Prólogo

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1 de janeiro
13:09

O sol já estava no céu acinzentado, era provável começar uma chuva em questão de horas. As cortinas grossas de cor preta cobriam as grandes janelas do imenso quarto de Estado Unidos. O despertador estava desligado, ou melhor, quebrado. Paz de espírito não é o forte do estadunidense. A cama continha o corpo de seu comprador, adormecido e confortável, com o calor das cobertas sobre o seu corpo. A festa da noite passada havia abalado as estruturas e consequentemente o seu sono atrasou por algumas horas. O estadunidense se remexia nos edredons azuis, mesmo não tendo a entrada de quase nenhuma luz seu corpo sabia que já passava das horas para acordar e começar o dia corrido.

A porta de madeira escura foi aberta pela a empregada, não queria acordar seu chefe tão repentinamente mas, infelizmente, com um novo ano muitas outras responsabilidades iriam vir para o homem de cinquenta estrelas.

A jovem começa a andar pelo quarto, a fresta da porta fazia a luz amarelada do corredor entrar no quarto. Seus passos suaves faziam eco no meio do silêncio e escuridão mórbida. A primeira coisa que a empregada fez foi abrir as janelas começando a fazer um barulho, alto o suficiente para acordar a "bela adormecida".

— Who is it? - Levantou um pouco o tronco e depois se deitou batendo a cabeça no travesseiro branco - Shit, é você. Hours? - O homem de cabelos loiros virou o rosto para o lado direito

A jovem se encolheu mas antes de responder terminou a sua primeira tarefa, abrir as cortinas, o quarto precisava ter um pouco de iluminação do sol.

Com o abrir das cortinas, os raios de sol atingiu o seu corpo e iluminou uma parte do chão dando para perceber a cor do porcelanato acinzentado. Levantou o pulso esquerdo e fez um movimento de giro para ajustar a posição do relógio de pulso.

— uma hora e vinte e quatro minutos da tarde, senhor - Estados Unidos soltou um resmungo de protesto e a de cabelos negros tossiu internamente para limpar sua garganta - O senhor Inglaterra fez uma ligação. Está solicitando o senhor em sua empresa as duas e quinze.

Como foi treinada, a jovem informou, sem nenhuma expressão, o que foi pedido ao seu patrão e logo depois continuou a fazer sua tarefa quieta. Era um pouco assustador a cara de morte que todos os trabalhadores na casa de Estados Unidos tinham, até mesmo eles estavam cansados daquele luxo conquistado por si.

Estados Unidos se senta na cama, meio desnorteado com o efeito das bebidas alcoólicas ainda circulando em seu corpo. Sua cabeça latejava e sua visão estava quase turva. Não queria ir para mais uma reunião irritante, sem assunto e isso o irritava, quando ele se irrita mais sua dor de cabeça aumenta e quanto mais sua dor de cabeça aumenta menos sua paciência consegue se consolidar o fazendo tomar decisões pelas emoções e não pela razão.

O que seria agora? As reuniões era sempre consecutivas, o fazendo perder seu tempo precioso, sendo a maioria puxando um único assunto chegando ao mesmo caminho das demais.

14:45

Estado Unidos

Meu terno preto estava justo em meu corpo malhado. Minha mão estava encontrada apoiando minha cabeça enquanto a outra estava deitada na mesa de reuniões.

Meu pai começou primeiro fazendo um comentário, um tanto incomum, e agora entrou em uma discussão para tentar, falhamente, me convencer a casar. Não com qualquer, óbvio

— Estados Unidos você precisa - exclamou irritado - Precisamos continuar nossa linhagem, você precisa ter descendentes. - O homem ruivo se levantou e bateu a mão com força na mesa - Quem você pretende herdar toda a sua fortuna? Quem irá continuar nossa fama?

— Arg? - Essa conversa já está me dando dor de cabeça - Por que não dá essa proposta "incrível" para Canadá? Ele é seu filho ou esqueceu disso também? - Inglaterra apertou a mão com força, estava buscando formas de não quebrar tudo em sua volta

— Estado Unidos - Levantou sua cabeça para olhar profundamente nos olhos do filho - Eu, sendo o seu pai, me preocupo e tento fazer o melhor para você. Não quero ver meu filho morrendo sozinho

"É incrível a maneira que ele distorce as coisas. Não é difícil de entender que eu só não quero me casar agora!"

— Por isso, - Continuou, com sua voz séria e sem emoção - pensando no seu melhor, eu convidei a família de Rússia para um jantar. - Estados Unidos se levantou, fervendo de raiva mas antes de começar a gritar seu pai continuou - não fique dando show, filho. Tudo já está programado, terça às dez e meia.

Me levantei, acho que esse foi o meu recorde. Arrumei minhas coisas e sai daquele escritório. Agora preciso quebrar alguma coisa antes que eu surte

Brasil

O quarto do brasileiro raramente estaria arrumado mesmo em alguma ocasião importante. Os cobertores de cores variantes entre o azul, verde e amarelo apenas cobriam parte do corpo do sul americano que estava com as pernas abertas e deitado de bruços. O despertador que já mal funcionava marcava, com sua cor desbotada em vermelho, 12:30.

Sua entrevista seria em questão de minutos e certamente se atrasaria se não fosse seu amigo, que também o ajuda a pagar as contas do apartamento.

O homem tricolor estava furioso, era decepcionante o quão relaxado é o brasileiro. Mesmo em uma entrevista que os ajudaria o muleque não tomava jeito. Os próximos minutos foram seguidos por uma gritaria e espancamentos para acordar o Brasil.

Coitado, ser acordado tão repentinamente e ainda ter que fazer uma longa correria não era fácil. Não para ele

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