Sozinha, encarava as paredes, que outrora foram limpas, mas que agora estão cobertas de traços que representam os dias que aqui passei.
Não sei se devo ir á terapia, ter com Niall depois do que eu descobri ontem. Mas também devo imaginar que deve ser difícil estar na pele do Niall.
Tracei mais um risco, junto aos outros 47, agora olho para cada um traço e lembro de tudo o que já passei, desde as coisas boas ás coisas más. Mas a vida é mesmo assim.
Levantei-me, encarando agora o beliche de cima, vazio. Tenho saudades do Zayn , do Tyler, e da minha mãe.
Saí do quarto, já sentindo as minhas pernas a fraquejarem á medida que me aproximava do consultório do Niall.
Desta vez, para não apanhar nenhuma supresa indesejada, bati levemente á porta. Até que ouço uma voz vinda de lá dentro, de Niall "Entra"
Assim o fiz, entrei, mas desta vez Niall estava sozinho e virado de costas, com as mãos por trás destas, enquanto observava pela janela, a paisagem.
Sem pronunciar nada, sentei-me no sofá do custume esperando algum gesto de Niall.
"Não vais dizer nada?" pergunto "Ou viraste mudo?"
"Não, não virei mudo, nem estúpido" ele diz sem olhar para mim
"Estás a chamar-me estúpida?"
"Não"
"Então?" olho-o furiosa
"Porque seria estúpido da minha parte se eu te deixasse de falar'' ele finalmente vira-se, encarando-me com os seus olhos azuis, agora um pouco mais escuros que o normal
"O quê que havia de tanto interessante aí fora, para só agora parares de olhar pela janela?" cruzo os braços, tentando parecer séria
"Nada, para ser sincero" ele senta-se á minha frente na secretária
"Então porquê que não me olhaste uma única vez e preferiste olhar lá para fora?"
"Porque preferia olhar para nada, do que olhar para o teu rosto repleto de desilusão" ele diz
"Eu nã-" ele interrompe-me
"Não negues, Mia, sei que estás desiludida comigo, que neste momento és capaz de me odiar ou até mesmo teres nojo de mim" ele abaixa o olhar
"Sim, Niall, a verdade é que estou desiludida contigo, porque mesmo depois de todas aquelas palavras que me disseste, foste ter com a Kate" digo e ouço Niall a suspirar "Mas não te odeio, Niall, tu sabes perfeitamente que é impossível eu odiar-te"
"Ainda me amas?"
"Sim, Niall, ainda te amo" digo e vejo um pequeno,mas fraco sorriso a crescer no rosto dele "Mas eu não estou aqui para sofrer mais por amor, estou aqui para ultrapassar o meu problema"
Niall deixa de sorrir mais e olha-me com uma expressão triste, e tenta recompôr-se, pegando no seu bloco
"Então, acabou?" ele olha-me
"Nunca chegamos a ter nada Niall"
Niall suspira, e vejo água nos seus olhos azuis, tornando-os mais brilhantes, custou-me vê-lo assim por mim, mas isto não pode continuar assim, em que só eu é que sofro nisto e ele tira as vantangens que quer em duas mulheres.
"Bem" ele começa com a sua voz tremida, quase perto de chorar "Eu não sei o que fazer, tudo o que eu tinha escrito no plano era confiança, e eu perdi-a"
"Talvez" digo
"Mas isso não signifique que não possas confiar noutras pessoas, por isso, dispenso-te da minha terapia para ires ter com Altusha, conheçam-se melhor e pode ser que no fim ganhes confiança suficiente para lhe tocares" ele diz e eu assinto
Levantei-me e saí do consultório, fechei a porta e ouço logo Niall a ir-se abaixo, chorando do outro lado da porta.
Sinto-me terrivelmente mal por o ter feito sofrer, mas eu tenho de começar a pensar em mim mais do que penso nos outros, estou sempre preocupada se magoo os outros em vez de me preocupar se sou magoada por eles.
O meu coração pede mil vezes para eu voltar a abrir a porta, esquecer o meu problema pela primeira vez na vida e beijá-lo, no entanto o meu cérebro diz para eu seguir em frente e deixar de ser magoada por tudo e por todos, porque a dor do amor é a pior e a mais dolorosa dor do mundo.
Pela primeira vez, segui o meu cérebro, porque se o coração pudesse pensar, pararia.
Há momentos em que tudo cansa, até mesmo aquilo que nos repousaria.
Por vezes desejo fugir, fugir do que conheço, do que é meu, do que eu amo. Não quero ver mais estes rostos, estes hábitos, estes dias exaustivos que aqui passo.
Não quis ter com Altusha, então decidi voltar ao quarto, onde peguei no maço de tabaco que ela me tinha dado, e liguei um cigarro ali mesmo no quarto, deixando o fumo sair pelos meus lábios e a infestarem o quarto todo.
No entanto, conseguia ainda ouvir as palavras de Niall presas na minha mente "Apenas não quero que morras primeiro que eu" , mas nenhuma daquelas palavras me parariam de fumar, até porque por vezes morrer, é o meu desejo principal.
Queria desaparecer com o fumo, gostava naquele momento ser uma pessoa que não sou, porque eu sou os arredores duma vila que não existe, sou uma figura dum romance por escrever, uma prateleira cheia de frascos vazios.
Dói-me coração, porque o sangue que eu bombeio todos os dias, está a sofrer no seu canto, por mim, e esse que sofre, nada mais, nada menos, é Niall.
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Heyo desculpem por não publicar a algum tempo, mas a escola começou como vocês sabem, e eu vou mesmo tentar empenhar-me este período e não vos poderei 'dar' capitulos tão frequentemente.
Espero que tenham gostado, mas foi feito um pouco á pressa por isso não eatá grande coisa, obrigada por todo o apoio e comentários,
vodkaniallz
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The Untouchable Girl || n.h.✔
FanficMia Payne, é a rapariga intocável, não suporta que lhe toquem, um problema indiscutível aos olhos das pessoas que se autotitulam 'normais' , Mia sofre por ser 'diferente' dos restantes jovens da sua idade e frustada por causa do seu problema, esta r...