Prólogo

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—~Quadribol~—


 Os jogadores cortavam o ar do campo de quadribol com zumbidos. A partida estava acirrada, Sonserina e Lufa-Lufa empatados com duzentos pontos. Escórpio Malfoy, apanhador da Sonserina, cruzava o campo com a maior velocidade do mundo atrás do pomo de ouro que, para nós da arquibancada, era apenas um pontinho dourado zunindo no céu. Harry Smith, apanhador da Lufa-Lufa, estava logo atrás. Ambos pareciam completamente dedicados a capturarem o pomo, e já era de se esperar. A partida estava indo para sua terceira hora consecutiva e, a cada minuto, a cada ponto, as equipes ficavam mais e mais ansiosas pelo final.
Minutos depois os dois mergulharam por entre os aros, onde um balaço passou muito perto da cabeça de Escórpio, e pararam ao aterrisar. Houve um silêncio, os outros jogadores também pararam para observar a cena. Quando a areia baixou Madame Hooch apitou. A partida acabou.
"Escórpio Malfoy capturou o pomo!" Anunciou Michelle Edwards, a nova comentarista de Quadribol. "Sonserina venceu!"
 A arquibancada foi ao êxtase. Gritos, aplausos, até uns fogos de artifício verde saíram de algumas varinhas perdidas, espertando os olhares raivosos da diretora McGonagall.
 E, daqui, meu olhar encontrou o de Escórpio. Ele parecia o cara mais feliz do mundo. Passara o último mês preocupado com esse jogo, foram noites sem dormir direito e treinos durante horas a fio. Até mesmo quando o restante do time estava descansando. Mas tudo teria valido a pena.
Ele não fazia ideia de como ficava lindo assim, contente.
 Ao me ver, seu sorriso aumentou e pude vê-lo lançar um discreto beijo, concluí que, pela excitação, ninguém mais da arquibancada viu o gesto. Exceto por minha prima, Rosa Weasley e atual interesse romântico de Escórpio. A garota retribuiu o beijo e não pude deixar de sentir uma pontada de ciúme da cena.

***

 Na sala comunal, a festa continuava. Sonserina estava classificada para jogar na final da Copa de Quadribol. A casa estava em festa.
— O que achou? — Uma mão gelada me puxou pelo braço para o vazio dormitório masculino. O cabelo de Escórpio estava desajeitado pelo vento, dando ao garoto um ar cômico, mas ao mesmo tempo continuava extremamente atraente.
— Você foi o melhor apanhador que eu já vi na história! — Respondi com excitação.
 Ele sorriu debochadamente pra mim e respondeu:
— Não vem com essa, você é filho de Harry Potter.
— Isso não exclui o fato de você ter sido incrível hoje. — E então sorri. E ele sorriu de volta. E ficamos assim por um tempo, encarando um ao outro em silêncio, até se tornar constrangedor.
— Obrigado, Alvo. — Escórpio corou e encarou o chão.
 Não pude deixar de sentir um calor se espalhar pelo meu rosto e também desviei o olhar dele.
— E o beijo que você mandou pra Rose do campo. — Soltei, na tentativa de dissipar aquela sensação estranha. — Tenho certeza que ela também ficou feliz.
— A-Alvo… — Gaguejou. E pude perceber seu rosto ficar quase roxo. — O beijo não foi pra Rose… F-foi pra… V-você.
O que aconteceu depois disso vive na minha mente até hoje. Escórpio me puxou para mais perto e me beijou, ali mesmo. Sentados em sua cama. Ao som dos gritos de comemoração dos outros alunos.

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