Capítulo II – Jeon Jungkook.
16 de Agosto; 황금봄 – Cidade de Primavera Dourada
Como assim Jeon Jungkook iria para uma festa?
Os dias passaram rápido desde segunda – o dia da tatuagem – até sábado e nada fora muito diferente do cotidiano, onde ele e Namjoon ficavam na biblioteca, provas e coisas de escola. O garoto de mochila verde musgo ainda não tinha contado para o melhor amigo que ambos iriam em uma festa, pois sabia que:
1. O melhor amigo começaria a caçoar dele com coisas como "e você por acaso já foi em uma festa?" ou "você é tão gado que vai em uma festa com um cara que nem conhece direito?";
2. Por mais que Namjoon fosse fofoqueiro e adorasse se manter informado, ele gostava de fazer isso de longe. Ele gostava de receber informações em meio a conversas, não de estar no local que deu origem a fofoca.
Na realidade, ele era medroso e tinha medo de se encrencar. Ele era uma pessoa completamente diferente perto de seus pais e levava muito a sério manter esse personagem que havia criado.
As festas de Hoseok, por mais que fossem conhecidas entre os adolescentes, eram, de certa forma, misteriosas. Só iam pessoas convidadas e ninguém nunca sabia quando iriam acontecer. Eles mantinham a data em segredo entre os convidados para evitar penetras.
Quem mora em cidades do interior, principalmente com poucos moradores, sabe que ir para esse tipo de lugar é muito arriscado, pois certamente irá ter coisas ilegais e atos vulgares, e um acontecimento vazado da festa pode acabar com a reputação de uma pessoa em um piscar de olhos. E a reputação de Jungkook era muito boa.
— Você já ouviu alguma história das festas do Hoseok? – Perguntou, limpando o balcão com uma flanela úmida de lustra-móveis.
— Por que a pergunta? – Namjoon retrucou, terminando de colocar os potinhos de kimchi na geladeira do mercadinho de esquina. Ele trabalhava no armazém da família Jeon junto com o amigo para fazer companhia para ele e em troca ganhar uns trocados.
No fundo, Namjoon se sentia sozinho, já que era filho único e morava apenas com a mãe. Trabalhar aos finais de semana era uma ótima distração e ainda conseguia dinheiro para gastar com as suas plantinhas e com jogos.
— Porque eu quero saber, oras. – Fez uma careta. Odiava quando Namjoon respondia uma pergunta fazendo outra pergunta.
— Eu sei que você quer saber, senão não teria perguntado. O que eu quero saber é o porquê você quer saber sobre isso. – Jungkook revirou os olhos.
— Sério, você é MUITO chato. – Deu ênfase na palavra muito e guardou o pano debaixo do balcão, em uma caixa discreta que continha os produtos de limpeza mais básicos. – Ah, bom dia, senhora Lee! – Cumprimentou uma velhinha que entrou no estabelecimento. Ela retribuiu com um aceno e sumiu entre os pequenos corredores.
Namjoon, quando acabou de repor os potes de kimchi, encostou na geladeira e encarou o melhor amigo com uma sobrancelha arqueada. Deu um impulso e foi até o balcão, apoiando o cotovelo na madeira escura.
— Não sei se é suficiente para matar essa sua curiosidade estranha, mas a única coisa que eu sei é que tem drogas, adolescentes e álcool. Se você juntar esses três fatores, consegue deduzir diversas coisas.
— É, não matou não. – Se sentou na banqueta em frente ao caixa. Ambos ficaram em silêncio enquanto Jungkook atendia a velhinha de minutos atrás. Ela estava comprando um saco de farinha. – Então tipo... não tem nenhum boato ou história de alguém que foi nessa festa? – Prosseguiu quando estavam a sós novamente.
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Próxima Parada: Seul! | pjm+jjk
RomanceEm uma cidade pequena, no interior da Coreia, vivia Jeon Jungkook. Ele sonhava em fazer faculdade de medicina, na grande Seul, e era um exemplo de menino; notas altas, um filho educado e que trabalhava aos fins de semana no armazém da familia Jeon. ...