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Acordei com os raios de sol entrando pela janela, ainda sem abrir os olhos procurei com as mãos meu celular que tocava desesperadamente, minha cabeça doía tanto que minha primeira reação foi jogar o celular longe e a segunda levantar correndo para buscar o coitado atirado no chão, olhei para o visor e o nome de Isabela brilhava na tela, preferi ignorar ao invés de atender, última coisa que precisava era minha irmã dando lição de moral logo cedo.
Algumas lembranças da noite passada vinham como flash em minha mente, droga, Juliana merecia ao menos um pedido de desculpas já que não conseguia me lembrar de nada após vomitar em frente ao bar.

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As duas semanas que seguiram foram tranquilas, minhas coisas estavam organizadas, meu apartamento finalmente estava pronto e meu trabalho estava melhor impossível, fiz algumas amizades em meio aos plantões, o que fazia tudo ficar mais leve, posso afirmar que finalmente estava vendo uma luz linda e brilhante no fim do túnel.

- MEL. - Lara balançava as mãos em frente ao meu rosto. - Você ouviu alguma parte do que eu falei?

- Desculpa amiga, estava com os pensamentos distantes.

Lara foi uma das pessoas incríveis que conheci no hospital, ela, Ana e Matheus foram meu combustível desde o primeiro dia de trabalho, me sentia tão confortável ao lado deles que parecia que os conhecia à anos, eles me motivaram totalmente a sair da bad com o fim do noivado, segundo Matheus só maluco entra num casamento tão nova quanto eu, eles fazem questão de ressaltar a mulher incrível que eu sou e o quanto sai ganhando com o fim do relacionamento.

- Vai ter show das gêmeas que cê gosta nesse final de semana e o melhor é que vai ser numa casa de festas fantástica, lembra o DJ que eu tô saindo? - Concordei com a cabeça esperando ela concluir. - Então, ele vai tocar após o show delas e vocês três estão obrigados a me acompanhar.

- Sei não Lara, os plantões estão me matando, esse final de semana só queria descansar. - Fiz um biquinho olhando a cara deles em choque pra mim.

- Como disse Melissa, vocês TRÊS estão obrigados a me acompanhar. - E assim ela saiu da salinha de descanso e foi a deixa para todos voltarem ao trabalho.

Se tem uma coisa que eu descobri no curto período de convivência é que falar não para Lara é missão impossível, achava que eu fosse mimada, mas com toda certeza essa mulher é mais.

- Ei gatinha como cê tá? A bochinha está mais gordinha. - Falei sorrindo para mamãe da pequena bebê dormindo na cuba da UTI.

A nutrição é minha maior paixão juntamente com crianças, poder usar de algo que eu amo para ajudar bebês tão pequeninos faz meu coração bater mais forte. Minha função dentro do hospital era garantir uma alimentação adequada aos bebês internados, seja ajudando a mãe com o aleitamento ou as prescrições das fórmulas, além de acompanhar o desenvolvimento do peso daquelas coisinhas minúsculas. E a parte ruim? Somente essa semana perdemos dois bebês, coisa que destrói meu coração e certamente já estava enlouquecendo minha psicóloga.

Fui passando pelos bebês, conversando com as mães e ajustando algumas alterações, ajustei os horários de alimentação dos bebês que chegaram a pouco e fui passando todos relatórios as enfermeiras.

- Mel, vamos tomar uma cerveja em algum lugar? - Matheus falou pulando em cima de mim.

- Sem condições Math, estou moída e amanhã tenho plantão noturno antes das folgas, preciso da minha cama.

- Alguma chance de te convencer?

-Nenhuma garoto, mas com certeza alguma das meninas topa essa loucura.

Me despedi dele com um beijo no rosto indo em seguida para o meu carro, parei no mercado perto de casa, estava vivendo a base de vento nos dois últimos dias e hoje eu só queria uma comidinha caseira como só minha mãe sabe fazer.

Fui passando entre os corredores e pegando os itens para janta junto com alguns outros que estavam faltando em casa, estava distraída o suficiente para me assustar quando olhei para o corredor ao lado e vi a ruiva que tanto assombrava minha imaginação nas últimas semanas.

- Não é possível, parece até que o universo está conspirando contra mim. - Suspirei olhando cada detalhe do corpo dela perfeitamente modelado em um vestido longo verde, meus olhos se prenderam na bunda dela e não consegui evitar um suspiro.

Não sei em que momento ela se virou, mas dei um pulo quando meus olhos encontraram os dela e um sorriso divertido estampou os lábios de Maiara. Sai o mais depressa possível do corredor, indo em direção ao caixa mais próximo para sair daquele mercado o quanto antes.

- Ela sorriu pra mim? Realmente pra mim? - Eu me encontrava em choque completo enquanto a moça do caixa me julgava uma completa maluca.

Entrei no carro jogando as compras no banco de trás, liguei o som juntamente com o ar condicionado, meu corpo estava estranhamente quente, encostei minha cabeça no volante respirando fundo antes de ligar o carro, sai rápido mas não rápido o suficiente para não ver ela olhando em minha direção na porta do estabelecimento.
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Tô vendo vocês lendo e não falando nada, estão gostando?
Digamos que sou muito sensível, preciso da motivação de vocês!!!!

O universo conspirouOnde histórias criam vida. Descubra agora