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Minha respiração estava acelerada, meu corpo arrepiado e os segundos que demorei para reagir pareceram horas, tudo certamente estava em câmera lenta.

-Desculpa, eu te machuquei? - Perguntei me virando e sentindo as mãos dela ainda em minha cintura.

- Não, fica tranquila. - As mãos dela se retiraram e senti meu corpo reclamar, com certeza estava muito melhor com as mãos dela em mim.

- O Irmã cad... - Maraisa falou cortando a frase no meio ao me ver na frente da ruiva. - Olha só Bruno, essa é a menina do carro.

-Do carro? - Perguntei sem entender.

- Esquece, a Maraisa não sabe o que diz. - Maiara interferiu beliscando a irmã que deu um pulinho e fechou a cara. - Qual seu nome?

- Melissa mas pode me chamar de Mel.

- Certo Mel, ainda prefiro garota do carro, me lembra algo muito engraçado. - Bruno falou rindo e puxando Maraisa para longe de nós, o sorriso divertido dos dois não saiu dos lábios por nada.

O ponto de interrogação estampado em meu rosto, nós ficamos algum tempo nos encarando sem falar nada, ambas não tinham o que falar, minha mente funcionava a mil e nenhum pensamento era realmente útil.

- Então Mel, foi ótimo te conhecer mas já estou me retirando, tenta não cair por ai, não estarei mais pare te segurar. - Ela disse gargalhando em seguida e definitivamente São Paulo nunca esteve tão linda.

Maiara saiu do meu campo de visão e eu só conseguia pensar no quanto eu precisava dela perto de mim, de preferência com a boca mais perto ainda da minha. Logo Matheus me chamou para dançar com ele e não pude evitar olhar para o outro lado do palco onde estava uma Maraisa completamente bêbada dançando.

- Ei loira, vai ficar olhando muito a outra irmã? - Math perguntou divertido.

Apenas ignorei a frase dele e voltei a dançar, o acontecido com Maiara não saia da minha cabeça. Ser fã de alguém é engraçado não acham? É um sentimento puro, qual não pedimos nada em troca, ficamos felizes por um mínimo contato e torcemos pela pessoa tal qual por alguém da nossa família, era assim que eu me sentia por Maraisa, mas Maiara era diferente, pelo menos nos últimos tempos meu interesse na ruiva era um tanto quanto doido para mim e o fato de estar esbarrando com ela aleatoriamente balançava muito minha cabeça.

- Uma cerveja pelos teus pensamentos. - Olhei para o lado e Bruno me encarava sorrindo.

- Garanto que não são tão interessantes assim. - Sorri de volta para ele. - A cantora está dando trabalho hoje?

- E como, não sei como não cansa viu?

- Também não entendo, eu aqui só querendo um banquinho para sentar.

- Tem sofá no camarim, quer ir lá descansar um pouco? - Somente Concordei com a cabeça e segui ele que me guiava para parte de trás do palco.

Bruno era extremamente agradável de se conversar, simpático demais e me tirou muitas risadas com assuntos aleatórios enquanto tomávamos algumas cervejas e comíamos algumas coisas que estavam na mesa do camarim vazio.

- Mentira que cê fez isso? E ela nunca mais te procurou?

- Céus Bruno, eu quase vomitei na boca dela, não me procurou e com toda razão. - Ele fez uma careta de nojo e riu em seguida.

- Mas então foi esse dia que você gritou pras gêmeas.

- Que história é essa? - Perguntei já com os olhos arregalados.

- Vai dizer que cê num lembra? - Neguei com a cabeça. - Mel a Maraisa falou de uma certa fã totalmente bêbada que viu elas na frente de um bar e perguntou onde estava uma certa 'ruiva maravilhosa'.

- Meu Deus, tá brincando né???? - Eu jamais ia acreditar que cometi essa gafe.

- Pecado, não lembra mesmo. - Bruno falou dando uma gargalhada que foi interrompida pela porta abrindo.

- Ah cê tá ai. - A morena entrou cambaleando no camarim. - Te procurei por tudo, after lá em casa bora. - A animação de Maraisa era visível.

- Que after o que mulher, amanhã a gente viaja, Maiara tá em casa descansando já, nada de after bora dormir isso sim. - O sorriso dela sumiu a medida que Bruno foi falando.

- Cê é estraga prazeres demais viu. - Maraisa disse já com um bico no lugar do sorriso.

- Sou mesmo, meu dever agora é te levar pra casa e te colocar pra dormir. - Bruno falou enquanto recolhia algumas coisas e tentava equilibrar Maraisa ao mesmo tempo.

- Deixa que eu ajudo. - Me levantei segurando de lado na cintura de Maraisa enquanto passava um dos braços dela por cima do meu ombro.

- Cê quer ser minha cunhada é menina do carro? - Maraisa perguntou risonha. - Já deixo avisado que não é tarefa fácil, tem que conquistar duas pra tentar a sorte com uma.

- Essa tarefa eu concluiria com prazer viu, aliás Bruno me contou a história que levou a esse apelido e não acho justo não, eu estava pior que você. - Respondi enquanto tentava equilibrar nós duas já que Maraisa estava jogando todo seu peso para cima de mim.

- Justo, vou te chamar de Mel então até poder te chamar de cunhada.

Ri com o comentário de Maraisa e seguimos em silêncio até chegar no carro que levaria ela e Bruno para casa. Me despedi dos dois mas antes passei meu número para Bruno para mantermos algum contato.

Retornei ao local da festa mas não encontrei nenhum dos traíras que me trouxeram e confesso que também não fiz muito esforço para tal já que estava muito cansada. Chamei um uber e fui seguindo para o portão.
Ao chegar em casa fui tirando a roupa conforme ia em direção ao quarto, deixando uma peça de roupa jogada em cada cômodo, sequer me importei em tirar a maquiagem ou qualquer coisa do tipo, apenas me joguei da forma que estava na cama, meus pensamentos estavam a todo vapor, muitas coisas para digerir sobre a noite de hoje e foi exatamente pensando nelas ou mais especificamente NELA que peguei no sono.

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Gente peço desculpas pelo sumiço, tá tudo muito corrido, mas assim que possível vou atualizando aqui, o que vocês estão achando? Já imaginam os próximos acontecimentos?

Beijinho e até o próximo 🤍

O universo conspirouOnde histórias criam vida. Descubra agora