Divergente - Quatro

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Com toda minha força e foco, eu socava aquele saco de box como se fosse meu maior inimigo. Isso percorreu por horas, o dia todo havia treinado arremesso com facas, corria até sentir meus pulmões pararem por um breve momento e no box... Bom, o sangue escorrendo entre meu dedos já dizia muita coisa.
E então eu continuei, socando, batendo, chutando... Até uma voz soar atrás de mim

- já chega por hoje...

Eu não dei ouvidos e continuei

- Ei! Estou falando com você

E eu, continuava a ignorar

- Foster!

Até ele me chamar pelo meu sobrenome. Naquele momento eu congelei, fiquei paralisada tentando controlar a respiração

- Sei o que está fazendo

- Ah é? Acha que sabe algo sobre mim? - Me virei a sua frente - Você não sabe, não me conhece, não mais...

- Está usando dor física pra calar a dor emocional

Soltei uma risada cínica nasalada

- Dor emocional? - eu me aproximava dele cada vez mais- olha pra mim. Parece que tá doendo algo ?

Ele suspirou e levantou a cabeça

- Olha eu sei que está com rai-

Ele se cala enquanto um tapa estralado é despejado em sua face

- Raiva, Quatro? Acha que eu só estou com raiva?

- Tá tudo bem.. -ele olhava em meus olhos-

- Não! Não está NADA.     BEM ! - uma sequências de socos começam em seu peitoral e braços, eu já não tinha força o suficiente então ele nem ao menos sentiu forte dor

- Eu passei noites em claro preocupada com você, eu arrisquei a minha vida e a vida de pessoas da Audácia para poder te achar, eu fui até os líderes ver se conseguia alguma pista pra ir atrás de você, mas você sumiu!

os socos já mais fracos e ele nem ao menos se importava, as lágrimas já não se continham mais, ele então me segura com força em um abraço apertado, minha cabeça cai sobre seu peito enquanto chorava-

- Por que você sumiu Quatro? E-eu... Eu precisava de você

- Eu sei, eu sei... Eu estou aqui agora,- ele abafava meu choro-  e nada vai me tirar de você

Após um banho, eu estava exausta, não havia percebido o quanto eu tinha passado dos limites. Só queria dormir e tentar descansar um pouco. Ouço uma batida na horta e logo ela é aberta com cautela

- Oi...

- O que você quer? - digo secamente

- Conversar, me explicar

Quatro adentra enquanto eu sento na beirada da cama de costas pra ele, ele faz o mesmo.

- Por que não me contou antes?

- Antes de que?

- Antes de sumir, Quatro

- Eu não podia por sua vida em risco

- Para onde você foi? Por que não me contou? Você sumiu por semanas e-eu pensei que estivesse... morto

Ele solta um longo suspiro antes de começar

- A algumas semanas, não conseguia dormir e fui caminha. Passei pelo fosso de madrugada e ouvi coisas de um grupo, coisas que me fizeram ter que fazer isso, foi uma escolha

- Que tipo de coisas?

- Eram três, eles sabiam sobre você, sobre os divergentes,estavam planejando um ataque e iriam te usar como isca para pegar outros divergentes e no fim... Mata-los

Aquilo foi um choque pra mim, todas as peças faziam sentindo agora...

- Não podia deixar isso acontecer, mas não podia falar para mais ninguém, então, resolvi sozinho, sem por mais a vida de ninguém em risco. Disse aos líderes da Audácia que precisaria fazer uma viajem até o outro lado da cidade por alguns dias, eles não querem saber a não ser que isso lhe tragam problemas, e eu resolvi os 3 deles...

- Eles atacaram você?

- Tentaram, mas não antes de eu tentar convenve-los de que estavam errados que divergentes não são monstros. Mas eles não mudariam de ideia... Foram alguns dias até os colocarem abaixo da linha vermelha e desclassificar-los assim em seguida, não podia voltar logo depois disso, então esperei as coisas abaixarem e me livrar dos rastros. Me desculpe não ter contado, mas se for pra te proteger, eu faria tudo exatamente igual...

Eu não sabia o que responder, Quatro não é um assassino, mas ele matou três pessoas para me proteger... E isso me fez sentir culpada por culpa-lo

Me viro de frente a ele, olhei em seus olhos, seu olhar de pesar culpa. Sei que ele jamais mentiria para mim

- Aí meu Deus Quatro... - sem pensar mais o abraço, um abraço de saudade, de tristeza e de paixão- Eu fiquei tão preocupada, caramba não faz isso por favor, se tiver que se arriscar, faremos isso juntos.

Ele assente e me abraça firme novamente

- Eu pensei que nunca mais fosse te ver

- Ei olha pra mim - ele segura meu rosto com sua mão me fazendo olhar em seus olhos- Eu sempre, sempre vou voltar pra você. Não importa o que aconteça eu vou te encontrar

E no fim disso eu o beijo, com tanta intensidade e necessidade acumulada a semanas. A saudade com euforia atingia aquele quarto enquanto nós beijávamos, sua mão vai para minha bochecha deslizando sobre meu pescoço enquanto a outra pousa sobre minha cintura segurando firme. Nos separamos por um momento, ele se distancia e olha em meus olhos novamente, beijando levemente minha testa.

- Me deixe cuidar disso

Ele segura minhas mãos machucadas e eu permito assentindo. Quatro então, faz um curativo, limpando e cuidando do dos ferimentos como se fosse a coisa mais delicada do mundo.

- Ai - reclamo enquanto ele enfaixa e levanta seu olhar para mim

- Me desculpa

- Tá tudo bem

- Não estou falando só das feridas Sky

Eu o puxo para o meu lado da cama

- Deita comigo...

Ele deita no exato momento e me puxa para seus braços, descanso minha cabeça em seu peito sentindo aquela sensação de conforto e segurança. Ele acaricia levemente meus cabelos, seus dedos deslizando sobre a superfície só meu corpo enquanto me observava

- Eu perdoo você, por não dar notícias, da próxima vez que alguém tentar nos matar, faremos isso juntos ok?

Ele solta uma risada nasal me puxando mais pra perto

- É claro que sim, seremos eu e você contra quem tentar a sorte. Eu amo você Foster, e jamais vou deixar alguém toca-la

- Eu te amo Quatro

E assim dormimos, com a certeza e confiança de que quando acordar, estaremos do mesmo lado.






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⏰ Última atualização: Apr 20, 2022 ⏰

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