𝐖𝐀𝐕𝐄𝐒 ─ Sano Manjiro (HIATUS)

𝐖𝐈𝐋𝐃 𝐒𝐄𝐀

AINDA pensando sobre as palavras de Sano sob a noite estrelada, a pirata sentia uma sensação estranha lhe cortar a espinha. Era como se algo lhe perseguisse, a inundando de dúvidas em relação ao misterioso e interessante capitão.

Seu coração bateu rapidamente por segundos, e sua respiração falhou, lhe mostrando que algo em seu interior se encontrava confuso, assim como as ondas selvagens daquele mar de incertas idéias. Porém, ela se dissipou de certos pensamentos para se voltar à seu mais novo desejo: o tesouro perdido.

Sorriu sem receio ao se lembrar da novidade que rodeava o navio, a grande descoberta do novo foco da tripulação que caiu como uma luva para o desejo da futura dominação que a mulher ambiciosa planejava em segredo.

Agora, ela havia encontrado renovo para seu plano sujo, armando aos poucos a armadilha que pegaria a tripulação, e principalmente Manjiro de surpresa. Mal podia esperar para admirar a expressão de derrota no rosto de seu, até então, inimigo marítimo.

Queria saborear a vitória o quanto antes, o gosto doce da conquista recheada de classe e um amargo ataque tramado por suas mãos. Até lá, seu eu delicado tomaria forma, e seu fingimento os conquistaria para por fim os derrotar.

Se encontrava ainda pensativa no deque do navio, observando o movimento brusco de certas ondas e sentindo a brisa passageira do oceano lhe invadir. Seus cabelos balançaram em resposta ao vento, e seus olhos brilhavam em excitação ao saber que se aproximavam de uma ilha deserta para investigar tal lugar.

Sentiu o toque quente sobre seu ombro, e se virando pouco confusa, se depara com o olhar profundo de Sano a encarar com doçura e certo afeto repentino.

- Como está essa manhã (nome)? Já conseguiu por fim adaptar-se ao navio? - A voz suave e divertida lhe invadiu os tímpanos. Era boa e agradável de ouvi-la.

Ele a admirava atentamente, como se quisesse saber seus profundos sentimentos e segredos ocultos. Mal sabia o loiro que ela o odiava, ou talvez isto estaria prestes a mudar. Bem, talvez com o passar do tempo.

- Capitão... - Lhe prestou reverência, sorrindo falsamente - Olha, difícil dizer se minha adaptação foi um sucesso, mas, acho que já me acostumei a andar por este enorme navio sem o estranha-lo como antes.

Seu olhar doce manipulado com falso afeto conseguiu convenver Sano, que sorriu ao ouvir a resposta milimetricamente tramada da mulher. Ela o encantava de um jeito hipnotizante.

- Bom saber que está se adaptando, porém terei de ser pouco radical, levando em consideração o fato de que nos aproximamos de nosso novo acampamento, veja! A ilha à frente.

Apontou ao longe a linda e paradisíaca ilha, cujo tinha o território extenso e ótimo para exploração. (nome) pensou consigo mesma que eles haviam traçado uma rota específica, passando por lugares bons para à procura do aguardado tesouro de seu interesse secreto. Perguntaria Calico sobre mais detalhes ao longo da exploração.

- Bem, é linda! Não me aflige a idéia de passar alguns dias em presença de tal beleza. - A mulher diz olhando para a feição confiante de "seu" capitão.

O loiro não cansava de percorrer oa olhos escuros sobre a face de (nome), admirando atento à cada detalhe, até mesmo as marcantes linhas de seu sorriso intenso. Ele a admirava com ternura, a encarava como se estivesse olhando o mar.

Mas sabia que ela era do tipo que lhe trasmitia poder por algum motivo, seu olhar era terno, mas no fundo Manjiro sabia que ela escondia algo por detrás de sua persona gentil. E ele estava certo.

- Gostará da ilha, farei com que seja praseirosa à sua ida, assim como sua estadia e volta para o navio. Estará segura em minhas mãos.

As tais palavras reconfortantes de Sano invadiu o coração duro da mulher, que deu leves piscadas para confirmar o sentimento de segurança que ela estranhamente sentia ao sentir agora, as mãos quentes de Manjiro segurarem as suas.

Os polegares do loiro acariciavam a parte superior de suas mãos, tão delicademente que este pequeno porém intenso gesto lhe fez sentir algo borbulhar por entre as paredes frias de seu interior machucado.

Ver ele alí, sorrindo para ela, cabelos ao vento, e o som das ondas batento na proa do navio em contraste à sua voz, fez com que a pirata por momento se esquecesse que era com este homem que ela lutava contra.

- Sente-se segura comigo (nome)? - Pergunta o capitão, lhe segurando o rosto gentilmente.

Sua boca estava entreaberta, e trêmula sua voz saiu dizendo um "sim". Mesmo que quisesse, não poderia mentir, ela realmente sentia segurança nos braços do inimigo.

Perante o toque suave de Manjiro, seu coração duro se tornava mais sensato, e o sentimento de raiva profunda saía de seu peito. Porém estava em um dilema cruel.

A armadilha do sentimento lhe consumia, e a mulher fria que havia chegado ao navio se via em um confuso redemoinho de idéias. Confusão causada pelo homem que ela deveria odiar.

Um nó sugiu em sua garganta, e o encarando novamente quis o abraçar, mas não o fez. Talvez a única coisa que aquela pirata buscava não era a conquista, e sim, o amor. Mas ela ainda não sabia disso, pelo contrário, se negava a acreditar em seu repentino sentimento.

Mudando seus pensamentos para a areia daquela ilha, cujo navio se aproxima, se lembrou do tal tesouro. E a vontade de ter o oceano curvando-se perante seus pés, fechou a aba aberta de seu coração, o tornando frio novamente. O desejo do poder lhe queimou por dentro, a fazendo se desvencilhar de Sano.

- Manjiro... eu tenho que ir. Preciso ajeitar o navio antes de nossa parada. Com sua licença.

Migrou para longe dalí, intrigando o pirata que apenas queria lhe dar um pouco de afeto. Dentro de seu coração ele queria desvendar o interior sombrio da mulher que conheceu.

Algo nela o atraía como um imã, era viciante como o rum que tomava, era algo surreal que apenas ela o trasmitia. Intrigante mulher que invadiu repentinamente sua vida.

Ondas violentas atingiam o coração dos piratas, algo nos dois o atraíam um para com outro, como se algo invisível os conectasse.

Bastava eles descobrirem. Porém com a inconveniência da inimizade por parte de (nome), o amor era a última coisa de sua lista de conquistas.

Talvez fosse o que ela pensava até então.

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