Where am i?

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- Isso não tem graça! - resmungou o pai.
Não, graça nenhuma, pensou Melissa Nunes abrindo a geladeira para pegar uma Coca. Na verdade, tão pouca graça que ela gostaria de poder se esgueirar para dentro da geladeira, se encolher entre o ketchup e os cachorros quentes bolorentos e fechar a porta para não ouvir mais as vozes irritadas que vinham da sala.
Lá estavam seus pais brigando novamente!
Não gostava nada de ver os pais brigando. Não que aquilo fosse durar muito, pensou ela enquanto colocava a latinha em sua testa.
Melissa sentiu um nó na garganta. Engoliu a emoção a seco e se recusou a chorar.
Decidida a finalmente falar com eles, fechou a geladeira e foi até a sala.
- você precisa de um tratamento psicológico! - gritou ele para a mulher.
Um ponto para o pai, pensou Melissa. A mãe realmente a impressionava por não ter surtado ainda, mas hoje a paciência se esgotou e a casa virou o caos.
- ah é? Olha quem fala! - berrou a mãe vermelha de raiva - que tal você ir lá com o seu novo brinquedinho? Ela é psicóloga também?
Então o papai traiu a mamãe? Pensou Melissa.
- Eu já te disse que eu não tenho nada com aquela garota! Nada!
Poucos segundos antes do pai terminar Melissa entrou de vez na sala mas os dois nem se quer perceberam e continuaram brigando.
- Parem - tentou falar calmamente para não transpassar oq realmente estava sentindo. - Gente para por favor. - implorou.
O pai e a mãe apenas a ignoraram e continuaram discutindo.
- PAREM! Eu não aguento mais vocês dois brigando o dia todo! - Melissa desabou em lágrimas. - Se vocês não se amam por que casaram? Por que que não conseguem resolver isso de outra forma? Eu não aguento mais vocês!!!
Os dois pararam e ficaram olhando para a filha boquiabertos. Depois, suspirando, a mãe disse
- filha, eu e o seu pai estamos passando por um momento difícil e - Neste momento o pai apontou para as escadas e disse para ela ir para o seu quarto de forma fria.
Soluçando Melissa subiu as escadas correndo. Nunca tinha visto o pai tão frio daquele jeito bem toda a sua vida.
Será que ele realmente achou outra pessoa? Será que ele não ama mais a mamãe? Se perguntando fechou a porta do seu quarto e deitou em sua cama. Pressionando os olhos bem forte dizia tudo vai ficar bem, tudo vai ficar bem, tudo vai ficar bem. E acabou pegando no sono.

Acordou então sentindo uma brisa congelante e quando abriu seus olhos percebeu que não estava em seu quarto.
Táxis amarelos passando pelas ruas, pessoas bem agasalhadas andando rapidamente provavelmente indo para os seus trabalhos.
Estou tendo sonhos lúcidos?- pensou Melissa - no Brasil não tem táxis assim e estamos em Janeiro, era para estar calor e não nevando!
Perdida em seus pensamentos e tremendo de frio começou a atravessar a rua tentando se localizar. Quando de repente ouve uma buzina muito alta Melissa se vira e vê que um caminhão enorme está vindo em sua direção, e muito rápido. Congelada de medo ela não deu um passo sequer, fechou seus olhos e cobriu o rosto.
Segundos depois a mesma abre os olhos novamente e percebe que o caminhão voou e ela estava numa meia bola vermelha-alaranjada. Desesperada e confusa saiu correndo quando esbarra sem querer em um policial.
- Opa, desculpa, não vi que o senhor estava aí.
- Dá proxima vez preste mais atenção garota. Qual é o seu nome? - perguntou o oficial. Em seu crachá havia o nome de James, não muito alto, provavelmente na casa dos 40 anos, tinha cabelo branco e barba rala acompanhada por um bigode.
- Melissa, Melissa Nunes. Acho que estou perdida, o senhor pode me ajudar?
O oficial James arqueou a sobrancelha direita e falou que iriam para a delegacia para ver algumas informações.
- Vamos lá, olhe para a câmera e tente ficar séria. - falou o parceiro de James, não muito novo, cabelo ralo e quase careca, musculoso e uns 1.78 de altura.
Depois de uns 3 minutos ele imprimiu uma cópia de um documento e entregou à Melissa.
- Que? Esses não são meus pais, acho que o senhor se enganou. - comentou Melissa confusa e com medo.
- Nós não nos enganamos garota - falou James pegando outro papel jogou-o à Melissa. - Vá para casa e não use drogas de novo.
James pegou-a pelo braço e a levou para fora da delegacia.
- Drogas? Eu não usei drogas!
Em seguida fechou a porta com força na frente da mesma.

Olhando o endereço Melissa percebeu que o local não era muito longe então decidiu encarar a realidade.
Bateu na porta e um senhor com um meigo sorriso no rosto abriu as portas.
- Olá eu procuro-
- Lá em cima minha jovem. - disse o senhor ainda com um sorriso no rosto.
- Obrigada... Mmm?
- Stan Lee.
- Obrigada Stan Lee. - agradeceu retribuindo o sorriso.

Chegando no segundo andar Melissa percebeu o quão grande aquela casa era. Então ouviu vozes e entrou no cômodo de onde o barulho vinha.

- Eu tenho certeza que algo entrou na nossa atmosfera e está vindo direto para cá.

Todas as vozes se calaram e ficaram olhando a desconhecida parada bem na porta.

- Desculpe mas estamos fechados hoje. - disse um sujeito um pouco alto, meio gordinho, com traços asiáticos e roupas estranhas. - por favor se retire.
Em seguida as portas do cômodo se fecham diante Melissa, que, nada contente, bate de novo.

- Já disse, estamos fechados.

- estou procurando o Stephen Strange. - diz Melissa. - Ele está aqui?

Quando termina de falar as portas se abrem e uma figura alta, magra, com roupas estranhas vestindo uma capa e com um colar em forma de olho fica de pé frente a frente com Melissa.

- Pois não? - pergunta Strange com um ar de desconfiança.

- Bom. Oi pai.

Neste momento todos que estavam no cômodo ficam boquiabertos com tamanha surpresa.

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⏰ Última atualização: Feb 03, 2022 ⏰

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