➪ 𝚝𝚑𝚛𝚎𝚎

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Kelly soube no instante em que a filha
saiu de casa, que havia algo de errado
ali. Ela tinha a certeza de que algo iria
acontecer, mas mesmo assim, esperava
estar errada. Ela queria acreditar que
eram só as taças de vinho fazendo efeito, mas algo dentro dela, um sexto sentido aguçado, dizia que ela precisava ir atrás da filha.

Ela nunca aprovou de verdade o namoro entre s/n e Noah. Assim que se mudou pra cidade, depois de algumas idas ao cabelereiro, ela descobriu exatamente quem era o filho de Karine Schnapp. Noah Schnapp era famoso por ser galanteador e charmoso, e o garoto fazia bom proveito dos dons divinos que havia recebido. Todos a alertaram pra manter s/a longe de Noah. Mas mesmo com todas as regras proibindo
s/n de ficar perto de Noah, eles acabaram se apaixonando. Kelly jamais poderia negar algo que fizesse a filha feliz, e Noah deixava os dias de s/n mais felizes. Não era necessário fazer parte da família para ver isso, qualquer um poderia notar.

A relação de Noah e s/n  se mostrou
muito saudável, e calou a boca de muitas pessoas na pacata cidade onde Kelly mora. Algumas pessoas até arriscaram dizer pra Kelly que sentiam pena do que s/n podia passar, mas mesmo assim, s/n  não quis dar ouvidas á esses comentários maldosos. Tudo o que ela queria era ser feliz, e Noah a fazia feliz.

O relógio marcava meia noite e dez, e
Kelly ainda estava de olhos abertos. Ela
sabia que tinha algo errado, também
porque Noah nunca atrasava, mas ela
sentia uma dor forte no peito. Uma dor
de perda, talvez. Eric estava deitado
na cama, já de olhos fechados. A mulher então decidiu esperar mais alguns minutos, eles podiam só ter se perdido com o tempo. Pode acontecer também, não é?

Mais dez minutos se passaram, mas dessa
vez Kelly não quis esperar mais. Ela se
levantou da cama, agarrou o roupão
que estava jogado em uma cadeira no
quarto, e desceu as escadas. Kelly correu até seu caderninho de anotações, onde se lembrava de ter anotado o número de Karine, a mãe de Noah. Ela folheeou o caderno, até finalmente encontrar o que queria. Pegou o telefone no gancho, e discou o número. Karine atendeu depois de muitos toques.

Sim? - Ela perguntou um pouco
impaciente.

Não podemos julgá-la, o relógio já
marcava meia noite e vinte e cinco.

Karine, tudo bem? E a Kelly - Kelly
disse e apertou mais o telefone nas mãos. - Eu não quero atrapalhar, então vou ser breve. Desculpe o horário, mas eu preciso saber se está tudo bem com a
minha filha. - Eles estão na sua casa?

- Não se preocupe, querida. Eu entendo
totalmente essa preocupação, porque
estou da mesma forma.- Kelly sentiu sua respiração falhar por alguns minutos. - Mas eu achei que o Noah estivesse ai.. Ele me disse que o Eric é rigido com o horário. Eles não estão aí?

- Não...- Kelly disse com a voz falha.-
Ele não me disse pra onde ia, vocè sabe o que ele planejou pra hoje?

-Ele comentou algo sobre a pista de
hockey, mas eu não tenho certeza se eles estão realmente lá. - Karine disse.

- Tudo bem, eu vou pegar o carro e sair
para procura-los.- Kelly disse afobada.

- Kelly, você não acha que é um pouco
demais? Talvez eles só tenham perdido
a noção do tempo! O Noah sempre fazia
isso, quando era mais novo. Talvez eles
tenham aproveitado tanto, que tenham
perdido a hora.- Karine tentou acalmar
Kelly, mas nada seria capaz de fazė-la se
sentir melhor, a não ser ver a filha bem.

- Não, Karine! - Kelly disse um pouco
alterada. Ela respirou fundo, e sentiu as
primeiras lágrimas descerem.-Eu to
com um mal pressentimento desde que
eles saíram daqui. Eu sabia que tinha que ter impedido!

- Vamos fazer assim então, eu vou
esperar aqui em casa mais alguns
minutinhos, pra se caso eles vierem pra
cá. Já que a minha casa é mais próxima da pista de gelo, do que a sua.- Karine disse e suspirou fundo.- Você vem fazendo o caminho que eles fariam, e me encontra aqui em casa. Ok?

Heartbroken - Noah Schnapp Onde histórias criam vida. Descubra agora