Preciso te proteger

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Unknown — Point of View

Respirei fundo e bati na porta.

— Entre. — O tom seco nunca mudou, mesmo após anos

Engoli seco ao entrar naquela sala, o clima pesado como se uma nuvem de negatividade reinasse naquele local. O Park estava ali com seus óculos na ponta do nariz e uma expressão séria. Fechei a porta atrás de mim, não deveríamos ter companhia além de nós dois.

— Há quanto tempo, Choi. — Seu riso áspero junto a voz grossa lhe deixava mais assustador do que realmente era.

Ignorei sua fala avançando meus passos até chegar bem próximo de sua mesa, seus traços não mudaram tanto mesmo após anos. Ganhara poucas rugas e marcas de expressão, ainda mantinha seu porte físico atlético, bem bonito por sinal.

— Creio que não veio aqui para me ver, nem tomar um café. — Sorriu cínico e fechei meus punhos por impulso.

— Tenha certeza que não. — Respondi áspero colocando minhas mãos dentro dos bolsos de minha calça.

— Continua o mesmo garotinho impulsivo. — Se levantou ajustando suas mangas de sua camisa social e afastou sua cadeira, dei dois passos para trás. — Está com medo, pequeno? — Parou de andar ficando em minha frente, suas mãos em seus bolsos.

— Não é porque você tem quase dois metros que eu seja pequeno. — Olhei diretamente em seus olhos o enfrentando. — E você continua o mesmo babaca de sempre. — Sorri de canto e o mais velho me surpreendeu com suas mãos em meu pescoço apertando, mas não o suficiente para me sufocar.

— Não seja insolente, pequeno. Saiba respeitar a quem você pertence, não pense que esqueci de sua dívida comigo. — Apertou aos poucos me fazendo perder o ar.

— Acredite, eu também não esqueci. — Coloquei minha mão sobre a sua tentando afrouxar o aperto e ele me soltou.

Se afastou com calma e andou a passos lentos até as enormes janelas, colocou as mãos em seus bolsos sem se dar o trabalho de olhar diretamente para mim. Relaxei um pouco, alinhando minha roupa novamente.

— Preciso de respostas, pequeno. — O tom calmo me assustava, e seu olhar manso visível através do espelho o deixava ainda mais assustador.

— Para quais perguntas? — Cruzei os braços me sentando no braço do sofá de couro preto.

— Ainda está de olho em meu filho? — Soltei um "uhum" e ele sorriu de canto. — E onde estão os relatórios diários que eu pedi?

— No seu email. — Abriu um sorriso maior se virando e caminhando lentamente até estar em minha frente.

— Resuma-os, agora. — Revirei os olhos vendo o sorriso sumir e voltar a ficar com uma expressão séria. Esse cara tem sérios problemas de humor.

— O que esperar? Indo à aula todos os dias, um aluno exemplar todos diriam.

— Sabe que eu não quero só isso. — Revirei os olhos mais uma vez bufando baixo.

— Ele está jogando os remédios fora. — Abri o meu paletó retirando um saco plástico com um pote das substâncias, estava no lixo. — Provavelmente desconfia ou descobriu algo. — Falei prático e o mais velho arrancou o plástico de minha mão com raiva.

— Mais alguma coisa?

— Dia vinte e um de março ele foi ao hospital, um dos amigos dele levou um tiro. — Arqueou sua sobrancelha esperando que eu continuasse. — Creio que se lembra de seu amado amigo, Kim Heeseung. — Soltou um grunhido se afastando para sentar-se em sua cadeira.

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⏰ Última atualização: May 12, 2022 ⏰

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