7 | forbidden dream

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BEVERLY BALDWINpoint of view

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BEVERLY BALDWIN
point of view.

Fiquei estática, sem saber bem o que dizer.

Queria entrar correndo em casa, mas a verdade é que não conseguia sequer me mover sob o olhar duro e repreensor de Chloe.

— Eu estava mesmo trabalhando em algumas planilhas, mas terminei mais cedo do que imaginava e fui para o Hyde Park. — Vinnie tinha uma postura plácida, serena.

— Sem me convidar Vincent? E o que a pirralha tem a ver com isso? — A hostilidade de Chloe me fez encolher.

Eu poderia revidar, mas no fundo me sentia culpada, pois tirei Vinnie de seus afazeres e agora eles estavam brigando.

— Não a trate desse jeito. — Vinnie rosnou baixo. — Beverly, entre por favor. — Ele me olhou de lado, juro que por mim já estava lá dentro há muito, muito tempo atrás, mas como se saía do lugar mesmo?

— Não Beverly, fica. Quero saber porque raios uma ninfetinha anda convidando meu namorado para passeios. Vamos, abre a boca garota. — Ela deu dois passos para a frente, Vinnie estava no caminho, bloqueando-a.

— Foi só um show. Você está bancando a criança ciumenta. — Ele disse encarando-a, mas ela nem piscou.

Se chacoalhou livrando-se das mãos dele em seus ombros.

— E por falar em criança. — Sorriu de lado, em uma clara direta para mim, Vinnie parecia tentar manter o controle com muita dificuldade. — Existe telefone Vincent Hacker, poderia ter me ligado e nós iríamos juntos.

— Claro que não! — Ele se irritou de verdade, quase gritando. — Você diria que não gosta de lugares cheios, que liguei em cima da hora, que não gosta daquele tipo de música e mais uma infinidade de desculpas esfarrapadas, no entanto, se os idiotas da tua turma te ligam, você corre até de pijama se for preciso e se enfia no bar mais asqueroso de Seattle com eles. — Percebi que Vinnie se inclinava pra cima dela, e vi pela primeira vez ela se abalar um pouco.

— Vai ver porque são ótimas companhias. — Ela não quis ficar por baixo, achei aquilo extremamente ridículo e desagradável.

— Exato Chloe, nós não apreciamos mais a companhia um do outro e pra mim chega. Acabou. — Ele disse bem baixo e bem devagar, como se quisesse enfiar aquela palavra no ouvido dela, para que a mesma não a esquecesse.

— Como assim? To muito velha pra você Vincent? — Ela segurou o choro, mas algumas lágrimas despencaram e pelos velhos tempos, eu senti um pouco de pena dela.

— Não se trata de idade. Se trata de você, do que você se tornou e de nossa incompatibilidade. Não quero mais discutir no meio da rua, mando o restante das tuas coisas pro teu apartamento. — Ele passou a mão nos cabelos, fechou a cara indicando que a discussão chegara ao fim.

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