Capítulo III

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Por s/n Midoriya

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Segunda-feira, 7:10 a.m

Ainda não tenho muita certeza do ponto fraco da minha individualidade, nunca cheguei a um extremo pra ter certeza e provavelmente isso que vou fazer aqui.

Seguro em minhas mãos aquele pequeno axalote, escuro assim como meus olhos, não se assemelha nem um pouco ao verdadeiro ser vivo, há não ser pelos movimentos articulados.

– É isso. – afirmo orgulhosa – Eu posso criar um clone de qualquer animal. Mas eles ficam assim, escuros, sem vida e domados por mim. Até onde eu sei eles só somem quando eu quero e com o meu toque, antes que pensem que isso não tem fraqueza, eles não causam um dano de significativo a ninguém. Mesmo se for... – me concentro mais uma vez, coloco minhas mãos no chão e quando me levanto acaricio a juba do leão que estava na minha frente. – Um animal feroz. – concluo a frase anterior – Alguém quer se voluntariar? Bombinha?

Todos me olhavam aflitos, dividindo entre mim e a fera o espanto, não sei só estavam digerindo ou se realmente era medo. Talvez eu não devesse ter feito isso, devia ter ido com calma, não deveria ter me exposto desse jeito.

– Você murmura igualzinho ao seu primo. – Bakugou se aproxima de mim estendendo o braço

– Bakubro! Eu faço isso! Por mais másculo que você esteja sendo, é mais seguro por causa da minha individualidade!

– Sai Kirishima! – ele grita de volta

– O Kirishima tem razão, desce daí Katsuki. – um garoto loiro com uma jaqueta de couro responde do fundo da sala

– Quer saber? Tanto faz. – o loirinho se rende e o Kirishima sobe ao meu lado

– Manda a ver! – o ruivo exclama batendo os punhos

Por um segundo eu me assustei, ele tinha literalmente tornado os braços em pedra?! Isso é muito estranho, será que isso funciona em todas as partes do corpo?

Puta merda! O que eu tô imaginando?!

– Não precisa da individualidade, mas se prefere assim, ok. – dou o comando em latim e o leão agarra firme o braço do ruivo com os dentes, por mais que se mexesse de um lado pro outro tentando arrancar, nem uma gota de sangue caía. – Viram? Ele não machuca. – pedi para Kirishima retirar a individualidade e nem um arranhão se quer havia em seu braço.

Minha individualidade sozinha é inofensiva, posso usar no máximo para assustar alguém. Isso me incomodava um pouco, faz eu me sentir bastante inútil em campo.

Toco no leão e no axalote dizendo "tuum est pugna" e ambos desaparecem deixando algumas partículas pelo ar. Minha pupila dilata voltando ao normal e as pontas pretas nos meus dedos somem.

– Isso foi... incrível! – Kirishima de empolga tocando o braço apressadamente

– Eu quero um daqueles bichinhos! – uma garota de cabelo rosa levanta da cadeira e vem na minha direção

Aos poucos foi se juntando uma rodinha em torno de mim e cada um queria ver uma coisa diferente, não neguei nenhum pedido que fosse, pela primeira vez eu estava me sentindo normal, parece que me encaixei em algo.

Esse foi meu último pensamento antes de acordar numa maca na enfermaria.

– Onde é que... – começo tentando me levantar, mas uma mão empurra minhas costas de volta ao acolchoado

– Você precisa descansar.

– O que eu tô fazendo aqui? Calma, o que você tá fazendo aqui?

– O idiota Deku saiu com o All Might e o dekusquad pra resolver uma emergência, sua tia está agarrada no trabalho e nem atendeu o telefone, eu não iria deixar você sozinha.

– Mas o que aconteceu comigo?

– Você desmaiou enquanto se gabava na frente de todos, e olhando pelo que aquela velha deixou aqui, seu nível de hemoglobina caiu o suficiente pra deixar sua pressão em 8:4

– Traduz, bombinha.

– Sua individualidade usa seu sangue.

– O que?! – como isso nunca me afetou, uso essa habilidade desde que era criança?

– Parece que a vida é cheia de surpresas.

– Bem vinda ao mundo real, zoológico.

– Você nem ouse me chamar assim de novo!

– Se não o que?! Vai mandar um gatinho pra cima de mim?

– Seu merdinha... – tento usar minha individualidade, mas sinto como se minha cabeça fosse explodir começando a tossir repetidamente

– Ei ei ei, respira fundo. – ele diz me encostando novamente com as costas na cama – Sem se esforçar, esquentadinha.

– Só eu posso te chamar assim, não o contrário! – retruco

– Papo furado.

– Parando pra pensar é a primeira vez que não te vejo gritando, tá tudo bem?

– Você me conhece há horas! Não tem direito de opinar!

– Bem melhor. – dou uma risada fraca

Tombo minha cabeça levemente para o lado da janela, observo atentamente o formado das nuvens que estavam visíveis, uma delas até se parecia com o...

Espera aí...

O que?!

– Bombinha, pega um copo de água pra mim.

– Você não pode mandar em mim.

– Obrigada. – sorrio e vejo ele indo em direção ao corredor – O que caralhos você tá fazendo aqui?

– Oras, eu vim te ver quando fiquei sabendo que estava internada. – ele diz passando a mão pelos cabelos pretos me encarando

– E como você soube?

– Você não é minha única informante aqui, donzela.

– Então por que você quer que eu continue? As pessoas daqui não são como você diz...

– Porque só você pode fazer isso.

– Mas e se eu mudei de ideia...?

– Você morre. – ele dá um sorriso cínico – Espero que você não cogite mais essa ideia.

– Então para com essas aparições do nada, não faz nem 24h.

– Não posso sentir mais falta da minha donzela em apuros?

– Vai embora logo, o Bakugou vai acabar voltando.

– Nem um beijinho?

– Já disse que não vai rolar.

– Você ainda vai ser minha...

– Vai! – suspiro vendo sua jaqueta de couro sendo levada pelo vento da janela junto de seu corpo

– Você estava falando sozinha? – Bakugou pergunta zombeteiro

– É um hábito. – sorrio para agradecer o copo de água

Be Mine || Bakugou KatsukiOnde histórias criam vida. Descubra agora