do ódio nasci
através do amor, causei rebelião
é um ato de coragem continuar amando
com minhas roupas manchadas de sangue no chão
mas agora eu quero mais do que isso
do amor quero expirar até a última gota
o raso já não me é suficiente a muito tempo
quero me jogar no oceano
me inundar em paixão
saltar do precipício
quero cantar a canção
que os poetas antes de mim escreveram
quero olhar para a lua e me inspirar
a escrever sonetos sobre você
quero inalar a fumaça e me entregar
mergulhar em teu peito e me derreter
há um fogo que queima em minhas veias
disso não há quem duvide
então tire o que quiser de mim
o amor em meu peito sobrevive
quero ter o que Shakespeare descreveu
quero ser poeta que matou por amor
um poeta que por amor morreu
se Bukowski estiver certo
se o amor for mesmo um cão do inferno
quero enxergar com meus próprios olhos
a ferida aberta que ele deixa
quero provar seu beijo de ameixa
e nunca mais esquecer o gosto
quero passear por seu rosto
e ali me perder
quero me apaixonar por você
então, por favor
permita-me
eu não acredito em finais felizes
mas aqui estou disposto a tentar com você
me mostre todas suas cicatrizes
e me deixe de amor enlouquecer
não me importa se todo esse calor
se todo esse amor
no final me matar
quando se é profeta
quando se é poeta
tudo o que importa, no final
é amar
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(Des)apaixonado
PoesíaA única coisa que eu sei sobre o amor é que eu não sei de nada. Minha experiência com esse sentimento é efêmera, infantil, as vezes até agradável, mas nunca romântica. O que é até engraçado, parando pra pensar. Brinco tanto de ser poeta, mas o que é...