01: estou vivo

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     Aron Thompson

Eu não morri.

O que no momento não é agradável, meu corpo dói, cada parte dele como se estivesse sido atropelado por um caminhão, dói respirar, parece que o meu peito vai se parte ao meio, meu olho dói com a claridade do local e minha garganta está seca, ao menos estou vivo, e não faço ideia de como isso é possível.

Por algum motivo desconhecido ainda estou vivo e tudo voltou a funcionar, mas estou sem sapatos, não estou na casa secreta e a mochila com flores desapareceu.

Encaro o teto branco do local tentando me recordar do que aconteceu, tem vários fios que vai do meu corpo até aparelhos, que fazem um barulho irritante, até entra uma mulher vestida com uma roupa branca pela porta tirando minha atenção dos aparelhos.

-Aron Thompson?- pergunta á mulher,ela é baixa de cabelos curtos,com um óculos de armação preta gigante que me lembra a Edna de " Os incríveis "até riria se minha garganta não estivesse tão seca.

- Me chamo Elaine, sou psiquiatra.- depois de um longo suspiro ela continua. - Estou aqui pra acompanhar seu caso, com o objetivo de limpar seu organismo de substâncias químicas ilícitas, para garantir uma boa qualidade de vida.- completa ela automaticamente como se fosse um robô.

Olho ao redor tentando processar todas aquelas palavras,tem um quadro na parede, com um desenho de flores familiar demais para mim.

- Onde eu estou ?

- Clínica Geral de Nova Utopia - diz parecendo de saco cheio dessa conversa.

- Clínica geral? - pergunto um confuso nesse momento parece que estou em outra dimensão. - Oque eu estou fazendo aqui ?

- Você teve uma overdose, uso exagerado de álcool e substâncias ilícitas causam esse efeito.

- Overdose?

- Aí meu Deus!- diz irritada - É overdose, adolescentes ricos babacas- ela sai resmungando.

Em seguida a psiquiatra mal humorada sai da sala me deixando sozinho com meus pensamentos, de repente começo me lembrar da noite de ontem, briguei com meu pai,fumei maconha, usei heroína,fui para a casa secreta, bebi uma garrafa de vodka e apaguei.

Quem me tirou de lá? Como vim parar aqui ?

Sou tirado dos meus pensamentos quando minha mãe entra na na sala, ela está impecável como sempre, roupa elegante, cabelos alinhados como uma devida dama, mas seus olhos estão cansado como se não tivesse uma boa noite de sono a séculos.

- Como você está ? - pergunta em um suspiro cansado.

- Confuso - repondo sincero.

- Previsível ,me alertaram sobre isso.- fala desviando sua atenção para o outro lado da sala

- Então mãe - chamo sua atenção fazendo-a olhar pra mim. - Oque aconteceu?

- Você teve uma overdose Aron, simples.-

- Como assim uma overdose? E como assim "simples "- pergunto me sentindo angustiado com a falta de respostas.

- Eu que lhe pergunto Aron, Como assim uma overdose? - diz com um tom de voz mascarado de tranquilidade,mas suas feições esbanja nervosismo - Você tem ideia do que tá fazendo com a sua vida ? - pergunta do seu jeito extremamente controlado.

- Olha eu não entendi oque tá acontecendo, e parece que você não tá nem um pouco afim de me explicar, que tal eu sair dessa clínica e ir para casa ?- pergunto já agoniado pra sair de cima dessa cama.

- Não Aron.- Diz com a voz firme.

- Não oque?

- Você não vai ir pra casa.- diz como se fosse a coisa mais simples do mundo.

- Como assim não vou pra casa ? - digo prestes a arrancar todos esses fios do meu braço e sair desse local.

- Você vai ficar aqui um tempo - olho pra ela perplexo e ela continua - Você vai ficar aqui até tratar seu vício.

- Eu já disse que não sou um viciado. -

- Ótimo, então não aja como um - diz em um quase grito. - Aron eu sei que é difícil mas é pro seu bem meu amor. - fala com a voz doce e calma.

- Isso não é necessário mãe.- falo já sem forças pra discutir - Eu já estou bem. - afirmo.

- Sim Aron, é necessário sim. Você vai ficar um tempo aqui,sem discussão.-

Logo em seguida ela sai me deixando na sala completamente sozinho e repleto de dúvidas.

A heroína é uma droga ilícita que causa rápida sensação de prazer, seguida de bem-estar e sonolência. Ela é considerada um opiáceo, produzida a partir de papoulas, de onde é extraído o ópio, que será transformado em morfina e, depois, refinado até se transformar em heroína
fontes: senhor google

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