FOUR: Release him.

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I Gave You All

C a p í t u l o 4: Release him.

A cada bela impressão que causamos,
conquistamos um inimigo. Para ser popular
é indispensável ser medíocre.
— Oscar Wilde.

O sistema nervoso de Harry Malfoy estava um tremendo caos; o plexo lombar e o ciático maior pareciam em uma total desorde. Por um lado queria procurar Zacharias e agradecer por tudo o que havia feito, no entanto, seu marido estava mal, precisava dele, então abriu mão do seu orgulho, por vezes deixado de lado e seguiu até seu quarto. Sem ar, ficou ao vê-lo deitado na cama sem camisa, aliás, o corpo de Draco estava coberto apenas por uma boxer preta. Ele estava deitado de barriga para cima, os olhos estavam presos à tela do celular, muito provável que estivesse em uma conversação com Daphne.

— Quer ajuda? — Perguntou, ainda com a mão presa à maçaneta da porta.

— Saia! — Ordenou.

— Só quero ajudar você. — Embora seu instinto de sobrevivência ordenasse que saísse dali correndo, Harry se aproximou do outro.

— Sai de perto de mim. — O impacto da voz alterada de alfa, fez Harry recuar até que seu corpo esbarrasse na mesa de cabeceira atrás de si.

— Draco, você mal se aguenta em pé, eu posso te ajudar. — Comentou, vendo seu marido lutar para sair da cama sozinho. — Me deixa ajudar você. — Precisou deter seu desejo de tocá-lo, ao menos conseguiu isso nos primeiros minutos, logo seus dedos envolveram o pulso de Draco.

— Não suporto que me toque, não suporto olhar pra você. — Berrou fora de si, ficando de costas para Harry. — Saia! — Ordenou outra vez, agora ainda mais linfático.

— Mas eu só quero te ajudar. — Insistiu.

— Me ajudar? — Não entendeu o porquê de tanto sarcasmo. — Se sumisse da minha vida, me ajudaria muito. — Ouvir a frase e a forma como fora proferida, machucou o outro ao ponto de ficar sem ar.

— Desculpa por existir na sua vida, eu sinto muito se não sou o suficiente pra você. — Magoado, saiu do quarto dele depressa, se trancando no seu.

Seu peito doía, aliás, o corpo todo de Harry, parecia ter sido vítima de bordoadas violentas.

E outra vez o 'efeito Malfoy' o deixou subjugado. Sem esperanças de dias melhores.

[...]

— Desculpa por ter gritado com você ontem, não irá se repetir. — Draco tentou se retratar, se sentando ao seu lado à mesa, para o café da manhã. — Descontei minhas frustrações em você e eu sinto muito por isso. — Se esticou para se servir com café, café tão amargo quanto a sua vida ultimamente.

— Minha mãe ligou ontem e perguntou como estavam sendo os os primeiros dias do casamento. — Comentou entre goles do suco que tinha acabado de preparar. — Eu disse que estava tudo bem, mas sabemos que é o oposto disso. — Parou para olhá-lo; Draco estava sem reação.

— Sinto muito. — Não se esforçar para fazer diferente era o mais frustrante naquilo tudo. — As coisas não deveriam serem assim. — Nisso, Harry estava de acordo.

— Você não sente. — Contrapôs, recolhendo o copo da mesa, deixando o objeto em cima da pia, apoiando o quadril ali. — Não me suporta. — Ficava mais fraco quando ele o olhava daquela forma, Draco era ótimo em maquiar sentimentos que não tinha. — Achei que por mais que não me amasse, ao nos casarmos, você pudesse chegar a me amar, mas não, Draco. — Se virou para conter as lágrimas, usando a lavagem do copo como desculpa para não encarar o problema de frente. — Você está certo por me detestar, só que eu estava tão cego por causa da limerência que despertou em mim, que não consegui enxergar as coisas com clareza. — Como se tornou insuportável permanecer no mesmo cômodo que o seu marido, girou nos calcanhares e incursionou para seu quarto.

I Gave You All | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora