CAPÍTULO QUATRO

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CAPÍTULO QUATRO

Dois copos de café da Starbucks e duas caixas de donuts foram até que suficientes para aumentar o meu humor enquanto Sammy dirigia a viatura para o parque.

— Eu estou cansado. — Murmurei enquanto a cobertura de morango do donut açucarado caia sem querer em minha jaqueta do uniforme a deixando meia esbranquiçada. — Ah merda, de novo não. — Praguejei enquanto tentava limpar com os dedos e um pouco de saliva a sujeira que eu mesmo tinha feito.

— Que nojo, Dean, eu não vou ficar mais esfregando essas suas roupas não! — Sammy fazia careta enquanto olhava pelo canto do olho a minha tentativa de limpar a jaqueta.

— Foi sem querer! Pode deixar que eu lavo. —

— Você nunca lava, Dean. — Revirei meus olhos para Sam tentando não lhe mostrar a língua.

Sam as vezes me lembrava John, aliás, ele era muito mais parecido com o meu pai do que eu próprio.

— Sabe, eu estava pensando aqui... —

— Vish, lá vem. —

— O que foi? —

— Todas as vezes que você vem com esse "estava pensando aqui" sai alguma doideira dessa sua boca, o que é dessa vez? —

Olhei para Sam me sentindo um pouco ofendido.

— Em minha defesa, não são doideiras, são ideias e opiniões muito boas que você deveria valorizar porque são preciosidades. —

— Tá bom Dean, agora vai, desembucha. —

— E se a gente investigasse o nosso próprio caso? Seria fácil para nós, nós temos acesso fácil se quisermos pra conseguirmos os arquivos que precisaremos e nós podemos... —

— Dean, a gente não está num filme, isso é crime e a gente pode perder os nossos distintivos, é arriscado e muita coisa está em jogo, podemos perder muito mais que ganhar, por que mesmo que hipoteticamente resolvêssemos o nosso próprio caso, ainda seria um delito muito grave e Lúcifer não pensaria duas vezes antes de nos demitir. —

— Ah Sammy, eu estou cansado, realmente cansado de ir todos os dias para esse parque e absolutamente nada acontecer além de prender aqueles tarados nojentos, eu quero ação, eu quero me sentir como um policial fodão, quero me sentir como Bruce Willis em duro de matar. —

— Você anda assistindo muitos filmes. —

— Assisto muitos filmes pra compensar o que o meu emprego não me dá. —

— Dean, você tem que lidar que por agora não podemos fazer nada e nem podemos pensar em se intrometer no nosso próprio caso, isso poderia arruinar nossos empregos. —

— Eu sei, eu sei, eu só não quero mais me sentir assim, sinto às vezes que te coloquei nessa vida miserável e frustrada de policial, fui eu que te arrastei para cá. —

De fato, eu me sentia culpado por nada dos meus planos de 18 anos ter dado certo, quando eu olhei aquele anúncio enquanto ia para a casa de Sam, eu realmente imaginei que nossas vidas dariam uma extraordinária guinada e seriamos dois exemplares fodões policiais, mas nada disso aconteceu.

Eu sabia que Sam não era muito contente com a sua profissão, eu sentia nele que assim como eu, ele queria mais, mais ação, mais adrenalina, mais emoção no trabalho, mas em vez disso eu o arrastei para a monótona e entediada rotina do parque.

— Dean, não é como se você tivesse colocado uma arma em minha cabeça e me obrigado de fato a ser um policial, eu fui porque quis e fiz tudo que fiz porque quis, agora podemos não estar satisfeitos, mas como você já disse, ser um policial renomado leva tempo e precisamos ter paciência, enquanto isso vamos nos contentar com o bom salário e os donuts. —

Are you ready? - Destiel AUWhere stories live. Discover now