Havia sido um final de sexta-feira muito estranho. – ponderou Katsuki saindo da papelaria, aonde comprara cinco canetas de cada cor, e agora rumava para a biblioteca, enquanto se lembrava do ocorrido.
Dadas as devidas apresentações, Toshinori, Deku e Katsuki decidiram que seria melhor que fossem para a casa do mais velho para tratar os machucados, visto que nenhum dos mais novos queriam ir para o hospital.
– Não, Deku, eu não quero ajuda. – declarou Katsuki pela terceira vez – você deveria estar no banho.
– Eu tava brincando sobre dividir comida. – disse o outro sem graça – a gente pode pedir algo, ainda.
Katsuki fez-se de surdo, enquanto picava o alho-poró em rodelinhas impecavelmente finas.
– Ao menos deixa eu descascar o alho e cebola e ...
– Sai daqui. – grunhiu Kacchan empurrando Deku em direção ao banheiro – eu não gosto de ninguém me irritando quando estou na cozinha. Apenas saia, porra.
Toshinori observava a interação dos dois com curiosidade, enquanto Katsuki, raivoso, empurrava Deku de vez para o banheiro de visitas aonde ele havia tomado banho mais cedo e batendo a porta com força.
– Só saia daí quando tiver tirado todo esse cheiro esquisito de ferrugem e maré do seu cabelo, Deku!
Katsuki soube – para sua consternação, que o cara que acompanhava Izuku na praia era ninguém menos que Toshinori, o ator que fazia All Might, o heróis da série preferida de ambos, quando crianças.
– Você, jovem, conhece Izuku a muito tempo? – perguntou Toshinori, observando o garoto colocar sementes de gergelim em um prato com pepinos laminados.
– A vida inteira. – ele disse de má vontade – nascemos aqui, fomos criados no mesmo bairro. – explicou, enquanto verificava a fervura da água do lámen. – éramos amigos.
Toshinori franziu o cenho.
– Não são mais?
Katsuki estralou a língua, contrariado.
– Se fossemos, eu saberia que ele estava limpando a praia. E eu e você nos conheceríamos a mais tempo. – Ele concluiu colocando diante de Toshinori um prato de pepino agridoce, e voltando sua atenção para o preparo da janta. – Espero que você não seja um pervertido, ou interesseiro. – Disse ele, em tom de alerta – Deku pode ter essa cara de ninfa alienada, mas é esperto. E sabe sobre pessoas ruins.
O homem lançou-lhe um olhar curioso e serviu-se de pepino, fazendo um som de aprovação enquanto mastigava.
– Pervertido ... – ele repetiu, pensativo – nunca me chamaram disso.
– Um pervertido não parece um pervertido, não é? – pontuou Katsuki.
Toshinori riu.
– Pra alguém que não é amigo, você parece se preocupar bastante com ele, jovem Bakugou. – Katsuki bufou irritado enquanto cortava a cenoura em tiras.
– E por quê eu me importaria? – perguntou irritado – Se ele não parece se importar muito consigo mesmo? Sempre foi assim. Irritante.
Finalmente jogou o lámen na água e começou a refogar os legumes.
– Mas, como eu disse – ele continuou – Nós são somos amigos. Em nossa última discussão, eu o mandei se jogar de uma janela. Nosso relacionamento é assim, de saudável.
Talvez, fosse por isso que Deku gostava de falar com aquele homem, ponderou Katsuki, um adulto normal já teria revirado os olhos para o comportamento de Bakugou, ou seus dramas. Ele mesmo se olhava no espelho e revirava os olhos para os próprios dramas.
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The Masterpiece [REESCRITA]
FanficIzuku quer encontrar seu lugar no mundo, longe de casa, e sem seu passado para segura-lo. Katsuki quer entender do que é capaz, sem que seu espírito de competição atrapalhe seus objetivos. Izuku sonha em escrever a melhor história de amor jamais co...