THE FAME || Timothée Chalamet

FOREVER

JEHANE

A última vez em que fiquei obcecada pela caixa de entrada do meu e-mail foi quando comecei a mandar mensagens anônimas para Timothée.

Se alguém me dissesse que, vários meses depois, eu seria a namorada dele, a minha resposta seria um riso histérico digno de algum vilão de quadrinhos.

Mas não era por causa de Timothée que eu não tirava os meus olhos da tela do computador — em respeito ao meu momento, ele prometera mandar apenas mensagens.

Eu estava à espera da resposta de Lilly, a jornalista que foi demitida misteriosamente da Gossip Life, o que fez com que Paul me obrigasse a escrever a resenha sobre o livro de Emma Burris.

Sua demissão aconteceu em circunstâncias estranhas, e eu tive a esperança de que Lilly pudesse me fornecer alguma coisa — talvez ela tivesse sido demitida por ser bisbilhoteira e, como vingança, guardasse alguma prova incriminadora. Com sorte, essa prova estaria ligada a mim.

Mas não chegara nada dela no meu e-mail, e eu já começava a sentir os sinais da esperança se desvanecendo.

Nem o sinal verde de Lizzie para que eu publicasse o texto sobre escapismo conseguiu me animar — pelo menos não como teria me animado em outro dia qualquer.

Eu imaginei o que faria se perdesse para Paul.

Em pouco tempo na Gossip Life, eu perdera muitas coisas mais valiosas que o dinheiro. Ainda assim, era injusto pensar em como poderia perder um pouco mais — principalmente para alguém que topava qualquer coisa por dinheiro.

E o pior era saber que, legalmente falando, eu estava mesmo errada.

— Maldita boca dominada pelas emoções — resmunguei.

Passei o resto do dia sendo dominada pelo mal-humor — na hora do almoço, Morgana fez uma piadinha sem graça sobre como seria interessante imaginar o que Timothée sofreria nos dias em que eu estivesse com aquele tipo de humor.

— Você sabe que, se fôssemos personagens de um romance, a sua implicância seria facilmente entendida como uma paixonite por ele, não sabe?

Ela revirou os olhos.

— Ou que eu o odeio porque ele está com você, que é por quem eu sou apaixonada.

— Isso tem algum fundo de verdade?

— Claro que não, sua tonta. Foi você quem começou com esse papo de universo paralelo. Você é minha melhor amiga e eu o detesto por motivos completamente diferentes.

Eu não podia obrigar Morgana a gostar de Timothée, mas também não conseguia evitar a frustração pelo modo como as coisas aconteceram.

Claro que ela não gostaria dele, afinal, a lembrança do estado em que fiquei seria, para ela, mais forte do que qualquer argumento lógico que eu apresentasse.

Eu sabia disso porque também fiquei assim por um tempo. Foi difícil entender que a reação dele era uma consequência de um erro meu — o que não justificava todos os seus erros, mas ajudava no processo de perdão.

Também sabia que Morgana não tinha obrigação alguma de perdoá-lo.

Por outro lado, eu queria os dois na minha vida para sempre — enquanto durasse a minha vida, pelo menos —, e, se ambos fizessem parte dela, consequentemente precisariam lidar um com o outro.

Ainda havia muito sobre Timothée para conhecer, mas eu já tinha a certeza de que, uma hora ou outra, ele se incomodaria com algumas coisas ditas por Morgana.