Onde você foi parar?

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Na noite passada entre uma lágrima e outra eu só pensava em duas coisas:

1° Eu preciso largar mão de ser trouxa.

2° Esse menino vai ter a vingança a altura!!!!

...

Já estava na escola, não consegui me concentrar em nada direito as aulas pareciam durar uma eternidade, a Ingrid tentava puxar assunto comigo mas não rolava, eu só estava ali mas minha mente estava no ódio que sentia.

Última aula e como sabia que não render sentei no funda da sala de química pegando o último balcão perto da janelas pra quem entra seria as esquerda da sala. A vista até que era bonita com muito verde do jardim que cercava este lado da escola e do outro lado o campo onde eu conseguia ver os meninos do time começando o treino bruto deles de futebol americano, alguns correndo em volta da quadra e não menos importante as líderes de torcida já se alongando, como elas conseguem abrir tanto as pernas daquele jeito? Se eu tentar juro que fico paralisada e no mínimo quebro algo.

-Bom dia classe. -diz o professor entrando na sala e me tirado do meu devaneio- Hoje vamos dar continuidade a aula anterior de multiplicação celular, mas antes vou apresentar a vocês o novo aluno.

Entra na sala um rapaz moreno, bem alto, diria que seus 1,90/2m de altura... Mas bem nunca fui boa para julgar a altura nem a idade de ninguém. Ele tinha cabelo cortado baixo, olhos castanhos tão escuros e profundos, um sorriso estonteante mas cheios de algo que me fez arrepiar, usava um par de tênis escuro esportivo social - sei lá como se diz-, uma calça escura, camisa branca com algo que não consegui descifrar e uma jaqueta jeans batida e uma corrente fina de prata.

- Esse é o Eric, ele chegou a poucos dias e estávamos esperando a documentação dele chegar, então dêem a ele as boas vindas. Pode se sentar com a senhorita Martinez lá no fundo. - disse voltando para o rapaz e apontando para mim no final.

Veio devagar em minha direção e sentou se ao meu lado, seu cheiro era forte lembrava vinho seco mas bem doce e suave no final, era bom.

- Prazer, meu nome é Eric Powell. - ele falava sem tirar os olhos de mim.

- Prazer, o meu é Lucinda Davis Martinez. - ele deu um sorriso de canto que fazia aparecer uma covinha. Ficamos em silêncio, estava com muita vergonha para puxar assunto.

- Você sempre morou aqui? - ele me perguntou.

- Sim, meus avós moravam na casa que fui criada, sabe aquelas casas antigas passada de geração pra geração... - fui dando de ombros pois era uma história longa que envolvia fazendas, a empresa e muitos e muitos cavalos.

- Legal, vim morar com a minha tia aqui, sou de New Orleans, conhece?

- Conheço por séries, novelas, jornais - ri baixo, um pouco envergonhada por não ter viajado mais com meu pai.

- Pelo que vejo a senhorita Martinez, já te explicou tudo sobre a matéria, senhor Powell?! - O Sr. Swenson olhava firme e soltava as palavras com uma certa rispidez.

- Desculpa professor. - dissemos em quase coro.

Ele voltou a sua aula, olhei para Eric com um sorriso de canto e jogando a cabeça para o lado como quem diz "olhe para a frente" e assim o fez.

No final da aula saímos conversando ele me acompanhava até o estacionamento.

Quando olho em direção a minha moto estava Ingrid segurando uma tulipa vermelha em uma das mãos e os pompons na outra, quanto mais nos aproximava um sorriso malicioso crescia em seu rosto, não precisava nem ser gênio para saber o que se passava em sua mente.

Doce AmanhãOnde histórias criam vida. Descubra agora