Cap 6

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- Meus pés estão inchados - eu digo fazendo uma careta.
Bianca olha para os meus pés e começa a rir.
- Coloca pra cima, acho que ajuda - ela sugere. - quando eu estava grávida os meus ficaram iguais.

Bianca teve um filho do signo gêmeos, ele mora atualmente com o Pai. A relação dela com o ex namorado foi bem difícil, principalmente quando ela entrou para a polícia. Hoje o filho dela tem mais ou menos oito anos, e não fala com a própria mãe, nos não falamos muito sobre ele, é um assunto bem delicado.

- A quanto tempo estamos viajando? - Caique pergunta ao se espreguiçar.
- A umas três horas mais ou menos - ela responde.
- Diminui a velocidade - eu digo estreitando os olhos para tentar enxergar dentro da neblina.
- Quer que eu dirija? - pergunto
- Não - ela responde.

Estamos descendo uma longa avenida repleta de destroços, a neblina é muito densa, o carro está ficando abafado demais. Vejo Diego na parte de trás da combi dormindo entre traviceiros e muitos cobertores.
- Acho que ele esta confortável - Bianca diz sorrindo.
(risos)
- Eu acho que sim. - eu digo - Então pra onde estamos indo? - pergunto.
- Estamos chegando, vamos ficar nessa praia por uns meses - Bianca diz - Vamos recrutar pelo menos mais cinquenta ou setenta pessoas.

Não quero dizer a Bianca, mas essa história de ir para outro estado não me deixa nem um pouco segura, não sei exatamente o que está acontecendo e ninguém quer me explicar, eles planejaram tudo isso sem mim.
- Teremos que arranjar um ônibus então - eu digo.
- Claro, tem um cemitério de carros no centro, podemos colocar os aquarianos para concertar. - Bianca sugere - Enquanto isso o resto vai recrutar pessoas e roubar suprimentos.
- Caramba, vocês realme..
Sou interrompida por um engasgo, com respingos de sangue, e uma tosse persistente.
Bianca para a combi no acostamento e eu caio pra fora tossindo muito sangue.
Ela fica dentro da combi com as mãos no volante e a cabeça encostada na busina. Os meninos descem da combi pedindo pra ela ajudar mas ela ignora.

Meu caso de amoerte esta piorando, eu sinto dores o tempo todo, e há manchas e coágulos de sangue espalhados pelo meu corpo. Voltei ao médico algumas vezes mas ele informou que não poderia fazer mais por mim.
- O que houve - Diego pergunta ao descer da combi assustado.
- Le? - Maicon me chama - peguem água pra ela! - ele grita.
Caique corre para dentro da Combi e me traz uma garrafa d'água, quando eu paro de cuspir sangue no asfalto coberto pela geada percebo que esta todo mundo me olhando.
Caique esta agachado ao meu lado com a garrafa, estou com a boca pingando sangue, ele não consegue olhar e sai de perto de mim. Eu me levanto e limpo a boca com a manga da blusa vou ate o porta malas da Combi e pego um saco de biscoitos de cenoura.
- Vamos, eu estou bem - digo entrando na combi.
Todos me olham estranho, e entram na Combi. Ao entrar dentro Breno esta com as mãos pressionadas sobre o vidro da combi.
- Le.. - ele tenta dizer com um ar de preocupação.
- Está tudo bem - o interrompo.
Bianca olha para mim friamente e liga a combi, continuamos o trajeto até a beira de uma praia.

Eu vejo uma luz verde piscante se aproximando, então Bianca para a combi no que parece um estacionamento dentro de um prédio.
- Que lugar é esse? - eu pergunto.
- Tenho amigos aqui.. ou eu acho que ainda estão aqui. - Renan diz ao descer da Van Esperem um pouquinho, vou subir e acha-los.

Renan sobe as escadas correndo.
Eu me sento sobre a parte de traz da combi e me cubro com um dos cobertores, Maicon está me olhando com aquela cara esquisita que ele faz quando algo o está incomodando.

Tivemos uma briga feia a uns anos atrás, ele era meu melhor amigo. Depois da guerra, por ser do mesmo signo nós conseguimos nos encontrar, e nos ajudar, mas por conta de alguns problemas pessoais ele se afastou de mim, um tempo depois ele voltou atrás e desde então é estranha a nossa relação.
- Ta olhando demais pra ele - Diego diz ao se aproximar.
Eu o abraço e sorrio.
- Ele está estranho - retruco.
- Ele está doente e preocupado com a Namorada o que esperava? - ele pergunta.
- Tem razão, mas você ja conversou com ele?
- Sim, você sabe, ele não vai relaxar enquanto não ver a Isa.

- Então tenho uma má notícia, o condomínio esta lotado de Neider's não tem lugar para nos la dentro - diz Renan ao descer as escadas. - Porém podemos ficar aqui no estacionamento, eles vão nos ajudar com a luz e a comida, podemos montar uma super barraca para todos dormirem juntos.
- Otimo - Breno diz ao se levantar do meio das cobertas atrás de mim.
Eu sorrio quando vejo a cara de sono dele, e então todos concordam, assim começamos a nos ajeitar.

Todas as pessoas que foram realocadas por seus signos tiveram que ficar meses na rua até que ficasse tudo pronto, estavam construindo os muros e nossas moradias, então nós  recebemos uma espécie de manta térmica militar com três camadas feita de tecido verde escuro e usamos ela para montar o barracão. Eu tinha algumas escondidas, Breno trouxe de casa uma lona dobrada e algumas cordas.

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⏰ Última atualização: Jun 27, 2022 ⏰

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