Capítulo 7

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Se para o capitão revelar suas vontades foi como tirar um peso dos ombros, para a oriental foi como entrar no mar e se afogar em inquietação.

Passou os dias seguintes mastigando e lembrando da conversa reveladora que teve com seu superior. Julgou a suposta conclusão que ela tinha chegado sobre as reações do capitão para saber que na verdade o homem a olhava com muito mais luxúria do que qualquer outra pessoa. E mesmo assim aquilo não lhe despertou nenhum tipo de desconforto.

Muito pelo contrário.

O corpo começou a despertar reações inusitadas cada vez que pensava no homem, nas memórias antigas dele a encarando e na conversa franca que tiveram. Surgiu com o questionamento de como seria ser tocada por ele, recordando do dia dentro do lago em que vislumbrou o homem acariciando seu busto em uma fantasia momentânea. Tão prontamente uma sensação de calor agradável se mostrava percorrendo todo seu corpo, sempre ficando mais intensa na parte interna de seu quadril. Em todos os momentos debaixo do chuveiro era impossível não imaginar que era as mãos do capitão que percorriam suas curvas e, sempre sentia algo fluido e quente sair de seu ventre e escorrer por suas pernas. Os seios ficavam mais sensíveis toda vez que pensava no homem dizendo o quanto queria tocá-los. A mistura de sensações e reações tornaram-se frequentes levando Mikasa a um estado de agonia. Nunca tinha sentido nada daquilo e ela não tinha ideia de como lidar.

Aquela noite foi difícil de pegar no sono. Acordou inquieta no meio da madrugada, o sonho que tivera foi novamente com Levi tomando posse de si. O corpo reagiu instantaneamente, aquela onda de alívio arrebatadora invadindo sua intimidade e deixando-a escorregadia em seguida. Os mamilos doíam por uma sensação que ela não conseguiu definir. Rolou várias vezes na cama em busca do sono que pareceu lhe abandonar definitivamente. Levantou e caminhou até o banheiro, lavou o rosto várias vezes na iminência de aliviar aquela aflição. Olhou-se no espelho, a imagem refletida de si parecia uma completa bagunça. Desabotou dois botões da camisa que usava a fim de acabar um pouco daquele calor esquisito que sentia, apesar da temperatura local mostrar o contrário.

Observou a camisa e então sentiu a mente iluminar.

Encarou novamente o reflexo no espelho notando a conclusão a que tinha chegado do porque estava sofrendo com tantas reações corporais naqueles dias. E lembrou-se do conselho. Não tinha porque negar, estava óbvio demais. Só tinha uma pessoa que poderia ajudá-la a resolver aquele problema.

Saiu do quarto a passos leves para não acordar quem dormia ali. Caminhou o mais rápido que pode até o primeiro andar da base, teve muita sorte de não ter esbarrado com nenhum outro soldado, caso contrário estaria muito encrencada. Chegou ao destino, entrando sem pedir permissão. Trancou a porta e encarou o homem a sua frente, boquiaberto quando a viu ali. Levi tinha uma toalha cobrindo seu quadril até os joelhos, os cabelos molhados indicavam que tinha acabado de sair do banho.

A insônia era companheira de longa data do homem, como não conseguia dormir decidiu higienizar o copo com um banho demorado. Tinha saído mais relaxado do banheiro, mas não imaginava que toda a tensão eliminada voltaria novamente naquele instante quando a oriental adentrou seu quarto sem permissão. Vestindo apenas uma calcinha e uma camisa. Uma MALDITA camisa.

-O que está fazendo aqui a essa hora da noite Ackerman? Perdeu a noção do perigo? - perguntou sério - E vestida desse jeito...

Mikasa inspirava e expirava profundamente, a boca levemente aberta e os olhos alarmados evidenciavam que ela estava aflita. Foi impossível para Levi não sentir a enérgica tensão que a oriental deixava escapar.

-Eu não aguento mais capitão - soltou pesadamente - Desde que tivemos aquela conversa começaram a surgir essas reações e eu não sei o que fazer com elas...

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