Capítulo 1 - A Elfa da Capa Vermelha, Parte 1

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            Caminhando pelos altos prados da região de Callios, logo abaixo da cidade do mais extremo sul, Merllion; uma alta garota, vestindo uma longa capa branca com um capuz, junto à belas roupas claras com adornos dourados, acabou se deparando com alguns viajantes que se encaminhavam para o norte.

            Estranhando ver uma garota tão bela em uma região tão distante da vila mais próxima, o mais alto deles perguntou: "O que faz tão ao sul, em direção de ainda mais?"

            Porém, a garota apenas passou por eles, fitando o chão e brincando com sua mão, como se fosse a primeira vez que havia a visto.

            "Ei!" gritou em fúria o viajante "estou a falar com você!" gritou novamente.

            E em um ataque de raiva, o alto rapaz se preparou para puxar a garota pelo braço, afim de conseguir sua atenção. Mas antes que o fizesse, um de seus companheiros o segurou pelo braço e assim disse:

             "Acalme-se Enor. É apenas uma garota! Não há motivo de fúria, tampouco de ataca-la. Se desejas ir para o sul, deixe-a."

            E entre alguns resmungos, Enor concordou com o amigo, e apenas observou junto aos seus companheiros pela garota sumir de suas vistas.

            O destino dela era claro, e não estava apenas vagando sem rumo. Queria a garota, visitar naquele dia que para ela era tão especial, uma pessoa que a muito conhecia, e que morava isolada em um bosque distante de tudo.

            Naquela fria manhã, passou por meio dos altos e vastos prados de Callios, seguido pelos cumes já ao seu final, e finalmente adentrando ao pequeno bosque de Ysuldur. Tudo isto seguindo o grande rio Vullyir, que cortava grande parte da região.

            Caminhando pelo bosque já conhecido, a garota parou em meio ao meio dia, para comer a sua última refeição que lhe restava. Se recostando à uma árvore afim de aproveitar a sua sombra, a garota sentou na baixa grama que crescia ali. Após retirar uma caixinha de sua bolsa escondida pela capa, pôde perceber que não havia comida suficiente para si.

            Pensando então, a garota decidiu caçar o que comer em meio ao bosque. Como conhecia a região, não foi difícil achar algo, apesar do inverno já estar dando as caras; e catando fruta por fruta em meio aos pequenos arbustos ali, logo já tinha uma grande quantidade de frutas em seu almoço.

            "Tive sorte de conseguir encontrar tantas frutas. Apesar de abundantes, já é inverno, e logo a neve irá matar essas frutas remanescentes" pensou consigo mesma.

            Depois de comer, ela descansou um pouco mais e rapidamente retornou à sua caminhada, reluzindo sua clara capa por entre os raios do sol que as árvores ultrapassavam.

            Quando estava bem adentro do bosque que já estava para se tornar uma floresta, resolveu que já não encontraria nenhum desconhecido em seu percurso, e que já não haveria problemas.

             Então com suas fortes mas aparentemente delicadas mãos, lentamente retirou o capuz que a escondia. Jogando o para trás, pode balançar seus longos, lisos e brilhantes cabelos dourados.

            Revelando também seu rosto, que estava escondido por boa parte do capuz e de sua sombra. Sua pele clara como neve, seu olho esquerdo azul como o oceano e o direito, vermelho como lava; aquela beldade esbanjava beleza de sua maneira.

            Porém, o que mais a chamava atenção, eram suas orelhas pontiagudas como estalagmites prontas para surpreender alguém. Uma Elfa, umas das últimas da terra. Uma raça que já não mais era encontrada, por causa do ódio dos humanos contra esse povo e muito por uma guerra que para eles, já terminara.

            Deste modo, a garota foi alertada para sempre usar este capuz juntamente a sempre deixar o seu cabelo grande para tampa-la.

            Pouco depois de se despedir do rio Vullyir, ela acabou se deparando com um pequeno córrego, o que significava que já estava perto de seu destino. E sabendo disso, ela decidiu acelerar o passo.

             Não demorou muito para a mata se condensar, e caminhando em cima de várias e grandes pedras por entre as grandiosas árvores, logo ela reparou que após alguns troncos não parecia haver nada.

            Depois de atravessa-la com um certo esforço, ela estava agora em torno de uma grande clareira. Em sua frente, estava o que ela tanto buscava: duas pequenas e humildes casas lado a lado.

            Caminhando pela terra congelada então, ela se aproximou da maior das duas, se recordando da última vez que havia vindo até aqui, há um ano atrás neste mesmo dia.

            Porém, enquanto caminhava e se relembrava de todo o local; logo foi surpreendida e arremessada ao chão.

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