na calada da noite
dirijo até a capela para me confessar
você não sai da minha mente por um segundo na estrada
o sino da meia noite
tenho medo de morrer se chegar perto demaiso temor corrói meu peito
você parece sempre encontrar um jeito
de invadir meus pensamentos
me agarro ao livro sagrado
senão acabo agarrando você
calo minha boca pra ninguém perceberse nossos lábios se tocarem meu corpo entra em chamas
mas não consigo resistir ao seu canto que me chama
como uma corrente elétrica que corre por todo o corpo
quando sinto tua carne tocar meu peitotu és divino, mas diabólico
não sei como suportar esse teor alcoólico
que exala quando estou com você
rasgo meu peito em um grito sincero
pegar essa estrada me levaria ao inferno
mas nada importa se o céu mora dentro da tua bocavocê é como um fantasma que me segue aonde eu vá
saio da capela depois de me confessar
mas não sinto tua voz ir embora com o vento
como um canto de sereia pairando no relento
ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte
tu ainda me assombrarás a todo momentono escuro do quarto
me imagino em teus braços
e me cubro de tinta
por fora e por dentro
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(Des)apaixonado
PoetryA única coisa que eu sei sobre o amor é que eu não sei de nada. Minha experiência com esse sentimento é efêmera, infantil, as vezes até agradável, mas nunca romântica. O que é até engraçado, parando pra pensar. Brinco tanto de ser poeta, mas o que é...