Buscando um novo rumo
Que faça sentido
Nesse mundo louco
Com o coração partido(Charlie Brown Jr. - Pontes Indestrutíveis)
2 anos depois...
Eram muitas pessoas. E na sua frente, a passarela de jornalistas e torcedores com canetas e celulares em mãos, o assustou.
- Preparado? – Diogo indagou, a sobrancelha arqueada em desafio.
O coração dele deu um salto dentro do peito, e ainda perplexo, retirou os óculos escuros para ter certeza de que era real.
Um mar rubro negro se agitou quando o reconheceram, e gritos com seu nome e o do time que integraria, ecoaram pelos corredores com cheiro de amendoim tostado e perfumes importados do duty free.
- Eu disse que se assustaria. – seu agente não esperou por sua resposta, emendando com um ar de orgulho – Isso aqui é Flamengo.
Guilherme piscou, sentindo um sorriso tímido se alargar e se tornar um agradecimento. Pois as palavras lhe faltaram quando pessoas tocaram nele como se fosse ouro, boas-sorte lhe foram desejadas, e flashes estouraram em seu rosto, ainda que a claridade solar perpassasse através dos vidros límpidos que davam para o pátio com aeronaves.
Seus passos eram uma mistura de hesitação e orgulho, e quando uma mão o puxou recebendo-o em um abraço, ele foi rápido e abriu ainda mais o sorriso – tanto que as bochechas doeram – e tirou uma selfie com o torcedor.
Tudo bem.
Era nascido em Espirito Santo e criado na base do Santos, seu time do coração, e onde sua mãe trabalhara como massagista até se aposentar.
Mas ali estava ele, de volta ao Brasil depois de cinco anos no Benfica de Portugal, time que apostou em seu crescimento antes que pudesse se firmar como outro jovem jogador a sair da base.
Na época, tinha entrado na faculdade de psicologia, e quando o time português lhe fizera a proposta, o sim saiu tão natural como a respiração afoita que o impelia naquele momento. Ele ia trancar a faculdade, pronto para largá-la na primeira oportunidade, mas então... Pigarreou, sacudindo de leve a cabeça.
O que interessava era que estava de volta ao Brasil, mais perto da sua família e amigos, e com uma nova oportunidade em um grande time.
- Nunca imaginaria tudo isso... – murmurou, dando um aperto de mão em outro torcedor todo trajado com o manto do Flamengo. - Obrigado.
Chegar ao final da passarela rubro negra, e encarar os jornalistas não foi fácil. Era ''carne nova'', como Diogo dissera, e depois de responder a algumas perguntas sobre o que pretendia como novo integrante do elenco e a nova temporada de campeonatos, seu agente suspirara de alívio, deixando um papel dobrado em suas mãos, e desaparecendo entre as pessoas.
Foi quando a viu.
Munique estava sentada perto de um Starbucks, e com os olhos pregados no celular, mascava chiclete segurando uma plaquinha com seu nome.
Ele se aproximou, e somente quando sua sombra a fez franzir o cenho para a falta de claridade na tela do aparelho, ela levantou o olhar.
- Caraca, gambá. – os olhos da amiga se arregalaram brevemente, antes que ela enfiasse a plaquinha na bolsa tiracolo, e ficasse de pé num pulo, o abraçando forte – Achei que seu showzinho nunca iria acabar.
- Já falei pra não me chamar disso, Mu. – ele ralhou e retribuiu o abraço, alisando os fios avermelhados. Depois, brincou. – Viu como já sou popular?! Depois até você irá pedir um autógrafo.
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O Amor Entre Nós
RomancePrestes a terminar a faculdade de psicologia, Guilherme aceita uma oportunidade para seguir seu sonho de ser jogador de futebol. Ele já estava pronto para fazer as malas quando conheceu Sarah, uma monitora - irresistível - que não o suportava e sonh...