Iɴғɪɴɪᴛʏ。ー Aʀᴄᴀɴᴇ

ix. ɪɴᴄᴏɴᴄᴜssᴜs [Att.]

[Atualizado]

Eden acordou no dia seguinte, logo após o almoço de Viktor e Heimerdinger. O tempo na cama de hospital parecia ter se arrastado, mas finalmente ele estava prestes a sair, após dias de observação e cuidados. Seu corpo ainda estava fraco; o braço direito imobilizado e o olho esquerdo sem nenhum sinal de vida. Mas, apesar de tudo, sua mente parecia um pouco mais lúcida, e ele estava ansioso para ir embora, como se isso significasse que a vida poderia continuar de algum modo.

ㅤ— Essa música é tão bonita... Heimer acertou nesse presente. — Eden murmurou, encarando a caixinha de música que estava em suas pernas, quase como um amuleto de conforto. Ele observava as figuras do pequeno coiote e da coruja girando suavemente, mas a visão de sua própria mão segurando a caixinha era um lembrete cruel do que havia perdido. Viu Viktor recolher seus papéis espalhados pela mesa e depois fechou a caixinha, sentindo uma leveza momentânea em seu mundinho contido dentro da caixa.

ㅤ— Vik... — chamou com um tom de voz baixo, mas suficiente para que Viktor o ouvisse.

ㅤ— Hm? O que? — Viktor, distraído com os papéis, demorou a responder, sua mente estava ainda envolta nas preocupações e nos inúmeros detalhes do trabalho.

ㅤ— Vamos para casa, não é? — Eden questionou, soltando a caixinha de música e tentando se levantar da cama, apesar das dificuldades. Suas pernas ainda estavam boas, mas o corpo inteiro parecia mais cansado do que deveria. Ele fez um esforço, tentando não mostrar fragilidade.

Viktor, ao perceber o movimento de Eden, largou os papéis no chão e correu até ele, colocando um braço ao redor de sua cintura, apoiando-o. O olhar preocupado de Viktor encontrou o de Eden, e ele riu baixo, sentindo o peso da situação. Eden, com um pequeno sorriso, ajustou sua postura, colocou a mão sobre a nuca de Viktor e beijou sua testa de maneira suave, quase como se tentasse reconfortá-lo.

ㅤ— Eu estou bem... Só com fome. Quero uma boa marmita bem temperada do centro. — Eden sorriu de forma divertida, tentando aliviar o momento com uma brincadeira.

Viktor não pôde deixar de rir aliviado e, aproveitando o momento, roubou um beijo de Eden, sentindo o peso dos dias difíceis saindo de seus ombros. Ele pegou as bolsas de ambos e jogou-as no ombro, sorrindo com mais leveza.

ㅤ— Então vamos? — Viktor sorriu, olhando para Eden. — É... bom ver que está normal, no seu normal.

Eden ajustou as ataduras que seguravam seu braço imóvel, e com um esforço mínimo pegou a alça da bolsa que Viktor carregava, fazendo questão de tocar a mão de Viktor. Viktor, tentando ser cuidadoso, deu um tapinha leve na mão dele, tentando impor sua vontade.

ㅤ— Deixa que eu levo, Vik. Um braço não funciona, mas o outro funciona perfeitamente — Eden disse, com um sorriso atrevido, tentando brincar com a situação.

ㅤ— Não se esqueça do que o médico disse, Eden. Sem esforço ou pegar peso. — Viktor respondeu, seus olhos exibindo um leve tom de preocupação.

Eden ergueu uma sobrancelha e riu de forma debochada, interrompendo sua caminhada. Colocou a mão direita sobre o quadril de Viktor, provocando-o de maneira descontraída e dificultando seu movimento.

ㅤ— É um pouco irônico você dizer isso, não acha? — sussurrou em seu ouvido, o tom de sua voz quase sedutor.

Viktor parou abruptamente, sentindo as bochechas aquecerem enquanto olhava para o chão. Ele, sem saber como responder, se afastou rapidamente e retomou a caminhada, agora com um passo apressado. Ele estava nervoso, tentando sair dali o mais rápido possível.