Camaleões | Rebelde Netflix | Andi e Emilia

Atrás de respostas

Sua missão era bem simples.

" Vigie a garota, descubra onde estão os documentos e traga-os para nós."

Foi o que eles disseram. Mas tinha uma coisa que Charlet havia esquecido de mencionar. O fato de Emilia Alo ser uma grande patricinha egocêntrica e insuportável. Que tinha delírios de grandeza e que achava que todos ao seu redor deveriam sempre fazer tudo o que ela mandasse. Fala sério, como as pessoas suportavam aquela garota? Só porque ela era bonita? Popular? Rica? Tirasse aquelas atribuições e nada mais sobraria a Emília que se não um ego gigantesco.

— Quer um conselho, Andi?— Emilia perguntou, próxima demais do seu rosto. Se aquilo fosse uma estratégia para lhe causar medo, sentia em informar que não estava funcionando. A última coisa que ela sentia pela garota era temor. No mínimo, aquela aproximação lhe desestabilizou um pouco, mas não por motivo de medo ou qualquer coisa do tipo. Só não estava acostumada a ficar tão perto assim de uma mulher...

— Vindo de você?— Andi conteu um sorriso.— Eu adoraria.

— Pare de fazer perguntas, ou sua vida aqui pode se tornar bem difícil.— o tom que Emilia usou na frase fora de pura ameaça, o que não surpreendeu nenhum pouco Andi. Ela não duvidava das coisas que por teoria aquela patricinha poderia fazer. Infernizar a sua vida não seria nada difícil para a garota.

Sem dizer mais nenhuma palavra, pegou sua mochila e levantou-se, afantando-se sem pressa alguma de Emilia e de um garoto loiro chamado Luka, que com um pouco de conversa ali e aqui, acabou descobrindo ser o namorado de Emilia. Eles namoravam a cerca de 2 anos e pareciam ser o casal perfeito, ao menos era o que aparentavam para todo o colégio.

Continuou seguindo pelo corredor distraida quando foi bruscamente puxada pelo braço. Em um ato de defesa, se desvicilhou das mãos da pessoa e em um gesto rápido e preciso a jogou com força contra a parede. Só então percebeu de quem se tratava. Sebas.

— O quê pensa que está fazendo?— questionou irritada, soltando o garoto. Sorte que o corredor estava vazio, ou aquela situação teria chamado muita atenção.

— Eu que pergunto!— Sebas exclamou, mais irritado ainda.— O quê você pensa que está fazendo?

— Do que você está falando?— Andi estava confusa. Ele quem a atacou e ela quem saia como culpada?

Sebas se recompôs em segundos, e ao invés de dizer o que queria ocupou-se em começar a arrumar o uniforme vermelho que havia sido amarrotado e o cabelo lambido que agora estava um pouco desgrenhado. Quando finalmente terminou, voltou a falar;

— A nossa missão aqui é nós aproximar ao máximo de Emilia Alo. O intuito é virarmos aliados dela e não inimigos, não se lembra?

— A minha memória está funcionando perfeitamente bem, Sebas.— Andi respondeu, sem paciência. Não entendia o porquê dele ter lhe parado para dizer aquilo.

— Bom, então pode me explicar o que acabou de rolar há um minuto atrás?— o garoto questionou.

Andi respirou fundo. Sério mesmo que teria de dar explicações a Sebas?

— Eu estava atrás de respostas.— limitou-se a dizer.— Está obvio que a Emília não quer de modo algum que as pessoas falem sobre o que aconteceu aqui ano passado... você não acha isso suspeito?

— Sim, acho muito suspeito, mas não é enfrentando ela na frente de todos que você vai descobrir a verdade.— dessa vez quem respirava fundo era Sebas.— Você está aqui para se tornar a amiga da Emilia, então acho melhor começar a puxar o saco dela antes que ela tome ódio da sua cara!

— Não se preocupe com o meu trabalho, eu sei muito bem como fazê-lo, Sebas.— Andi voltou a andar e deixou o garoto para trás, sozinho.

Odiava quando as pessoas questionavam o que ela fazia ou quando mandavam-lhe fazer algo que ela obviamente já sabia. Odiava ainda mais o fato de Sebas está certo. Estava ali a 2 dias e estava longe de ser amiga de Emilia. Pelo contrário, com tão pouco tempo de convivência, as duas já estavam praticamente se matando. Aquilo não era bom. Aquilo não era nada bom. Se quisesse descobrir onde os documentos estavam escondidos teria de fazer Emilia confiar nela, e para isso, precisava se tornar próxima dela, mesmo que não a suportasse.