capítulo 14 *Brianna*

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Um desconhecido num assassinato sangrento.
Um "bad boy" que não é tão mau assim.
E duas cartas. Malditas duas cartas!
Não paro de pensar em Dylan, mas me obrigo a isso. Qual é eu não sou uma adolescente apaixonada, posso só estar com uma atração física por ele. É o que estou me dizendo já faz um tempo.

Banho. Preciso de um bom banho depois de uma jornada intensa de trabalho, ainda estou pesquisando tudo que posso para chegar perto de uma reviravolta no caso, eu sei que eu estou certa, Dylan não foi o culpado e tenho quase certeza que esse assassino vai fazer uma nova vítima. Mas agora eu preciso descansar.

Encho a banheira com água quente, muito quente, preciso que minha carne pegue fofo ali dentro, só assim para diminuir a enxurrada de pensamentos. Tiro a roupa que estava e sinto o frio rondando minha pele, entro de uma vez na água, sim era isso que eu precisava, uma pausa.

O único som no banheiro é a goteira da torneira, me concentro nela. Um, dois, três, quatro...

Será que ele vai escrever de novo?

Recomeço. Um dois três quatro cinco

Preciso achar o culpado, alguém pode morrer.

Reconheço esse pensamento e deixo ir. Recomeço, um dois três quatro.

Algo atrapalha minha contagem, um barulho que vem da sala. Me levanto rapidamente da água sem fazer barulho e pego a arma que estava perto da banheira, mantenho ela ali para o acaso de momentos como esse acontecerem.
Vou nas pontas dos pés até a sala, fazendo o possível para ficar fora do campo de visão do invasor. Eu deixei a porta aberta? Merda eu deveria estar muito alheia a isso.

Escuto alguém resmungar algo e o som vem da cozinha, vou devagar e me escondendo. Acho que é um homem, pelo tom da voz. Ainda tenho o elemento surpresa nas mãos.

- Não se mexa ou eu atiro na sua cabeça. - Digo ao invasor, mas percebo que conheço essas costas.
- Bri sou eu. Posso me virar? - ao reconhecer essa voz relaxo.
- Como você entrou aqui? E por que não me avisou que vinha?
- Primeiro eu quero saber se eu posso me virar sem levar um tiro.
- Pode.
- Ok. Devagar. Ah meu Deus Brianna Forest, você está pelada na minha frente!!

Só depois do grito de Ethan é que me dou conta que ainda estou nua.
Corro para o quarto para pegar meu roupão. Quando volto a cozinha ele está com um papel nas mãos. Reconheceria esse papel em qualquer lugar, porque passei os últimos dias olhando para ele.

- Nossa!! são cartinhas fofas de amor. Não sabia que o seu boy tinha uma lado romântico, achei ele engraçado e tudo mais, lindo de morrer também, mas romântico não. Isso é interessante. "Querida Bri...

Pego a carta de suas mãos e coloco no balcão.

- Ler as coisas dos outros sem permissão é muito feio sabia. E não tem nada de amor aí, eu só respondi as cartas dele, só isso.
- uhummm. Ok então gatinha, mas eu tenho que ser o padrinho viu
- Padrinho de que?!
- Do casamento né.
- ah vai se ferrar. Tenho que tirar aquela chave de você, tinha me esquecido dessa sua mania.
- Que mania?
- De enxerido. -

Ethan fingi ofensa e abre a geladeira procurando provavelmente vinho. Se eu entrei no mundo das bebidas foi esse moreno dos sonhos que me arrastou.

- Então, por que você tá com essa carinha?

Ele enche duas taças de vinho e me entrega uma, penso em rejeitar mas o vinho vai fazer o efeito bom em mim, assim espero.

- Eu estou bem.
- Não está não, percebi isso desde o começo da semana, mas achei que vc só tava de TPM, então deixei as coisas passarem, mas não é isso, estou certo?

Sinto que preciso desabafar e não conheço outra pessoa que seja melhor para ouvir tudo que tenho a dizer do que meu irmão de coração.

- Eu estou tão confusa. Eu não sei o que está acontecendo comigo Ethan.
- Vem cá. - ele me leva até o sofá e nós sentamos de frente um para o outro, essa é a hora da verdade. - Confusa com o que Bri?
- Com o que está acontecendo dentro de mim em relação à Dylan, com esse assassino que eu não consigo achar, com a culpa por deixar Fred de lado por uma pessoa que nem conheço direito.

Despejo tudo o que estava guardando em cima do meu melhor amigo. Ele apenas me olha por cinco minutos inteiros e já estou achando que ele vai rir da minha cara, mas ele colocas as nossas taças na mesinha de centro, pega minhas mãos e diz:

- Primeiro, você fez a coisa certa terminando o que quer que você tivesse com Fred, você não o machucou Brianna.
Segundo, você está se cobrando demais na busca do assassino, eu também estou no caso eu posso te ajudar com isso e eu tenho feito as minhas pesquisas.

Quando eu vou lhe interromper com essa nova informação ele me cala e continua.

- E terceiro, Dylan não é uma pessoa ruim, você pode ter conhecido ele numa situação péssima, mas eu pesquisei e sei do que eu tô falando e antes que você me chame de enxerido, eu faço isso porque me importo, você pequena, é a minha família e eu cuido dos meus. - Solto o ar que nem sabia que estava preso ao continuar ouvindo Ethan.
- Se você decidir que gosta dele, saiba que não vai ser fácil, não é só essa carinha bonita que vai conquistar o bonitão. Ele perdeu uma pessoa importante para ele, não é fácil se apaixonar de novo. Mas pelo que eu li naquelas cartas vocês dois estão apaixonados e nem sabem disso.

Enxugo as lágrimas que escorrem do meu rosto e abraço meu companheiro de toda a vida. Eu amo demais esse cara.

- E se isso der errado Brianna, se lembre, você não cede, você é forte e incrível. Se permita viver e saiba que pode doer, mas é você quem decide o que te destrói.

- Obrigada, por tudo o que você faz e fez por mim. Você também é minha família e eu te amo muito.

- Ah tá bom que eu já estou chorando aqui e não quero passar o dia sentado num sofá me declarando pra você, pirralha.

- Pirralha??? Acabou a afeição, saia do meu sofá seu bunda mole.

- Essa bundinha aqui meu amor é a que você queria ter.

Nós dois caímos na risada e me sinto bem mais leve agora com Ethan do meu lado.

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