Capítulo 4

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Tom faz três anos em um macacão com tema de coelho. A festa é realizada na casa que Harry comprou com seu pagamento de Gringotes em Huffleton, uma pequena e aconchegante comunidade bruxa. Ele vai pagar por anos, mas ele não pode se arrepender da compra. Antes da mudança, Tom colocou suas pequenas mãos na varinha de Harry várias vezes com resultados assustadores. Harry tem certeza de que a varinha mais velha satisfaz seu filho, o que é um pensamento que ele não quer considerar muito.

Ele tira uma foto de um dos filhos de Marjorie segurando as orelhas de coelho de Tom, seu sorriso largo com um dente faltando.

“Você não tem fotos suficientes?” Batilda pergunta a ele, tirando a câmera de suas mãos e substituindo-a por um pequeno prato de bolo de aniversário.

Harry ficou chocado ao perceber que Batilda Bagshot – cujo corpo ele viu pela última vez habitado por uma cobra gigante – fazia parte do círculo de tricô, mas ele teve mais de dois anos para superar esse choque. Agora, ela é apenas Bathilda, uma velhinha mal-humorada que faz ótimos bolos e gosta de gritar com os fornecedores de poções por ingredientes abaixo da média.

"Eu tenho a versão de páginas sem fim do álbum de memórias de Mindy." Harry funga.

“E você está tendo como missão quebrar o encanto da página sem fim?”

“Basicamente.” Harry admite. “Acho que já está perto de quebrar, então estou começando outro álbum para o próximo ano da vida de Tom. E estou enviando uma carta de reclamação porque isso é apenas propaganda enganosa.”

“Há uma marca concorrente da qual ouvi falar. Novo no mercado, mas fazendo um trabalho melhor que o de Mindy. Comprei dois álbuns para minha fotografia da natureza…”

Ela continua falando, mas suas palavras não chegam aos ouvidos de Harry. Há algo acontecendo lá fora, algo que Harry não pode colocar em  palavras, mas não pode ignorar. Isso tem que ser parado logo porque senão os humanos vão fazer isso de novo e de novo porque eles são idiotas que querem foder sua vida após a morte—

"Harry?"

Harry pisca, se reorientando. A mão de Batilda está em seu ombro, sua expressão preocupada ao repetir o nome dele.

"Desculpe." diz Harry, balançando a cabeça. O momento passou; ele se lembra da urgência, mas não sabe o que diabos a Morte realmente quer que ele faça. "Estou bem."

Batilda não parece acreditar nele, mas deixa-o escapar. “Você já está tão entediado com a minha presença? É por causa daquele admirador secreto com quem você está se correspondendo?" Ou melhor, ela apenas encurrala Harry em um canto diferente.

"Ele não é um admirador secreto." diz Harry, revirando os olhos. "Ele é apenas um segredo para vocês, isso é tudo."

Marjorie deve estar mais perto do que Harry percebeu, porque ela aparece com um suspiro dramático para descansar a cabeça no ombro de Harry. “Nosso Harry não confia em nós. É de partir o coração, realmente.”

"É auto-preservação." Harry responde, fugindo. Antes de ir, ele percebe que Hooktooth e Marjorie voltam a planejar algo juntas em um canto, o que só pode levar a nada de bom, mas procura o aniversariante.

Ele salva Tom das garras das crianças mais velhas – ou melhor, as outras crianças de Tom, que os está orientando a tomar conta da cozinha – e beija suas bochechas bonitinhas. “Vamos, coelhinho. Vamos aproveitar a festa enquanto podemos. O tio Morte parece estar chamando…”

Harry se concentra na festa de aniversário até que todos os convidados tenham saído, então passa algumas horas limpando a bagunça. Mesmo com magia, ele fica surpreso com o caos que meia dúzia de crianças e seus pais podem criar.

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