amontoado de casas ao longe. —Healy, Alasca. Finalmente, lar, doce lar. — Ah. Uau. Parece pequena.

Parece ser uma cidade muito pequena, menor do que o bairro onde eu morava em San Diego. Para não comparar com a cidade inteira.

Mesmo assim, é difícil ver qualquer coisa daqui de cima. Não por causa das montanhas que se erguem feito monstros há muito esquecidos, mas porque estamos no meio de uma névoa seca estranha a que Philip se refere como o "crepúsculo civil", embora mal tenha passado das cinco horas. Mesmo assim, consigo enxergar bem o bastante para perceber que a dita cidade para que ele aponta está cheia de prédios que não combinam uns com os outros e estão agrupados de maneira meio aleatória.
Eu finalmente decido qual palavra vou usar.

— Interessante. Parece interessante. —
Não é a primeira descrição que pipocou na minha cabeça, de maneira alguma; foi o velho clichê de ser o lugar onde Judas perdeu as botas. Mesmo assim, foi a mais educada, conforme Philip se aproxima ainda mais da terra firme, preparando-se para o que tenho quase certeza de que vai ser outro incidente infeliz na lista de incidentes infelizes que me assolam desde que embarquei no primeiro de três aviões, dez horas atrás.

Minhas suspeitas se confirmam quando me deparo com o que se passa por aeroporto nessa cidade de mil habitantes (valeu, Google), momento em que Philip diz:

— Segure, Amber. A pista de pouso é curta, pois é difícil manter uma pista longa sem neve durante muito tempo aqui. Vai ser um pouso rápido.

Não faço ideia do que significa "pouso rápido", mas não me parece algo bom. Assim, eu me agarro à barra que está na porta do avião, que tenho quase certeza de existir exatamente por essa razão, e seguro firme conforme descemos cada vez mais.

— Muito bem, garota. Vamos ver o que consigo fazer — diz Philip. O que, inclusive, é algo que definitivamente está entre as cinco principais coisas que você jamais quer ouvir seu piloto dizer durante um voo.

O chão cresce branco e inclemente abaixo de nós, e eu fecho os olhos.

Segundos depois, sinto as rodas tocarem o chão. E Philip aciona os freios com tanta força que sou jogada para a frente rapidamente; o cinto de segurança é o único obstáculo a impedir que a minha cabeça arrebente o painel de controle.

O avião geme — não sei exatamente qual parte está soltando esse choro agoniado, ou se são todas as peças em um mesmo coral fúnebre; por isso, me esforço para não me concentrar nisso.

Em especial quando começamos a derrapar para a esquerda. Mordo o lábio e mantenho os olhos firmemente fechados, mesmo quando o coração ameaça explodir meu peito. Se isso é o fim, não preciso vê-lo chegando.

𝘿𝙚𝙨𝙚𝙟𝙤 // 𝙑𝙞𝙣𝙣𝙞𝙚 𝙃𝙖𝙘𝙠𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora