18-O que houve

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  Taehyung encarava as nuvens que estavam la em baixo, a janela estava um pouco embaçada no entanto ainda conseguia ter uma visão ampla de todo o cenario, o avião estava bem alto, e o dia era ensolarado; em contraste de como se sentia por dentro.

De repente escutou o som de criança chorando, olhou para o lado e viu Soobin incomodado pelo sol forte estar batendo em seus olhos, Jungkook acalmou o bebê enquanto Taehyung fechava a Janela.

 Ele nunca gostou muito de aviões, principalmente quando sentava em uma area perto da asa–que era a que mais tremia–Mas aqueles foram os unicos lugares disponíveis para aquele horário, e ir de carro demoraria muito.

–Você esta bem?–o outro perguntou, e  ele apenas suspirou, sem resposta.

Se sentia ansioso, nervoso, assustado.

E feliz.

Provavelmente Jungkook e Jimin o acharam um psicopata quando começou a sorrir após a noticia que a avó havia ido parar no hospital.–nao foi isso que o deixou feliz, obviamente. Mas sim saber que agora ela estava se recuperando em uma sala de descanso.

Ou seja, Ela estava viva.

O Kim nem sabia como se sentir diante disso, seria loucura se começasse a gargalhar de alegria, Jungkook mandaria o internar!

Ele estava desacreditado, ela havia morrido a dois anos, fora uma das piores epocas da sua vida, quase não teve tempo para o luto devido a rotina corrida, e até hoje doía muito lembrar da idosa, a saudade o corroia,  saber que naquele lugar; ela não havia morrido, o deixava louco de alegria, era sem duvidas uma oportunidade unica, provavelmente a ficha só cairia quando pudesse ver a mais velha frente a frente.

Um sorriso brotou em seu rosto, e após perceber que Jungkook o encarava confuso, se forçou a desfazer.

–E-eu...e-eu vou ao banheiro. –saiu rapido, sem sequer esperar uma resposta de Jeon, apenas perguntou a uma aeromoça  onde ficava, e quando entrou fechou a porta, teve que se controlar para não fazer muito barulho, seu sorriso agora era forte, encarava o espelho desacreditado.–Meu Deus, isso...isso é incrivel.–sussurrou, abrindo a torneira e jogando agua no rosto.

Tinha tantas coisas que gostaria de contar a sua hal-meo-ni quando a encontrasse, sobre as novas conquistas do grupo, os prêmios, O que aconteceu na vida do Kim, eram...tantas! Mais tantas novidades!

Suspirou, ficando serio; Droga, era obvio que não poderia dizer nada daquilo a ela, a senhora o acharia um louco, talvez até mesmo perguntasse se ele estava meio alto por alguma bebida. Mas isso era de menos, sorriu novamente, realmente importava contar aquelas coisas? Ele literalmente teria a chance de abraçar a mulher que fora praticamente sua mãe, novamente.

Ele a veria depois de morta, viva!

Okay, soava estranho a frase.

Depois de mais algum tempo, um cliente bateu na porta, ele suspirou, se encarando uma ultima vez no espelho, era hora de voltar a agir seriamente.

Saiu do banheiro.

–Desculpa, eu demorei muito?–perguntou, e o outro rapaz o encarou irritado.

–Eu to batendo a mais de um minuto!–reclamou, e o kim trincou o maxilar, cruzando os bracos.

–Você só bateu uma vez. Agora.–mordeu o labio inferior, arqueando as sobrancelhas. 

–Não compensa discutir.

Concordo.–Sua voz saiu um pouco mais rouca, e o outro pareceu assustado, sorriu nervoso e saiu rapidamente.

Sempre falaram que sua voz fosse grossa, mas nao ao ponto de fazer alguém mudar de feição!

Taehyung voltou para seu lugar, e de fato aquela experiência havia sido bizarra, quando fora a ultima vez que alguém falou neste tom com ele? Ou que não gritou e tentou de todas as formas conseguir um autografo? Ate mesmo aquela mini-discussão de apenas poucos segundos o deixou...animado? Essa era a palavra certa?

Ele se sentiu normal, como não acontecia a anos.

Fora que estava viajando de classe econômica, ja que era a única disponivel para aquele horario. E apesar de claramente serem bem ricos, Jungkook não parecia se importar com o fato.

Tinha até se esquecido como aqueles assentos podiam ser desconfortáveis.

Quando o avião pousou, o Kim pegou as malas e Jeon o bebê. Por um momento Taehyung sentiu medo, o aeroporto estava lotado, gente por todos os cantos, ele estava sem segurança e ainda por cima totalmente sucessivel.

–Você não vem?–Jungkook perguntou, parando ao notar que não estava sendo seguido, Taehyung engoliu o seco.

–E-eu preciso me disfarçar. –sussurou assustado, e Jungkook ficou ligeiramente confuso.

–Como?– se aproximou dele.–Tae, você não é famoso neste ponto.–ele riu, mas o Kim continuou serio.

–Me da o bebê. –pediu, e o Jeon suspirou, mas colocou em seus braços, acordando Soobin no processo, que coçou os olhos, piscando sonolento.

Taehyung segurou o garotinho em um dos braços, e no outro puxou uma mala, Jungkook riu, desacreditado.

–Esta usando o Soobin de disfarce?–perguntou, confuso. Taehyung o olhou ofendido.

–O que? Não! Eu só...só senti vontade de levar ele.–beijou a bochecha do pequeno, que bocejou com os olhinhos inchados, abraçando o pescoço do Kim, Jungkook sorriu de canto, ficando quieto.

Depois que os dois sairam do aeroporto, pegaram um Taxi direto para o Hospital central de Seul, que ironicamente existia no mundo do kim; e ele ja havia ido algumas vezes.

Ele detestou o perfume do motorista, era forte e azedo; se perguntou como ninguém nunca havia o dito o quanto era ruim.

Assim que os dois sairam em frente ao hospital, Taehyung sentiu o coração acelerar, a ficha nao caia; suas mãos começaram a tremer e entrou o pequeno a Jungkook antes que acidentalmente o derrubasse.

Quando chegaram na recepção o Kim rapidamente foi fazer a ficha de visita.

–Nome completo.–a moça de perfume estranhamente doce, pediu.

–Kim Taehyung. –falou, inseguro.

–Estado civil.–pediu enquanto escrevia.

–Solteiro...–ela começou a digitar, e ele rapidamente se corrigiu.–Não! Não! Casado! Eu sou casado!–a mulher o encarou, confusa, e corrigiu os dados.

–Casta identificatoria?–pediu, digitando, Taehyung olhou Jungkook; desesperado.

O que diabos era aquilo?!

–Alfa Lupus.–Jeon disse a ela, que concordou, digitando.

Okay, agora sim ele estava totalmente confuso, aquilo era alguma piada?

Ela pediu mais algumas informações e documentos,  jungkook cuidou do resto,  porque o kim nao fazia ideia do que fazer. Depois a funcionária imprimiu algo e o entregou, falando a sala.

–Somente uma pessoa por vez.–Taehyung colou a pulseira informatoria no pulso, e entrou no elevador, sendo seguido pelo "marido".

Depois perguntaria sobre aquela palhaçada estranha, agora estava muito ocupado quase surtando de ansiedade.

–Ei, tudo bem?–Jungkook perguntou preocupado, e Taehyung assentiu inseguro.

Depois de poucos minutos de procura, finalmente encontraram a sala com o numero informado.

–Eu deveria ter trago algumas flores ou um balão...–sussurrou, arrependido. Jungkook colocou a mão em seu ombro, o reconfortando.

–Ela vai ficar feliz que tenha vindo.–afirmou, e ele assentiu, sentindo o coração ameaçar falhar, colocou a mão na maçaneta, e suspirou uma ultima vez, girando. E vendo a porta abrir lentamente.

E la de dentro, viu a cabeleira grisalha sobre a maca, lendo alguma revista enquanto reclamava de algo.

Seus ombros tremeram e as lagrimas rolaram sozinhas.

Era uma visão do céu?

Ela estava realmente ali?

–Vó...so-sou eu.

Alternative.-(ABO) Vkook-TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora