Alanes teve uma perca muito grande na sua vida e passa 1 ano inteiro isolada no seu próprio mundo, mas isso vai mudar quando ela recebe uma oportunidade de mudar a sua vida: Uma chance de ir pra a Europa cursar fotografia.
Ela ainda está na escola...
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Assim que saio do meio do mato, vejo umas crianças brincando de pique-pega. Assim que elas me vêem saem correndo. Provavelmente porque pareço uma assassina que acabou de enterrar um corpo no meio do mato. Sempre que venho pra cá, saio muito suja, preciso lembrar de trazer um pano pra me deitar no chão.
Continuo andando, até chegar em casa. Apenas entro, tomo um banho e ponho uma roupa normal. Calça, blusa larga dos "Vingadores" e um All-Star, sempre é o estilo mais confiável. Por um momento, paro e realmente me observo no espelho. Faz tempo que não faço isso e consigo ver o resultado desse total descuido com minha aparência.
Por ser muito alta, nunca aparentei ser gordinha, mas sempre tive uns quilinhos a mais que me deixavam bastante inchada as vezes, mas a negligência de para de comer nós horários e só comer quando estou com uma fome extrema, fez eu secar muito. Mas, o mais engraçado, é que não importa o tanto que eu fique magra, eu sempre vou ter bochechas grandes.
As olheiras debaixo dos olhos, um sintoma físico do quanto eu durmo. A palidez, uma demostração de quanto tempo eu fico fora de casa. Os cachos desgrenhado que não tenho vontade de arrumar é a única coisa que não foi afetada nesse 1 ano, talvez o azul esteja um pouco desbotado pela falta de pintura, mas de resto, está idêntico. Queria que todo o resto também estivesse...
Balanço a cabeça e me afasto do espelho. Lamentar não adianta nada, fiz isso por 1 ano é isso só me levou pro mesmo lugar: o vazio. Essa sou eu agora e vou ter que me acostumar com isso.
Pego minha mochila e saio de casa. Não estou com fome.
Paro na parada de ônibus e logo o ônibus chega. Entro e começo a preparar meu discurso para convencê-lo a aceitar minha proposta.
*QUEBRA DE TEMPO*
A lanchonete continua a mesma. A faixada laranja estranha e as cadeiras de madeira que balançam quando você senta. Tudo no mesmo lugar. Quase me dá vontade de rir. Quase...
Respiro fundo e entro.
Me deparo com uma atendente diferente. Não é a Lurdes, senhora simpática que sempre me dava enroladinho de salsicha de graça, mas uma menina que parece apenas uns anos mais velha que eu.
Ela me olha, assim que chego perto e abra um sorriso simpático
— Olá, boa tarde. O que a senhora deseja?
— Oi — digo abrindo o meu melhor sorriso — Eu queria saber se o Leandro está?
O sorriso da menina logo desaparece e ela revira os olhos.
