Capítulo 10: De volta ao hospital.

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Seher...

Tão logo fiquei pronta me apressei para o café, não que eu fosse tomar, mas disse a Yusuf que logo iria até ele, quando cheguei na sala vi que de um lado estava Yusuf, do outro Zyah bay e Yaman estava na cabeceira da mesa. Como sempre ele estava impecável, os cabelos volumosos e negros estavam alinhados e contidos pelo gel, o toque final foi seu terno preto e compor o look também usava uma camisa social preta.

Desejei bom dia à todos envergonhada pelo comentário do Yusuf que me comparou a uma princesa, todos responderam menos Yaman, ele parecia estar longe, tinha um olhar misterioso. Não demorou muito até que ele resolvesse falar, expliquei a Yusuf que não ficaria para o café e pedi que Cenger chamasse um taxi para mim, mas antes que ele pudesse responder Yaman disse que iria me levar depois do café, não tive chance de argumentar porque Yusuf logo me perguntou sobre o avô, queria ir ao hospital, mas nós o explicamos que naquele momento não seria possível, Yaman disse que em outro momento ele iria com seus pais até o avô.

Algumas atitudes do Yaman me deixam sem jeito, mas eu sou incapaz de contrariá-lo, pelo menos quando não tem muita importância, eu prefiro relevar. Na hora do café por exemplo ele pediu que Neslihan fizesse suco de laranja, não havia necessidade de incomodar a moça, sinto como se estivesse dando trabalho. Tomei o suco, como se não fosse suficiente ele também me fez comer torradas com geleia, queijo... E me faria comer mais se eu não o interrompesse dizendo que estávamos atrasados, ele percebeu que eu já estava impaciente e finalmente saímos para o hospital.

Ao chegar ao hospital fomos para o quarto em que estava minha irmã.

S - Günaydın Yacin! Como está minha irmã?

Yc - Günaydın Seher, estou aguardando o médico, mas ela ainda dorme.

Y - Günaydın irmão!

Yc - Günaydın Yaman! Como está Yusuf?

Y - Não se preocupe irmão, ele está bem, queria vir com a tia para conhecer o avô, mas explicamos que ele precisa se recuperar primeiro e que você e minha cunhada o levariam outra hora.

Yc - Allah Yaman... Yusuf vai querer conhecer o avô a todo custo, não tinha outro argumento irmão?

S - Não se preocupe, depois me encarrego de resolver isso.

Yc - Seher, você não sabe, mas Yusuf é teimoso e não desiste fácil.

S - Não se preocupe, sei bem...Ele pode ser um Kirimli, mas conheço bem a teimosia dos Kerimoglu.

Por um instante nos pegamos rindo da situação e fomos interrompidos pela entrada da enfermeira, que nos pediu licença para cuidar de Kevser e nos informou que o médico nos aguardava em sua sala para conversar conosco. Chegamos na sala do médico e nos olhamos como se tivéssemos medo de entrar ali, como ninguém tomou a iniciativa eu resolvi bater na porta.

M - Pode entrar.

S - Olá Doutor, somos os familiares de Kevser Kirimli, sou irmã, este é seu marido e ele é o cunhado.

Yc - Doutor, qual a condição da minha esposa?

M - Bom, nós repetimos alguns exames, pois encontramos uma substância alucinógena que pode causar tontura, letargia... o que pode explicar a causa da sua queda, ela fazia uso de algum medicamento? Porque se este for o caso, pode ser efeito colateral de uma dessas medicações usadas pela Sra Kevser, com relação a tomografia que fizemos observamos que ela sofreu um traumatismo craniano, o que ocasionou um edema cerebral, mas ao comparar os resultados dos exames de ontem com os de hoje observamos que milagrosamente o inchaço e a pressão intracraniana está se normalizando. Então se ela continuar reagindo ao tratamento dessa forma logo ela estará consciente e vamos poder reavaliar seu estado geral.

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