Por s/n Midoriya
Domingo, 2:26 a.m
Devo admitir que todos meus músculos doíam enquanto me movia pela pequena casa do meu primo.
Desde que descobriram minha individualidade, não tive paz por um segundo que fosse. Só não imaginei que minha mãe seria capaz de me mandar pro Japão por isso.
"Ahh vou te colocar numa ótima escola lá"
"Ahh vai ser melhor pra você"
Ela ficou dizendo...E aqui estou eu, na véspera do meu primeiro dia na U.A, seja lá o que caralhos isso for, acordada olhando Izuku dormindo no chão porque me obrigaram a ficar com a cama dele.
Meu celular vai tocar em menos de 4 horas pra que eu possa começar a me arrumar e tudo que eu queria era ter dormido.
A viagem foi longa e cansativa, além de que japonês é muito mais difícil do que parece, tive menos de um semestre pra estar praticamente fluente. Nesse meio tempo parece que Izuku tentou aprender um pouco de inglês, pois me recebeu dizendo um "Wellcome" com um sotaque complicado de entender.
Sim, eu amo minha tia e ele, mas quando minha mãe disse que ia me proteger imaginei algo como esconder meus poderes de todos e virar um herói tipo o homem aranha. Ou quem sabe uma super vilã, meu poder combinado com algo como explosões ou fogo poderia ser fatal pra qualquer pessoa.
De qualquer forma, todo esse devaneio e não passou nem 10 minutos, que tal passear pela cidade? Não deve ter ninguém na rua e meu primo limpou uma praia perto daqui alguns meses atrás, então não vejo problema.
Saio silenciosamente do quarto com meu moletom, coloco o capuz pra tentar esconder a bagunça que estão meus cachos.
Penso em colocar no gps do meu celular, mas será mais divertido tentar descobrir. Sigo por alguns metros até ver algumas luzes piscando no que parece ser um bar, estava aberto e consigo ouvir a música mesmo do outro lado da rua, aposto que nesse horário não vão cobrar identidade mesmo.
Entro no local e vejo alguns bêbados jogados pelas mesas, outros jogando sinuca e por último o barman lendo um jornal atrás do balcão.
– Uma limonada, por favor. – eu não sou doida de beber pra acordar de ressaca no primeiro dia de aula
– Com álcool? – o homem barbudo responde me olhando de cima a baixo
– Sem.
Enquanto ele prepara a bebida, eu volto a flutuar nos meus pensamentos sem rumo algum. Alguns minutos depois, ele coloca a bebida na minha frente e eu agradeço, pego a carteira para pagar, mas aparece um cara que joga minha bebida no chão.
– Mas que porr... – começo
– Ops. – ele diz me encarando com seus olhos azuis e gélidos
– Por que caralhos você jogou minha bebida no chão?
– Porque o senhor ali não percebeu que você estava acompanhada. – ele se vira cerrando os olhos pro barman
Paro pra pensar sobre o que ele disse e reparo no líquido no chão, tinha glitter. Pode não parecer nada demais, mas glitter é uma substância comum em "boa noite cinderela".
– Ah...
– Pois é.
– Obrigada. – sussurro depois que o velho se afasta
– Você é nova por aqui, nunca te vi antes.
– Ou talvez eu só não saia de casa. Não escapei de um aproveitador pra cair nas mãos de outro que se faz mocinho. – tento disfarçar o quanto estava observando aquele corpo cheio de cicatrizes que não sei identificar
– Se eu quisesse me aproveitar de você, teria deixado beber, dado um murro no Tery e te levado pra minha casa.
– É, faz sentido.
– Além de que eu não preciso de substâncias pra conseguir o que eu quero.
– Uau, garanhão. – reviro os olhos
– Disse a donzela perdida. – ele retruca sério. – Além do mais, você não é nova demais pra um lugar como esse?
– E quem se importa? Não sei nem seu nome.
– Que tal fazermos um acordo?
– Do que você está falando agora?
– Eu te falo o que quiser sobre mim, até mostro... – fico corada imediatamente – Acha que eu não percebi seus olhos vagando por cada parte minha?
– Cala boca. – ele dá um sorriso malicioso e eu evito contato visual
– Enfim, em troca, você vai fazer uma coisinha pra mim...
– Cara! Eu não sou uma puta tá legal?! – reclamo com cara feia
– Não tem nada haver com isso! – ele começa a rir – Quero só que descubra uma coisa, nova estudante da U.A.
– Como você sabe de tudo isso sobre mim?
– Pra ter certeza de que vai aceitar o acordo, de um jeito ou de outro. – ele segura meu queixo com o indicador e o polegar, me congelando mais uma vez apenas com o olhar – O que me diz, donzela?
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Be Mine || Bakugou Katsuki
FanfictionBakugou x leitora S/n não era bem vinda com sua individualidade na sua casa e pais de origem, tinha tudo para ser uma vilã, exceto pelo fato que ao mudar para o Japão entrou na U.A. Mas será que isso realmente a impediria?