CAPÍTULO SETE

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Boa noite, tudo que tenho a dizer é... Que estou de volta 

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CAPÍTULO SETE

— Você bateu em um garoto negro e gay no seu primeiro dia de aula? — Seu rosto era incrédulo e ele me olhava como se eu fosse um adolescente problemático, e eu não culpo, por que se fosse eu, eu também me veria assim.

O diretor era novo, parecia até mesmo que tinha uma idade perto da minha e da de Sammy, seu cabelo castanho escuro caia em uma franja longa sobre a testa quase na altura do queixo que por sua vez era bem quadrado, quase como daqueles personagens de desenhos antigos, e ele tinha profundas covinhas que ressaltavam no seu rosto, e o deixava ainda mais jovem.

Nunca achei que um diretor poderia ser tão jovem, mas aquele cara era.

Na minha cabeça os diretores eram todos velhos, carecas e barrigudos.

— Ah bom, eu não bati nele porque ele é gay. — Tentei me justificar enquanto Sammy mantinha a cabeça baixa, mas eu podia ouvir seus pensamentos me xingando de todos os palavrões possíveis por ter fodido tudo logo no primeiro dia naquela merda de escola.

— Então bateu nele porque ele é negro? — Aquilo com certeza era ainda pior.

Eu me sentia num interrogatório, a diferença que eu era o criminoso aqui e não o policial.

— Não! Claro que não! Eu só bati nele porque ele me incomodou. — Justificativa bosta, mas era a única que eu tinha, se eu ficasse mais meia hora pensando talvez tivesse uma melhor.

— Você bate em todas as pessoas que te incomodam? —

— Não. —

— Vai me bater agora porque estou te incomodando? —

— Não. —

— Sabe que se me aprontar mais uma dessa vai ser suspenso, não sabe? Sua sorte que eu não irei chamar seus pais, mas da próxima, eu vou querer os dois aqui na minha sala, porque eu conheço seu jeito, garoto. Você é problema. —

Ah legal. Ótima primeira boa impressão. Aliás, um diretor pode falar assim com um aluno?

— Prometo que isso não irá se repetir. —

— Vou lhe dar uma advertência que terá que trazer assinada para mim até amanhã, quero ela assinada pelos seus pais, e quero deixar claro que essa escola não tolera racismo, homofobia ou qualquer tipo de preconceito, não vou ter pena de expulsar caso isso volte a acontecer, mas não quero ter que fazer isso porque se eu manter os alunos fora das drogas, violência e prostituição eu ganho um bônus no final do ano. —

Então tá.

— Pode ficar tranquilo, senhor. Você vai ganhar esse bônus. —

— Vocês dois são irmãos? —

— Somos, senhor. —

— Já vou entregar o cronograma de vocês das aulas. — Ele abriu a gaveta ao seu lado e tirou duas pastas pardas de lá, e abriu cada uma delas para verificar algo. — Quem é o Jensen? —

Sam e eu nos entreolhamos.

Merda, mil vezes merda!

Esquecemos de ver quem era quem nessa bagaça.

Será que Jensen sou eu? Bom, agora vai ser.

— Eu sou o Jensen. — O diretor franziu a testa, parecendo confuso, mas entregou para mim uma pasta e a outra para Sammy.

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⏰ Last updated: Jan 31, 2022 ⏰

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