🩸𝑶𝒏𝒅𝒆 // Meu mundo mudou por completo quando entrei na Academia Katmere. Este lugar e os alunos que estudam aqui são muito estranhos.
Aqui estou eu, uma simples mortal entre deuses... ou monstros. Ainda não consigo decidir a qual dessas facçõe...
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"RAINHAS VAMPIRAS NÃO SÃO AS ÚNICAS QUE TÊM UMA MORDIDA DOLORIDA"
Determinada a não deixar que essa competição de olhares, que mais parece uma demonstração de dominância, avance muito mais, procuro à minha volta por algo capaz de quebrar a tensão. E decido responder a única frase que ele realmente disse para mim até agora.
— Quem tem uma mordida dolorida?
Ele estende a mão para um ponto atrás de onde estou e pega a peça que deixei cair, segurando-a para que eu a veja.
— Ela não é muito legal. — Eu o encaro.
— Ela é uma peça de xadrez. — Os olhos de obsidiana dele reluzem.
— E isso significa o quê?
— Significa que ela é uma peça de xadrez. É feita de mármore. Não pode morder ninguém. Ele inclina a cabeça num gesto de nunca se sabe. — "Há mais coisas entre o céu e o inferno, Horácio, do que sonha a nossa vã filosofia."
— Terra — eu o corrijo, antes que consiga me conter. — De maneira inquisitiva, ele ergue uma sobrancelha negra como a meia-noite, e então eu prossigo: — A frase é "Há mais coisas entre o céu e a Terra, Horácio".
— É mesmo? — O rosto dele não muda, mas há um tom zombeteiro em sua voz que não estava ali antes, como se eu tivesse cometido o erro, não ele. Mas sei que estou certa. Na matéria de língua e literatura inglesa, terminamos de ler Hamlet mês passado e a professora passou uma eternidade falando dessa citação. — Gosto mais da minha versão.
— Mesmo que esteja errada?
— Especialmente porque ela está errada.
Não faço a menor ideia do que isso deveria significar, então simplesmente balanço a cabeça. E fico me perguntando o quanto vou ficar perdida se sair para procurar Macy e o tio Finn agora.
É provável que bastante, considerando o tamanho deste lugar, mas estou começando a pensar que eu devia arriscar. Porque, quanto mais tempo passo aqui, mais percebo que esse rapaz é tão aterrorizante quanto intrigante.
Não sei qual das duas opções é pior. E, a cada segundo que passa, tenho menos certeza de que quero descobrir.
— Preciso ir. — Forço as palavras a saírem, e nem me dou conta que estava com a musculatura da boca retesada.
— É, precisa mesmo. — Ele dá um passo curto para trás, indicando a sala de convívio pela qual Macy e eu passamos há pouco. — A porta fica daquele lado. Não é a resposta que eu esperava, e isso me deixa desconcertada.