I Gave You All | Drarry

TWO: Never argue with veterans.

I Gave You All

C a p í t u l o 2: Never argue with veterans.

Você pensou que se divertia, sabia como me dominar. Mas era eu que sabia fingir.
Era eu que te fazia sonhar.
— Lolita.

A dor em seu peito era devastadora, tão forte que todos os seu sentidos ficaram lentos, a mente mergulhou na inércia de uma verdade cruel.

Seu marido tinha outra.

Draco Malfoy amava outra.

Tinha tantos planos que agora pareciam distantes; começando pela casa de veraneio no Sul do estado, os filhos que — provavelmente — teriam a aparência física do pai, o cachorro que estragaria seus pares de sapatos, até mesmo as brigas para disputar um lugar melhor na cama.

Eram tantas sinapses conflitantes em seu inconsciente, tudo tão mesclado e intenso.

Gostaria de poder sumir dali, nem que fosse por um mísero segundo e mesmo sem saber da sua confusão de sentimentos, o jovem veterano o observava preocupado, indeciso de tocá-lo, ou permanecer à margem do que se passava com ele, que havia empalidecido alguns tons da cor, seu semblante era cadavérico.

— Está pálido, algum problema, Harry? — Zacharias indagou, coçando a nuca. Tinha certeza de que o maxilar dele teria se soltado de seu rosto se ele o abrisse um pouco mais.

— Nenhum. — mentiu, mentiu tão bem que qualquer um acreditaria na sua certeza de estar bem, quando na verdade, estava beirando um colapso emocional. — Preciso ir embora e não quero a sua companhia. — se apressou para alcançar a escadaria que o levaria ao primeiro andar do prédio. — Não seja a minha sombra. — rosnou para o maior, ao ouvir seus passos atrás de si.

— Seu primeiro dia, terá que passar por um trote. — Harry já havia lido sobre 'trotes' em universidades, e tudo que lera o fez querer sair dali correndo, de preferência para os braços do seu marido. — São as regras da universidade. — Zacharias falara sério, com o maxilar travado e uma seriedade claramente forjada.

— Nem pensar. — seu protesto foi ruidoso, enquanto ajeitava a alça da bolsa no ombro, usando a outra para segurar o fichário, mas também o celular, ansiando por uma ligação que sabia que não receberia. — Não gosto desse tipo de brincadeira, Zacharias. — argumentou, apoiando o quadril no corrimão da escadaria. — Não adianta me olhar assim. — um olhar negaceador.

— Não tem escolha, meu anjo. — Harry afastou sua mão, antes que concluísse a trajetória e alcançasse seu queixo, como o veterano pretendia. — Vamos, isso será divertido, eu prometo. — lhe ofereceu o braço, sustentando um olhar perverso sobre o seu corpo.

Ainda tonto com a informação de que seu marido tinha uma namorada, Harry acompanhou Zacharias Greengrass até o restaurante da universidade, onde se juntaram a um grupo de pessoas, que conversavam animadamente. Se sentia como fora de seu habitat natural e a sensação de estar fazendo algo errado era tão sufocante. Riu para si mesmo, pois àquela altura, sabia que de nada adiantara estudar anos em um colégio para meninos, seguindo preceitos moralistas que nunca permitiriam sua estada ali.

— Esse é o Harry, calouro do curso de Economia e precisa passar pelo trote de boas-vindas. — Zacharias o segurou pelos ombros, o impulsionando para sua frente. Ele estava tão perto que podia sentir seus batimentos cardíacos. — Inclusive, maninha, ele é primo do Draco, só que mais bonito do que o bastardo do seu namorado. — Harry focou sua atenção na loira citada, uma ômega lindíssima. Por sorte, Zacharias ainda segurava seus ombros, caso contrário, certamente estaria prostrado no chão. — Aliás, não se parecem fisicamente em nada, certeza que são parentes? — Desejou poder dar um soco em seu estômago, por fazer perguntas tão inoportunas.