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Conflitos

Aviso legal: Os personagens e o universo ficcional de Harry Potter não me pertencem. Eles são propriedade exclusiva de J.K. Rowling. Esta é apenas uma estória feita por uma fã e para fãs, sem fins lucrativos.

Notas iniciais: Fanfic escrita para o Desafio de Contos de Fodas Severísticas organizado pelo grupo Severo Snape Fanfictions. Cada autor recebeu um grupo de palavras sorteadas aleatoriamente para compor sua fanfic, as minhas foram: maduro, perigosamente, cegueira, pirulito e o verbo acariciar (todas as palavras estão em negrito no texto). Essa estória também integra a coletânea homônima publicada no Archive of Our Own pelo perfil oficial do grupo. Acesse para conferir as outras fanfics!

Essa estória é uma continuação da fanfic "Par perfeito"; é recomendada a leitura da mesma, para melhor entendimento do enredo.

Primeiramente, queria dizer que essa estória ficou muito maior que o planejado, ganhando vida própria; mas eu garanto que compensa a leitura!

Segundo, um agradecimento especial não somente às minhas beta-readers – Chiasant, munjaaay, JuliaMabon e Marcela, um verdadeiro time – que aturaram o meu processo criativo durante 4 longos meses; mas a todos do SSF, que mesmo sem saber, incentivaram a escrita dessa estória. Dedico essa fanfic a vocês, como forma de agradecimento por terem sido minha luz quando tudo era escuridão.

Boa leitura!
 

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CAPÍTULO 1 - CONFLITOS

Quase dois anos haviam se passado desde que Hermione Granger e Severo Snape decidiram se encontrar após meses trocando correspondências de forma anônima. Quase dois anos desde que perceberam que não poderiam morar e trabalhar no mesmo castelo e serem indiferentes ao que sentiam. Eles resolveram arriscar seus sentimentos – e também seus empregos – embarcando nessa relação: durante o dia, colegas de trabalho; à noite, amantes. O arranjo funcionou bem nos primeiros meses, mas qualquer um que olhasse atentamente para a jovem professora Granger podia vê-la corando na presença do temível professor Snape. Não tão temível assim. Pelo menos, não para ela. Ela ficava hipnotizada somente com um olhar dele e inúmeras vezes ele a repreendeu na privacidade de seus aposentos pela sua total falta de discrição.

— Você precisa ser mais discreta, Hermione. Não é prudente. Já estão comentando.

— Como eu poderia? Eu mal consigo respirar quando você está por perto. Tudo em você me deixa tonta: sua voz, seu cheiro, sua presença. Você me magnetiza.

Um ex-espião como ele não deixava transparecer os sentimentos, então coube a Hermione a fama de tola apaixonada. Não tardou a acontecer: por todo o castelo, de primeiranistas a setimanistas, do corpo docente aos elfos domésticos da cozinha, todos comentavam:

— Acho que a professora Granger tem um crush no morcegão das masmorras. — podia se ouvir um grupo de alunas cochichar entre risinhos.

— O que ela viu nele?

— Eu acho ele sexy. — uma lufana gordinha de cabelos escuros admitiu.

— Com aquela voz e todo misterioso, quem não acharia? —  falou outra garota mais jovem da corvinal.

— Não esqueçam o nariz. — uma sonserina ruiva pontuou. — Vocês sabem o que dizem: que é proporcional ao...

Severo e Hermione riam em particular dos comentários, percebendo que teriam algum tipo de apoio se viessem a público oficializar seu relacionamento. Eles o mantiveram em sigilo por quase seis meses, antes de serem descobertos como dois adolescentes após o toque de recolher se agarrando na biblioteca. Após uma ronda noturna, Severo a achou lendo na sessão reservada – um adorável benefício de ser docente em Hogwarts –, e como estavam sozinhos, sem a presença da bibliotecária, resolveram se arriscar entre as prateleiras empoeiradas. Por descuido, Severo não lançou nenhum feitiço silencioso ou de aviso, e eles foram pegos por ninguém menos que a própria diretora. Graças a Merlim, estavam completamente vestidos, mas as mãos de Severo estavam por todo o corpo dela e a língua de Hermione estava dentro da boca dele, quando ouviram um pigarro muito – muito – zangado. Hermione tinha orgulho de não ter tido o seu histórico escolar manchado por beijos e mãos bobas na biblioteca ou nas alcovas do castelo quando era estudante, entretanto, agora estava visivelmente envergonhada de suas ações libidinosas.