Capítulo 3: Encontros.

684 86 20
                                    

Seher...

Era como se nós estivéssemos perdidos em nossos pensamentos, aquele olhar era fascinante, por um breve momento eu me perdi naqueles olhos que mais pareciam duas amêndoas negras, um sentimento estranho surgia, um calor percorria meu corpo e aos poucos aquele fogo me consumia, senti então seu corpo enrijecer e seu toque firme se tornou incomodo e quase dolorido, rapidamente me desvencilhei dele e meus pensamentos voltaram para minha irmã. Antes de sair rumo ao quarto que ela estava agradeci por ter me amparado e segui em direção a minha irmã. Assim que entrei no quarto, vi que o médico estava prescrevendo em sua ficha algumas medicações e me orientou a não cansá-la pois ela estava muito fraca e precisava descansar. Eu tentei ser forte, não queria ver ela assim, depois de tanto tempo queria abraçá-la com um lindo sorriso no rosto e que as lágrimas fossem de felicidade causadas pelo nosso reencontro, mas ver ela toda machucada naquela cama, ver ela pálida e com o rosto triste acabou comigo, por que meu Deus? Por que isso está acontecendo?, precisava ser forte, por ela, pelo meu pai, mas estava sendo tão difícil me manter de pé. Segurei sua mão e depositei um beijo, ela despertou e logo seus olhos encheram de lágrimas, tentei acalmar ela, acariciei seu rosto e lhe disse que nunca mais deixaria de estar com ela. Alguém entrou no quarto, o médico nos deixou e ela me entregou seu filho, me deixou um legado, me disse que sentia que se aproximava a hora da sua partida, eu fiquei atordoada, pensei em nosso pai, ainda pouco quase deixo escapar sua situação, mas como ela resistiria a uma notícia dessas?, estava tão confusa.

Senti novamente aquela mão quente e firme tocar meu corpo, causando um suave arrepio. Olhei em sua direção e ele me convidava a deixar o quarto, não queria deixá-la, mas me lembrei do médico, que me falou sobre não cansá-la. Então deixei que aquelas mãos me guiassem para fora do quarto. Alguns segundos se passaram, sentia meu corpo todo tremer, ele me ofereceu um copo com água e eu aceitei, o silêncio entre nós foi quebrado por mim, que resolvi colocar para fora minhas angústias, senti que ele estava esperando por algo, como se ele quisesse me fazer várias perguntas, mas não tivesse intimidade suficiente para fazer ou simplesmente não tivesse coragem.

Sua aparência me fazia lembrar do meu cunhado Yacin, isso... é isso ele deve ser irmão de Yacin, por qual outro motivo ele estaria aqui?, me apresentei, e falei da minha suspeita, pela semelhança que ele tinha com Yacin, também falei sobre meu pai, falei que nós não nos víamos a muito tempo, até que nossa conversa foi interrompida pelo toque do meu celular.

S - Selim? Algum problema com meu pai?

Do outro lado, na chamada Selim perguntava onde eu estava, já tinha se passado muito tempo e ele estava preocupado comigo, tudo aconteceu tão rápido que eu esqueci de avisar a todos, então tentei ser o mais breve possível.

S - Selim, preciso saber se está tudo bem com meu pai? Assim que possível explico melhor, mas não vou poder voltar agora, estou no centro da cidade, no hospital com Kevser, ela sofreu um acidente. Você pode ficar com ele até que eu volte? Obrigada Selim.

Y - Algum problema com seu pai? Se precisar de alguma coisa e eu puder ajudar... estou à disposição.

Antes que eu pudesse responder, meu cunhado Yacin chegou feito um furacão, desesperado por notícias de Kevser, depois de conversar conosco ele foi em direção ao quarto e nós o seguimos, caso fosse necessário estaríamos ali, junto deles.

Yc - Kevser, meu amor? Estou aqui, olhe para mim...

Yc - Yaman, por que ela não acorda? O que aconteceu Yaman?

Y - Irmão, ela está fraca, perdeu muito sangue e sua condição é delicada. Ela precisa descansar.

Yc - Você deve ser Seher? Me desculpe por esse reencontro, Kevser falava muito de você e não imaginaria que nos encontraríamos assim, nessas circunstâncias.

💘 A HISTÓRIA DE UM LEGADO 🏹Onde histórias criam vida. Descubra agora