Capítulo 1

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Esse livro será temporariamente tirado do ar dia 26/09/17, ele vai voltar em breve, juro!

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Olho-me no espelho depois de um dia desgastante, pareço cansada e suada.

Não quero ir à academia hoje, andar de um lado ao outro nessa cidade já foi exercício suficiente pra mim.

Depois do banho visto pijama, ainda é cedo, mas nada é mais confortável do que meus pijamas nesse friozinho que faz em Belo Horizonte em junho.

Quando estou terminando de secar meus longos e pesados cabelos meu telefone toca mostrando o nome da minha mãe na tela.

- Oi mãe!

- Oi Amanda, como foi seu dia?

- Cansativo como sempre.

- Imagino. Você está se lembrando do casamento da sua prima no próximo mês, não está?

- Sim, mãe. Não me esqueceria.

- É bom que você se programe, sua tia planeja essa festa há muito tempo!

- Ok, eu já estarei de férias de qualquer jeito.

- Que bom! Seu tio Augusto vem pra festa também.

- Sério? Não o vejo há anos...

- É eu sei, também estranhei. Bom, preciso ir agora. Se cuida.

Desligo o telefone. A relação entre a minha mãe e eu é bem superficial, somos de uma cidade muito pequena em que as pessoas se preocupam muito com a vida dos outros e com o que os outros pensam de nós, o passatempo preferido dos pais é exibir as conquistas dos filhos e esses tipos de coisas. Bom, eu não ajudo muito minha mãe com isso, mas dona Ângela Cestari está sempre criando expectativas para sua única filha.

Ela engravidou no fim da adolescência de um turista qualquer e foi difícil pra ela enfrentar o falatório que aconteceu. Meus avôs chegaram a manda-la para outra cidade e espalharam que ela tinha se casado com um ricaço e quando ela voltasse comigo eles diriam que ela tinha ficado viúva, mas o boato não colou, muita gente já sabia da verdade para acreditar nessa versão dos meus avôs, e até onde eu sei a família Cestari ficou na boca do povo por muito tempo.

Nós nunca conversamos sobre isso e tudo que eu sei dessa história foram outras pessoas que me contaram. Aliás, minha mãe continua me dizendo que meu pai morreu quando ela estava grávida e por isso não tenho o nome dele na minha certidão.


Volto a me lembrar do telefonema e do que ela me disse sobre meu tio Augusto ir ao casamento da Olívia, na verdade ele não é meu tio, é primo da minha mãe, mas pela idade eu me acostumei a chama-lo assim. Eu não o vejo há o quê, uns dez anos? Eu devia ter uns doze anos quando ele foi promovido e transferido para algum lugar da Ásia.

Ainda me lembro bem dele, ele era bastante sisudo, mas muito carinhoso. Mas a verdade é que eu me lembro melhor do filho dele Davi, ele era minha paixão de infância e eu tinha vivido alguns momentos bastante constrangedores com ele. Será que ele viria também? Minha mãe não disse nada a respeito, mas fico imaginando como seria reencontrá-lo, será que ele se lembraria?

Meu telefone toca de novo e vejo a foto do Lucas, meu namorado, na tela, logo sinto a saudade que estava dele depois desse dia corrido e atendo rápido. A conversa também não demora muito, o suficiente para convencê-lo a ir à exposição de cultura popular que está rolando esse final de semana, ele não curte muito essas coisas, mas prometeu me acompanhar.

Amanda (Série Reencontro)Onde histórias criam vida. Descubra agora