Tropicália tropa de canalhas
Pais Tropicaliente, quente por tantas injustiças
Injustiças que esfriam e não matam a sede de justiça
País das bárbaries executadas e visíveis a olho nu
Um ser humano golpeado e tratado como lixo num quiosque de maldades
Aqui se serve o ódio misturado com uma dose de impunidade
Aqui o pau bate em Chico, Francisco, cidadão afro vira petisco de ossos dilacerados
A tropa do Tropicália quer mandar na praia, mas não quer pagar salário
A tropa serviu na bandeja a alma de quem apenas manuseo suas bandejas
Quebram-se ossos e juntam os destroços de uma vida dilacerada
Vidas não podem ser descartadas e jogadas numa lata de lixo
O sangue do inocente jorrou na areia e entristeceu a sereia
Um Congolês que acreditou num conto de fadas
Eu conto ou você conta que fazem de conta que nada aconteceu
O que vale um ser humano quando confronta com os não humanos?
A pele negra sangra do mesmo jeito porque todos são do mesmo jeito
Porém o Tropicália não era o seu gueto
Um sonho desfeito por alguns trocados
Qual a culpa de Moise por ter cobrado alguns trocados?
Uma paulada, duas pauladas, várias pauladas
Fugiu da violência da sua terra natal e foi abatido em terras Brazilis
Uma sociedade que bate sem dó, está sempre tentando te dominar
E lhe reduzir a pó
Jonas Luiz
03/03/22
