"Eu aceito, Tony"

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26 de abril de 2011

Dia Seguinte

Central City, EUA


💸Tony Stark💸


— Acorda aí, papai quer informações. — falei para Jarvis.

Queria saber se a brasileira estressadinha tinha aceitado ou não a proposta. Ela poderia ter ligado pra empresa. Ou mandado algum e-mail. Eu tinha uma mansão em Central City, então pedi que Jarvis livrasse pra cá, enquanto eu estivesse aqui.

— Bom dia, senhor. — ele diz — Infelizmente, a Senhorita Queen... — o interrompi. Ô nomezinho irritante, que nem o dono. Oliver era um rival invejoso. Odiava a mim e as minhas empresas. Ia odiar mais ainda quando soubesse que eu tinha convidado a ex esposa maravilhosa dele para trabalhar pra mim.

Só que não era por causa dele que eu queria Gabriela na empresa. Eu pretendia que ela trabalhasse lá e morasse comigo, porque a maioria dos projetos das empresas está lá e também porque olhar pra ela todo dia seria ótimo. Mas era também porque ela poderia me ajudar a descobrir como reverter a situação. E eu tinha pedido que Jarvis pesquisasse sobre ela. Ela era altruísta e generosa, ajudava muitas instituições, eu esperava que ela cuidasse de mim também. No fundo. Mas eu nunca ia admitir. Tava fora de cogitação.

— Senhorita Larius ou Hitszky, Jarvis. Odeio esse sobrenome irritante.

— Como quiser, senhor.

— Enfim, Gabriela deu notícias se aceitou ou não?

— Não, senhor. No momento ela deve estar indo trabalhar nos laboratórios Mercury.

— Claro. Fiquei sabendo que ela negou a carona de Happy. Interessante. — falei, irônico. — E como ela está? A siga Jarvis. Não é nada demais, só quero saber como ela está.

Logo aparece uma imagem em 3D de Gabriela dirigindo. Cacete de mulher linda a àquela hora da manhã! Usava uma maquiagem simples, porém sexy e mortal para qualquer homem. E uma roupa exatamente do mesmo jeito. Ela era exatamente do jeito que suas fotos revelavam. Independente, atrevida, irônica e forte. Ah e muito, mas muito gostosa. Só que não era só isso. Ela era marcante, inesquecível, provocante, usava palavras ferinas, era inteligente e linda. Era uma deusa, quase que literalmente.

— Ela está bem, senhor Stark. — a medida que falava, imagens de uma notícia sobre ela e o imbecil do Oliver apareciam na tela. — Gabriela foi vista na mansão Queen. Considerando que ela estava com o anel na mão esquerda quando entrou e quando saiu estava sem ele e chorando, presumo que tenha deixado, oficialmente, de ser Gabriela Larius-Queen. De acordo com as informações que reuni, ela voltou a usar o sobrenome do pai, Antoine (lê-se Antoan) Hitszky. 

— Isso é ótimo. Obrigado, criança.

Tomei mais uma xícara de café e coloquei no balcão tecnológico e inteligente da cozinha. Ele levou esta para a pia e logo um robô a lavou.

— JARVIS, prepare a armadura. Nós vamos ao trabalho da marrentinha. A essa hora, acho que ela já deve ter chegado e a chefia do laboratório já deve tá fazendo minha boa imagem pra princesinha da ciência.

— Se me permite dizer, o senhor não tem uma boa imagem.

— Eu sei, mas talvez a chefia consiga dobrar a Gabriela e ela finalmente aceite trabalhar comigo. Ao menos, é o que eu espero. Drª McGee é uma ótima amiga e sabe o que fazer pra convencê-la.


Enquanto Isso...

Laboratórios Mercury

Escritório Drª McGee


Gabriela Larius Hitszky⚛


— Queria falar comigo, Drª McGee?

— Sim, querida. — ela sorriu — Como já deve saber, Tony Stark veio ao nosso laboratório e me pediu permissão para que, se você aceitasse, você trabalhasse nas Empresas e Indústrias Stark. Devo lhe dizer que, se está preocupada em deixar seu emprego, não se preocupe. Se você não se adaptar, sempre terá seu lugar aqui.

— Eu... — até tentei dizer alguma coisa, mas não saiu.

— Olha, você é a melhor da sua área. Além de ser uma mulher de caráter e inteligente. É disso que Tony precisa. Além de tudo que pode fazer pela empresa, vai cuidar do cabeça dura do Tony.

Revirei os olhos.

— Não suporto o Stark.

— Eu sei. Mas mesmo não indo com a cara dele, não vai deixar que nada aconteça a ele. Você é assim. Protege, ajuda, da a vida pelo mundo e pelo que acredita.
— Mesmo assim, Tony não precisa de ajuda. Acredito que aquele playboy metido sabe se virar.
— Acredite, ele precisa. — ela riu. — Já tem sua decisão.

Eu reviro os olhos e ela ri.

— Não gosto dele. Mas é uma oportunidade de ouro e sinto que devo aceitar. A vida inteira eu segui meu coração, confiei em quem eu sou. Nunca falhei em relação a isso.

— Faz bem. Seja feliz, minha querida. — ela me abraçou e eu retribuí. Saí da sala e suspirei.

Eu nem tinha me recuperado de uma mudança e já ia fazer outra. Meu Deus, não faça com que eu me arrependa!

— Por que eu acho que eu vou me arrepender? — pensei alto e ri. Não acredito que vou fazer isso.

Chego no laboratório e quase caio pra trás. Tony Stark estava ficando meus relatórios e anotações sentado na minha mesa e com os pés na minha mesa de vidro. Reviro os olhos com o mais profundo ódio correndo em minha veias. Já começo a me arrepender. Puta que pariu, que homem insuportável.

— Anthony, o que faz no meu laboratório?! E lendo as minhas anotações?!

— Calma, estressadinha. Só queria saber mais sobre seus projetos. São incríveis, você é talentosa. — ele sorri e eu reviro os olhos.

— Tire suas patas dos meus papéis e as portas do seus pés de minha mesa. Não é você que limpa. E outra, o laboratório não é seu. Se não tem modos na  mansão enorme, na qual você provavelmente mora, tenha em outros lugares por favor. — falei grossa. Ele levantou os braços em rendição.

— Acordou com o pé esquerdo, esquentadinha? — sorriu e se levantou. Curso os braços.

— Não me teste, Tony. — suspiro e ele me olha, se divertindo com a situação. — Tudo pra você é piada?

— Quase tudo. — deu de ombros. Rio de leve.

— Enfim, imagino que queira sua maldita resposta.

— Mesmo sabendo que vai aceitar, ainda quero ouvir da sua boca.

— Bom... Eu aceito, Tony. Vai ser bom, eu acho. Espero que eu não me arrependa! — estreito os olhos em minha última fala e ele ri. Eu acabo rindo também e não faço ideia do porque. Ele me olha, fingindo surpresa.

— A esquentadinha ri? Mas que surpresa inimaginável. — ele fala irônico. Ninguém merece, viu!

— É claro que eu rio, Tony. — falei, ainda rindo — Agora pode, por favor, me deixar ter meu último dia de trabalho? — pergunto com humor.

— Claro. — ele sorriu, cafajeste — O que acha de jantarmos hoje? Pra falar sobre os detalhes do emprego.

— Não dessa vez, Tony. — pisquei irônica — Mande tudo por e-mail.

— Eu acho melhor você me bater pessoalmente.

Eu o olhei com os olhos semicerrados e ele riu, se aproximando.

— Então... Aceita ou não?

— Aceito. Tenho escolha?

— Não muita. Vai ser na minha casa. Não é nada demais, é só profissional, não se preocupe. — saiu andando — Até mais tarde, esquentadinha.

Pela janela de vidro, vi sua armadura levantando vôo. Sorri, balançando a cabeça em negação. Tony era maluco
A situação era completamente surreal. Eu ia mudar completamente tudo na minha vida. Trabalho, amigos, casa, estado. Tava tudo uma bagunça na minha mente. O término com Oliver, essa mudança toda, o caos que ia ser quando a mídia descobrisse quem seria a nova bioengenheira e engenheira mecânica de Stark. Eu teria que conviver constantemente com ele. E não tinha certeza se tinha paciência pra isso. Eu tinha PHD em psicologia e Tony era o cúmulo do complicado. Ela egoísta e egocêntrico, mas parecia ser muito mais do que isso. Eu não sabia exatamente como Tony tinha descoberto minha existência. Qual o problema desse homem? O desgraçado apareceu do nada no meu laboratório com uma ideia completamente absurda. Ideia essa que eu aceitei.

Olhei aquele enorme laboratório. Foi minha segunda casa por anos. Quando cheguei nos Estados Unidos, para morar com minha tia, estava brigada com minha mãe. E só piorou depois que comecei a namorar com Oliver. Minha mãe sempre foi muito rígida. Nunca aprovou meus gostos, minha escolha de profissão e muito menos minhas escolhas pessoais. Hoje em dia, ela aceita mesmo odiando e concordando e quando vou ao Brasil ela não perde a chance de me alfinetar com seu veneno. Ela sempre foi assim. Sempre quis que eu seguisse o sonho dela e não o meu. Ela me fazia acreditar que eu realmente queria o mesmo que ela, me fazendo acreditar que era meu sonho quando, na verdade, era o dela. Eu aceitei na hora quando minha tia pediu que eu fosse morar com ela. Ela mora em Massachusetts e eu saí da casa dela assim que comecei a fazer faculdade. 
Terminei de retirar tudo da sala e pedi ajuda ao segurança para levar as caixas pro carro. Suspirei. Drª McGee estava na recepção para se despedir. Dei um abraço nela.

— Será que eu tô fazendo a coisa certa?

— Isso só o tempo vai dizer. Mas você tá fazendo com o coração e a mente de acordo, então tenha fé. E de um voto de confiança ao Tony. — ela sorriu e beijou minha testa.

Eu começava a me perguntar se ela realmente tinha razão. Não era como se eu fosse perfeita. Sou um pouco orgulhosa e arisca. Arrisco dizer que Tony realmente tem razão. Eu sou bem marrenta mesmo. Mas eu não admitiria pra ele. Talvez nunca.

Abracei minha mentora e segunda mãe. Ela me soltou, me olhou e eu entrei no carro. Já tinha me despedido dos meus outro colegas de trabalho. Todos ótimas pessoas. Antes de ligar o motor, olhei a fachada do prédio dos Laboratórios Mercury. Eu amava tanto aquele lugar. E uma parte de mim dizia pra ficar. Mas alguma coisa me dizia pra ir. Eu não tinha medo de me arriscar, nunca tive, então... Por que estava daquele jeito? Talvez fosse porque já tinha perdido tanta coisa.

Quando vim morar aqui, perdi uma parte do pouco que eu tinha da admiração da minha mãe. Ela sempre quis tudo do jeito dela e isso não mudou. Eu deixei tudo no Brasil. Minha mãe, meu pai, meus irmãos... Hoje ligo quase todos os dias pro meu pai, Antoine, e para os meus irmãos, que são filhos dele com a mulher com quem ele é casado, Cecília. Cecília é mais nova que meu pai e poucos anos mais velha que eu, mas foi uma amiga ótima enquanto estive no Brasil, sempre me dei bem com ela. E ela me deu meus lindos irmãos.

Meus pais se separaram quando eu tinha quatro anos. E três meses depois ele conheceu Cecília. Dois anos depois, eles casaram. E eu passei a amar ela. Ela tinha 20 anos quando casou com meu pai. E logo engravidou do meu xodó, Adrian. Adrian tem 17 anos e é lindo de morrer. Porra, nunca achei que pudesse ter um irmão tão lindo. Se não fosse nojento e ele não fosse um chato do cacete às vezes, eu casava com ele. Dois anos depois de ter Adrian, ela teve Gretta (lê-se Grêta), minha pérola de 15 anos. A minha cara, só que com os olhos verdes de Cecília.

Sentia tanta falta deles. Ligaria pro Adrian e contaria sobre isso. Por ironia, ele adorava e idolatrava o Tony. Meu irmão era muito inteligente, tipo demais. Eu pretendia trazê-lo para estudar engenharia mecânica e elétrica, e biotecnologia aqui. Mas não sabia se poderia. Eu e Adrian sempre fomos melhores amigos. Ele é bem maduro pra idade. Assim com a Gretta. Mas sobre isso tudo que tava acontecendo na minha vida, era melhor que eu contasse só ao Adrian e ao meu pai primeiro.

Kyra tinha me dito que ia dormir na casa do namorado hoje, ela disse que eu precisava de paz. Ficar um pouco sozinha e eu concordo. Eram duas da tarde. Eu teria até a noite pra ter paz. Já que eu inventei de aceitar jantar com Tony. Eu ia aproveitar pra falar com Adrian e com meu pai. Lembro agora dos lindos olhos azuis de Adrian. Minha avó tinha olhos azuis e era loira, já meu avô era preto e moreno, ou seja, tinha pele preta e cabelos escuros, dos olhos castanhos. Meu pai nasceu a cara do meu avô, já meu maninho nasceu a cara da vovó. Mas com toda a minha personalidade misturada com a de meu pai. Cecília brincava dizendo que ele só tinha o nariz de herança genética dela. 

Meu pai tinha 48 anos e Cecília 39. Eram o casal dos sonhos. Ele não foi feliz com minha mãe. E estava sendo feliz com Cecília. Então eu estava mais que feliz.

Chego no apartamento e deixo as caixas na sala. Pego meu celular e ligo pro Adrian.

— Cacete, você sumiu desgraçada. — Adrian aparece na chamada de video e eu arregalou os olhos.

— Isso é um piercing? — ele me olhou com medo. Rio alto — Você tá lindo, Adri.

— Meu cu não passava nem Wi-fi agora. — eu ri alto.

— Não, eu nunca te julgaria por isso. Tenho tatuagens lembra, idiota?

— Voce tá linda, irmãzinha. Notei que não usa mais a aliança.

— Terminei de vez com Oliver.

— Bom, eu gostava do Oliver. Mas considerando que ele realmente era um imbecil, você fez bem. Se ele não te fazia feliz, não valia a pena continuar com ele.

— Ainda fico surpresa por você ser tão maduro.

— E eu quero saber por que tenho a sensação de que você quer me contar alguma coisa.

— É porque eu realmente quero, mas não sei como você vai reagir.

— Conta logo, chata. Odeio ficar curioso, desembucha.

— Vou trabalhar com Tony Stark.
Ele ficou me olhando feito um idiota. Depois arregalou os olhos.

— Quê?! Mas como...?! Como ele achou você?! Como ele dava da tua existência, caralho?! — rio da surpresa dele.

— Não faço ideia. O maluco só apareceu no meu laboratório, do nada, dizendo que queria me fazer uma proposta. Eu pensei e aceitei. Talvez eu me arrependa, já que ele tem uma péssima reputação e demostrou ser bem egocêntrico. Mas eu dou conta, eu acho.
— Esse cara é um gênio, puta que pariu. Você tem que me levar pra conhecê-lo.

— Quando você passar nas faculdades, eu trago você pra cá. Eu acho.

— Sério?!

— Eu vou tentar.

— Meu Deus, você faz tanta falta no Brasil. Gretta tá no quarto dela estudando, quer falar com ela?

— Eu ligo pra ela depois. Eu tenho que arrumar as minhas coisas, procurar por um apartamento em Nova York, perto das Indústrias Stark, e me arrumar pro jantar com o playboy metido do Tony.

— Ele te convidou pra jantar?! Ele deu em cima de você?! Puta que pariu, qual é o problema desse cara? Ele nem conhece você. Com tanta mulher no mundo, justo a  minha irmã?

— Ué? — gargalhei alto — Sou sua Irmã, mas sou mais velha, abestado. E só porque odeio Tony, não quer dizer que eu esteja morta, idiota.

— Acontece, Gabriela, que eu não tenho paz quando você tá solteira. Amanhã já deve estar em em todo o mundo que você se divorciou e vai brotar do inferno cara interessado em você. Meus melhores amigos vivem me enchendo o saco. Puta que pariu, né Gabriela. — rio mais alto — Não, ri, nerd.

— Rio sim. Você tá com ciúme, é fofinho. Eu acho muito bonitinho porque você sempre foi apegado a mim.

— Você é minha irmã, garota. Apesar de ser um pé no saco de vez em quando, eu amo você.

— Tome no cu, imbecil. Me arrependo de ter trocado suas fraudas.

— Porra que nojo. — rimos — Eu sempre fui fã do Tony, o cara é foda. Mas não quero eque você se magoe. Convenhamos, o que tem de gênio tem de imbecil, um completo babaca.


— Tony é muito irritante e arrogante, mas ele vai ser meu chefe e eu preciso saber os detalhes do emprego. Não vai ser nada demais, ele não faz muito meu tipo.

— Você que sabe. Toma cuidado. — ele diz sério e eu rio. Adrian era mais novo que eu, mas amava me proteger. Mesmo que eu nunca tivesse precisado disso.

— Obrigada, maninho. — sorrio e encerro a chamada de vídeo.

Suspiro, olhando as caixas que tinha trazido do meu laboratório. Decido olhar na internet se achava algum apartamento perto da Torre Stark, que foi inaugurada na Expo Stark. Eu suspiro, estava um pouco estressada. E com uma leve raiva de Tony. Eu não queria ir nesse jantar, mas eu precisava. Ele conseguia ser irritante e  infantil quando queria. Revirei os olhos. Meu celular vibra e eu arregalou os olhos. Mensagem dele, com anexo do endereço de onde seria o jantar.
“Não vou dizer para você ficar maravilhosa, porque isso você já é. Tenho certeza que vai adorar a minha companhia. E nem adianta reclamar do fato de ser na minha casa. Meu motorista, da casa de Central City, vai buscar você às oito.
Do seu maravilhoso chefe, Anthony Edward Stark”

Reviro os olhos intensamente. Como esse carrapato conseguiu meu número? Não fazia ideia. Tony era realmente insistente e muito, muito, irritante. Meu Deus, dai-me paciência.

Notas da autora:
Froy Guttierrez as Adrian Hitszky

Mais um capítulo, amores. Espero que tenham gostado.

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